domingo, 19 de julho de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por José Augusto


José Augusto Francisco Pereira

Natural de Jequitinhonha, graduado em História e pós graduado em História Geral e Política Social. Pós graduando em Paleontologia. Poeta, ator, Diretor Executivo da FECAJE, Funcionário da Secretaria Municipal de Cultura de Jequitinhonha. Membro do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Jequitinhonha e membro da Equipe Técnica do Patrimônio Cultural de Jequitinhonha. Sócio fundador da AGRUTEVAJE - Associação dos Grupos Teatrais do Vale do Jequitinhonha sendo diretor em varias gestões (Primeiro Tesoureiro e Presidente) e um dos idealizadores do FESTEJE - Festival de Teatro do Vale do Jequitinhonha, sendo produtor de todas a edições do evento (nove edições). Idealizador e diretor da Cia de Teatro Só Riso, Idealizador do FEQUAJE - Festival de Quadrilhas de Jequitinhonha que está na sua 15ª Edição. Idealizador e Fundador do Coral Vozes do Jequitinhonha sendo o produtor do seu CD (Sou Coral).

Meu primeiro contato com o FESTIVALE foi em 1991 (XII FESTIVALE) em Jequitinhonha com apenas 15 anos de idade e minha participação foi de expectador. Iniciei minha trajetória no movimento cultural  no mesmo ano no primeiro encontro de músicos e poetas do vale do Jequitinhonha que aconteceu na cidade de Araçuaí. O convite veio através de Didi Artesão, quando tive o primeiro contato com músicos e poetas do vale e quando tive a oportunidade de compartilhar pela primeira vez um espaço coletivo com Josino Medina e Pereira da Viola e conhecer diretamente da fonte, a musica o Sopro do Vento. Depois deste encontro, comecei seguir o festivale. O meu primeiro evento, fora de minha cidade,foi no XXIII em Bocaiuva, quando fiz a oficina de Literatura, carimbando de vez a minha inserção no movimento cultural e principalmente nos FESTIVALES. Participei de todas as plenárias, os famosos encontros de cultura do vale do Jequitinhonha, hoje na sua 84ª edição e pude conhecer boa parte do vale, na maioria das vezes, viajando em carroceria de caminhão, que era o meio de transporte que as prefeituras sediam para nós, em um período que as estradas do vale não eram asfaltadas o que tornava a viagem mais gostosa, sendo o chegada marcada com muita terra vermelha ou muita lama. Depois do XII, participei de todas as outras edições fazendo oficinas de formação ou comissões de trabalhos, até assumir a produção geral do evento (1993 – XIV – Minas Novas - Macramê; 1994 – XV – Salto da Divisa - Formação de Agentes Culturais; 1995 – 16º – Carbonita - Brinquedos e Brincadeiras; 1996 – 17º - Jequitinhonha - Teatro de Rua) Em 1998 – 18º – Itinga, lancei o meu livro de poesias "Miragem" e participei na Feira de Artesanato expondo e vendendo o meu livro, fato que repetiu em 1999 – 19º – Jordânia. No ano de 2000 – 20º – Bocaiúva, fiz a oficina de iniciação teatral. No mesmo ano aconteceu a eleição da nova diretoria da FECAJE, quando fui convidado pelo fotógrafo Vilmar de Oliveira e o agente cultural Mauro Chaves para compor a chapa, quando entrei na diretoria da FECAJE como Diretor Executivo Adjunto. Em 2001 – 21º –  Pedra Azul, já como diretor executivo adjunto, assumi a coordenação geral das oficinas. Em 2003 – 22º - Medina, também como diretor financeiro da recém criada AGRUTEVAJE - Associação dos Grupos Teatrais do Vale do Jequitinhonha, assumi, junto com os demais diretores da AGRUTEVAJE, a mostra de teatro, sendo a maior de todos os eventos, quando conseguimos levar para a cidade de Medina, mais de 20 espetáculos teatrais. Em 2004 – 23º - Salinas, estava na coordenação geral do evento, quanto tivemos que matar um leão por dia, para que o evento de fato acontecesse, sendo um sucesso, principalmente a Barraca Festivale, sob a coordenação do Paulão com apoio da sua simpática esposa Santina. no mesmo ano aconteceu a eleição da nova diretoria, quando assumi  como Diretor Financeiro, sendo Cida Durães - Diretora Executiva e Angela Freire, Diretora Administrativa. Nosso desafio era executar o 24º FESTIVALE e a cidade em negociação era Almenara que por motivo de desacordo de data e financeiros, não aconteceu, ficando o ano de 2005 sem edição do evento, ano em que Cida Durães (diretora Executiva) renunciou ao cargo por motivos profissionais, sendo convocada uma Assembléia Geral para recompor a Diretoria, assembléia esta, que aconteceu na cidade de Comercinho, quando foi refeita a nova Diretoria da FECAJE, ficando Ângela Freire como Diretora Executiva, Jô Pinto, Diretor Administrativo e continuei como Diretor financeiro.Nosso desafio foi rediscutir a realização do 24º FESTIVALE que não aconteceu, quando iniciamos uma discussão com algumas cidades para receber o evento, ficando acertado a cidade de Taiobeiras que faltando pouco mais de um mês do evento, desistiu   e a Prefeitura de Araçuaí aceitou o desafio de realizar. Neste ano tivemos o apoio da AVON através do projeto VIVA O VALE desenvolvido pela Cria Cultura, e mesmo faltando apenas um mês para a realização do evento, arregaçamos as mangas  e fomos trabalhar com o apoio total do movimento cultural do Vale e alguns parceiros. Em 2007 a 25ª edição foi uma edição especial e alguns nomes importantes do vale retornaram ao evento, entre eles, Paulinho Pedra Azul que tinha muitos anos que não aparecia. O evento aconteceu na cidade de Joaima. Em 2008 – 26º - Capelinha, alto Jequitinhonha. Cidade do café e do frio e mais um evento realizado, sendo a temperatura baixíssima, aquecida como com os shows e  pinga com mel. Em 2009 – 27º - Grão Mogol, cidade encantadora e aconchegante, acesso pela barragem de Irapé com uma estrada de muita montanhas e uma paisagem lindíssima. Em 2010 – 28º - Padre Paraíso era o nosso ultimo ano de gestão e um grande desafio, fazer o evento sem a certeza da recurso, que fora garantido por uma emenda federal que não saiu no decorrer do evento e saindo mais de seis meses depois, não sendo repassada pela entiade que recebeu o recurso para o pagamento das despesas o que nos deixou com uma imensa divida, mas que não tirou o brilho do evento que foi um sucesso para os moradores da cidade e para os seus seguidores. O evento de 2011 – 29º  aconteceu na cidade de Jequitinhonha em comemoração aos 200 anos da cidade. A partir deste evento que começou a parceria com o Instituto Valemais. No mesmo ano foi eleita a nova diretoria, assumindo Mauro Chaves, Diretor Executivo, Reinaldo Gomes, Diretor Financeiro e Carol Diretora Administrativa. Assumi o Conselho Deliberativo como presidente do Conselho. Em 2012 seria o evento da nova diretoria e aconteceria  na cidade de Itaobim, que infelizmente não aconteceu devido o atraso na liberação do recurso, sendo o evento realizado em  2013 – 30º - Medina no mês de janeiro. Em 2014 – 31º  voltamos para a cidade de Araçuaí com o movimento já rachado, sendo realizado pelo Instituto Valemais e a FECAJE com uma diretoria provisória. Em 2015 foi eleita a nova diretoria assumindo como Diretor executivo Ernandes José, Diretor Administrativo Andrette Ferraz e voltei para a Diretoria Financeira e realizamos,também com o movimento rachado o 32º FESTIVALE, na divisa da Bahia, Saldo da Divisa que recebeu o evento sem a cachoeira do Salto mas com muita euforia. No mesmo ano (2015), o Instituto Sociocultural Valemais envia uma carta a FECAJE anunciando o fim da parceria e a nova Diretoria assume o evento que foi realizado no ano de 2016 na cidade de Jequitinhonha no mês de outubro. O 33º FESTIVALE foi realizado com uma programação reduzida para 05 dias. O evento inicialmente seria na cidade de Turmalina, mas o prefeito, por questão de data, desistiu do evento a menos de dois meses. Iniciamos uma negociação com a cidade de Virgem da Lapa, que por questão financeira, também desistiu do evento. Com eu estava Secretario de cultura de Jequitinhonha e faltava quase um mês para o evento, nos restou como alternativa Jequitinhonha e tivemos que assumir o evento. Em 2017, a nova diretoria, percebendo que o evento tinha realizado suas ultimas edições no baixo e médio Jequitinhonha, entendeu que era hora de subir para o alto. Buscamos contato com a cidade de Diamantina que demonstrou interesse e no meio tempo apareceu a cidade de Felício dos Santos e a cidade de Belmonte, foz do Rio Jequitinhonha, no Estado da Bahia. Em visita às três cidades, Diamantina desistiu e a diretoria optou em fazer o evento no ano de 2017 em Felìcio, ficando pré agendada a cidade de Belmonte para o ano de 2019. Realizamos o evento em Felício, a cidade de águas quentes. O evento foi um sucesso com uma administração totalmente voltada para as atividades e um povo extremamente acolhedor, em especial a Secretária de Turismo Fabiana e o Prefeito Ricardo. 2018 teve eleição da nova diretoria quando assumi como Diretor Executivo, Andrette Ferraz, Diretor Finaceiro e Cristina Aguilar, Diretora Administrativa. Nosso desafio era realizar o festivale em Felisburgo que estava batalhado a realização do evento há três editais e recebeu o 35º FESTIVALE com muita euforia com o prefeito participativo e o Secretário de Cultura Gladiston muito satisfeito, pois carregava esse sonho há muito tempo. 2019 tivemos o nosso maior desafio: realizar O 36°FESTIVALE fora do estado de Minas Gerais, no vale do Jequitinhonha baiano, precisamente na foz do Rio Jequitinhonha. CrescI no evento ouvindo essa vontade dos organizadores que varias vezes cogitaram a possibilidade e como diretor executivo com o apoio dos demais diretores e conselhos, resolvemos enfrentar o desafio e realizamos o evento em Belmonte, onde o nosso Rio Jequitinhonha, que define o vale, encontra com o mar. O encontro da cultura do vale do Jequitinhonha mineiro, com a cultura do vale do Jequitinhonha baiano. Foram muitos desafios, principalmente financeiro, pois o governo de Minas não aceitou liberar o recurso para ser usado em outro estado. Mas o resultado foi gratificante no final, pois realizamos o sonho de várias gerações e de muitos diretores que sonharam mas não tiveram a oportunidade de realizar o nosso FESTIVALE na Bahia. E como a verba do Governo de Minas não foi liberada pelo evento acontecer em outro estado  decidimos correr atrás da liberação para fazer o evento em Minas. Daí veio a idéia de subir o rio a partir da sua foz e ir para a nascente e Serro foi escolhida para receber a segunda etapa do 36º FESTIVALE, sendo a primeira vez na história do evento que temos duas edições com uma só nomenclatura e também dois eventos em um ano, o que não aconteceu por divina providencia, sendo o evento adiado para 2020, que por esse motivo não ficou sem sediar o evento por causa da pandemia. Assim encerro a minha narrativa do FESTIVALE. Gostaria de dar mais detalhes, compartilhar mais emoções e principalmente citar amizades que fiz e principalmente os nomes das inúmeras pessoas que ajudaram a fazer esse evento, mas infelizmente não tem como para não delongar o texto e não ser injusto com alguma pessoas que por esquecimento não venha citar o nome.






  

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