segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - os Pracinhas

 

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Em meio as turbulentas notícias sobre os eventos bélicos entre a Rússia e a Ucrânia, resolvi fazer algumas leituras, das quais me deparei com uma matéria da PESQUISA - FAPESP, edição 210,de Agosto, de 2013, publicada pelo Historiador Carlo Haag: Em busca da “guerra boa” dos pracinhas.

Nesta publicação, o historiador retrata  sobre a criação  da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em 13 de agosto de 1943. E no dia 2 de julho de 1944 as tropas saíram para o combate, em um   navio-transporte General Mann partir, com 5.075 soldados a bordo, e, com Getúlio Vargas se despedindo dos “pracinhas” . Entre estes estavam David Turíbio de Paula e Antônio Guarda.

No Vale do Jequitinhonha, em algumas cidades há nome de ruas e Avenidas, como forma de homenagem a esses homens. Em Itinga, a “Avenida Expedicionário  David Turíbio de Paula”. Ele alistou-se voluntariamente ao Exército, lutou em várias batalhas na segunda guerra mundial, chegando a ser ferido em combate.

Segundo especialistas, o Brasil,  presidido por Getúlio Vargas, declarou guerra à Alemanha de Adolf Hitler e demais países do Eixo depois do naufrágio de mais de 50 navios brasileiros, em águas nacionais, torpedeados por submarinos alemães. O saldo foi de cerca de 1 mil brasileiros mortos. Na Europa, os pracinhas integraram o IV Corpo do 5º Exército dos Estados Unidos – dos combatentes, morreram 467 brasileiros, sendo 82 mineiros. “Outros 2,7 mil saíram feridos ou ficariam mutilados”. Em sua arrancada para a vitória, os brasileiros conquistaram com destaque, entre outras, as cidades de Monte Castelo e Montese, sendo que, em Collecchio e Fornovo, cercaram e aprisionaram a 148ª Divisão de Infantaria Alemã. 

E no seu retorno em 1945, David Turíbio de Paula, recebeu muitas medalhas, casou-se em Ladainha, mudou-se para Belo Horizonte, trabalhou  no Ministério do trabalho até aposentar-se, vindo falecer em 1985.

Em Francisco Badaró em 2013,  um Decreto Municipal, nº 043, de 07 de Julho de 2013,  criou a Comenda “Combatente Antônio Guarda”  para  condecorar pessoas ou instituições que prestarem relevantes préstimos a sociedade Badaroense. O nome da comenda é uma forma de homenagear  ao Ex- Combatente da Segunda Guerra Mundial, participante da Força Expedicionária Brasileira. Ao retornar da guerra, foi agricultor e “Guarda Fio” do Telégrafo até aposentar-se.

No Brasil, apesar das festas, os expedicionários foram rapidamente desmobilizados. A razão foi política: tanto as autoridades do Estado Novo em decadência quanto as forças políticas de oposição temiam o pronunciamento político dos expedicionários. A pressa foi tão grande em acabar com a FEB que os pracinhas já saíram da Itália com seus certificados de baixa e quando chegaram ao Brasil já não estavam mais sob a autoridade do comandante da FEB, mas do comandante militar do então Distrito Federal, não exatamente simpatizante dos febianos. A partir de então estavam à própria sorte. Traumas psicológicos de todo o tipo e rotina da luta de sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno dos milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha. As primeiras leis de amparo só foram aprovadas em 1947.

Os dois exemplos citados,  homens que vivenciaram batalhas  de Monte Castelo, Montese, Collechio, Fornovo, Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Monte Acuto, Galicano, Barga, San Quirico, La Serra, Castelnuovo, Soprassasso, Paravento e Marano Su Parano; trazem  para nossas memórias um outro olhar, que os nossos olhos não viram, mas, que  nos convocam a refletir  sobre o valor da vida humana e o preço de tantos interesses no jogo sórdido  da política em que o sangue derramado, só alimenta ódio e vingança.

Aos nossos pracinhas que foram, serviram, lutaram e voltaram são nossas memórias vivas, mas aqueles que não puderam voltar, fica nosso sentimento de uma parte da história que deixou de ser contada e nosso luto causada por uma convocação à caminho da escuridão , perdidos em um canto qualquer, que minha concentração não é capaz de olhar.


https://revistapesquisa.fapesp.br/em-busca-da-guerra-boa-dos-pracinhas/


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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

CONHECENDO O JEQUI - Itinga e sua Fábrica de Tecido

 

Nota ao Portador da Fabrica de Tecido


A instalação da Fabrica de Tecido de Itinga foi idealizada pelo Comendador Cândido Freire de Figueiredo Murta (Deputado geral ) e do Major João Antonio da Silva Pereira.

No ano de 1880 eles tiveram a ideia de construir uma fábrica de tecidos, para aproveitar o algodão que existia em abundância na região, principalmente em Itinga, São Domingos (hoje Virgem da Lapa) e Lufa (hoje distrito de Novo Cruzeiro). A segunda metade do século XIX é marcada por uma  expansão da industria têxtil em Minas Gerais.

 Para que o sonho da fábrica se concretizasse eles reuniram outros cidadãos da vila e criaram a “Sociedade dos Filhos de Itinga” e importaram da Europa, mas precisamente da Bélgica, pesadíssimos maquinários (80 Teares, dois Gomadores de 1000 kg e outros). O responsável pela instalação foi o recém formado engenheiro o jovem Martiniano Luiz Vieira, filho da família Vieira de Araçuaí que havia se formado no Rio de Janeiro.

Homens negros escravizados com muita dificuldade trouxeram estas pesadas maquinas de sete lagoas ultimo ponto da estrada de ferro central do Brasil até a Bahia e junto com os canoeiros subiram o Rio Jequitinhonha , havendo ainda o transporte feito por terra, nas cachoeiras do Salto Grande ,hoje Salto da divisa e da sede da vila até o ribeirão Água Fria, próximo da fazenda de Lino José Antonio da Trindade, onde a fábrica foi instalada depois de árduo trabalho.

A fábrica era movida à força Hidráulica e assim funcionou durante muitos anos, era a principal fonte de renda da vila e era ela a única indústria têxtil  dentro do que hoje corresponde ao médio Jequitinhonha e uma das mais importantes da região norte e nordeste de minas, sua principal produção era o pano americano e o riscado xadrez, os vales distribuídos pelos diretores da fabrica de tecidos funcionavam como moeda corrente na vila o que muito ajudou no seu desenvolvimento. Muitos obstáculos foram vencidos com a persistência dos idealizadores, que acreditavam que ela poderia proporcionar dias melhores a eles e aos filhos de Itinga.

 A fabrica foi registrada com o nome de “PEREIRA MURTA E COMPANHIA ITINGA DO JEQUITINHONHA”  uma alusão ao sobrenome dos fundadores e a sociedade que tornou possível a realização desta, mas a fabrica sempre foi conhecida popularmente como “fabrica de tecidos Bom Jesus da Lapa da Água Fria”, devido a uma promessa firmada entre os idealizadores com o Bom Jesus.

O primeiro diretor da fabrica foi o Capitão João Antonio Pereira de Souza Castro genro do Comendador Murta, foram ainda diretores o Major Manoel Cesário de Figueiredo Neves e por ultimo outro genro do comendador o Cel. Ildefonso de Freire Murta conhecido como Cel. Zezé.

  Em 1904 a fábrica diminui sua produção e começou a entrar em crise, mas em 1908 o Barão de Paraúna um importante comerciante de diamantes da cidade de Diamantina entra como acionista da fabrica com um capital de 280 contos e 27 operários, esses investimentos ajudaram a fábrica a retomar seu curso de produção, porem em 1928 houve uma grande enchente que destruiu a parte baixa do município e o Ribeirão Água Fria encheu de forma surpreendente e danificou as maquinas da fábrica, alem disso a morte do Major João Antonio da Silva um grande incentivador da fabrica e a falta de incentivo do poder público do município de Araçuaí proporcionou o colapso inevitável da fabrica, as valiosas máquinas foram enferrujando e assim o funcionamento da fábrica de tecido parou, afetando drasticamente o progresso do Arraial. Alguns teares foram vendidos para o empresário Antonio Mendes Campos e levados para Pirapora no Norte de Minas.

 Era o fim do sonho do Major João Antonio da Silva Pereira, do Comendador Cândido Freire Murta e da CIA sociedade dos filhos de Itinga que outrora foram chamados de utópicos.

Fonte: Livro Memórias de Itinga, de Jô Pinto


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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

OPINIÃO DO BLOG - Fé, Política e Libertação

 

Reunião da CEBs em Taquaral - Arquivo: Jô Pinto


Revirando meus arquivos impressos de fotografias encontrei essa foto ( capa da coluna) no centro da foto de calça azul claro e blusa branca com um listra é minha mãe , Maria Pereira dos Santos Pinto, mas conhecida como “Lilia Carnaval”.  Essa foto é um  registro das inúmeras reuniões do qual ela participava como uma das leigas voluntárias das comunidades eclesiais de base (CEBs).

Mediante dessa foto, me veio às recordações da importância que se tem uma igreja em saída, uma igreja que esta junto do povo, lhes ouvindo e os ajudando a se organizarem para ter uma consciência política coletiva. Onde essa consciência perpassa pelo entendimento que o poder é do povo e emana do povo e não dos que fazem da política um joguete de poder em benefícios próprios.

 Eu e minhas irmãs tivemos a honra de poder participar junto com nossa mãe de inúmeras reuniões de formação de Fé e Política através da CEBs e o quanto estes momentos foram fundamentais para despertar a consciência política com justiça em cada um de nós.

Acredito que a política é uma ferramenta poderosa contra as injustiças, mas a maioria da população ainda não tem essa consciência e desconhece o poder que tem o seu voto. E quando esse barganha seu voto em benefícios próprios ele esta contribuindo para o enfraquecimento da nossa democracia.

Minha mãe junto com outros ajudaram através da CEBs, nas décadas de 1970 e 1980 a organizar varias comunidades no município de Itinga, incluindo a comunidade de minha família, comunidade de Jenipapo Pinto ( hoje reconhecida como comunidade quilombola). A organização dessas comunidades além de fortalecer a Fé através da palavra do evangelho nos cultos, no qual muitas vezes eram ministrados por leigos, também se ouvia as comunidades e lhes preparavam para ter uma consciência política de união e reivindicação de direitos.

Em minha opinião como cristão católico, percebo que a Igreja deixou de ser em saída com o passar do tempo, o que  enfraqueceu a formação política através da fé, onde os valores de humanidade, sociedade e coletividade eram pilares.

Vejo hoje nas falas do Papa Francisco uma esperança de termos de volta uma Igreja em Saída, onde  a teologia da libertação seja feita de forma pratica.

 

“Envolver-se  na política é uma obrigação para o Cristão. Nós cristãos não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristãos devem trabalhar na política.”

Papa Francisco


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Segue abaixo um texto contado um pouco da história da CEBs, publicado no site: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/comunidades-eclesiais-de-base-cebs

 

As comunidades eclesiais de base (CEBs) são organismos da Igreja Católica que se caracterizam por: (a) celebração dominical realizada por leigos ou leigas; (b) ampla participação na tomada de decisões, geralmente por meio de assembléias; e (c) ligação entre a reflexão bíblica e a ação na sociedade.

Antecedentes

O período de preparação do Concílio Vaticano II (c. 1960) favoreceu as iniciativas que buscavam uma estrutura eclesial mais adequada ao diálogo com o mundo moderno do que a paróquia, organismo medieval no qual todas as funções religiosas recaíam sobre o padre. Nesse contexto, as “pequenas comunidades” pareciam ser o meio mais favorável à participação leiga na Igreja e à sua influência na sociedade urbana e industrial. Em 1968 a II Conferência dos Bispos da América Latina, reunida em Medellín Colômbia, propôs a Comunidade Eclesial de Base (CEB) como seu principal instrumento pastoral, ligando a forma comunitária à opção preferencial pelos pobres. Formulou‑se então a Teologia da Libertação que, retomando experiências ensaiadas desde os anos 1950-1960 na Ação Católica, no Movimento de Educação de Base e em outros setores renovadores da Igreja, inclusive em denominações protestantes, fundamentava uma ação pastoral comprometida com as causas populares.

Desenvolvimento

As CEBs nasceram numa conjuntura sociopolítica marcada pelo regime militar autoritário e pelo conseqüente fechamento dos canais de participação política. Reagindo contra ele em nome dos direitos humanos, a Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) deu cobertura institucional às CEBs e às pastorais (Indigenista, da Terra, Operária, da Juventude), mais sujeitas à repressão policial militar. Assim, nos anos 1970 e no início da década seguinte muitos setores sociais encontraram nas CEBs seu espaço de atuação política, embora elas não deixassem de ser espaços propriamente religiosos.

As CEBs se formaram, de modo geral, em regiões cuja população não era freqüentemente atendida pelo padre. Dadas as grandes extensões territoriais ou demográficas de muitas paróquias rurais e de periferia urbana, a Igreja Católica passou a estimular leigos e leigas a assumirem por si mesmos os serviços religiosos em sua comunidade. Ocupando uma posição de liderança religiosa, essas pessoas tenderam a assumir também um lugar de destaque no sistema de poder local. Inspirados por uma leitura libertadora da Bíblia que fala do Reino de Deus já na História, os membros das CEBs procuraram realizá‑lo atuando em movimentos sociais, associações de moradores, sindicatos e partidos políticos, assumindo normalmente posições que podem ser caracterizadas como de esquerda pela valorização do igualitarismo, da democracia direta e da utopia socialista, o que explica a afinidade de muitos de seus membros com o Partido dos Trabalhadores (PT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Central de Movimentos Populares.

A partir de 1979, início do pontificado de João Paulo II, ganhou força o movimento restaurador que, controlando a Cúria romana, favoreceu os setores do episcopado que preferiam ver a Igreja distante dos movimentos populares e voltada unicamente para as atividades de culto e catequese. Desde então, as CEBs vêm perdendo sua caixa de ressonância na sociedade: a voz dos bispos e teólogos oficiais. Continuaram, contudo, ativas em seu trabalho de base, organizando grupos que unem a fé cristã à atuação sociopolítica na comunidade local. Têm hoje menor visibilidade social e menor influência institucional do que nos anos 1980, mas não deixaram de formar lideranças populares atuantes em movimentos sociais, sindicais, políticos e culturais.

Organização

Grupos locais cujo alcance confunde‑se normalmente com a vizinhança ampliada (bairro, vila ou morro nas periferias urbanas; vilarejo, patrimônio ou colônia na zona rural), as CEBs não seguem um modelo fixo, amoldando‑se a diferentes contextos socioculturais. Em periferias urbanas podem congregar mais de mil famílias, com inúmeros pequenos grupos: de reflexão bíblica; de liturgia, catequese e outros serviços, grupos específicos (de vizinhos, jovens, mulheres, operários, negros...) e ainda associações piedosas ou caritativas. Já nas zonas rurais costumam ser pequenas e de pouca diversificação interna.

Embora faltem dados estatísticos precisos, pode‑se estimar em cerca de 60 a 80 mil (dez vezes o número de paróquias) as CEBs hoje espalhadas pelas quase 250 dioceses do Brasil. Dada sua condição de unidades básicas da Igreja e espaço para a celebração dos sacramentos, elas subordinam‑se ao bispo local. Não se confinam, contudo, ao âmbito diocesano: uma ampla rede de relações coloca-as em interação e evita seu isolamento. A trama mais importante dessa rede é constituída pelos encontros intereclesiais, iniciados em 1975 e realizados a cada três ou quatro anos. A cada encontro é proposta uma temática específica para ser debatida em nível local, diocesano e regional em preparação ao encontro nacional, sempre usando o método “ver/julgar/agir/avaliar”. Tal método obriga que se tome como ponto de partida a experiência das comunidades, produzindo‑se então uma afinidade fundada no consenso em torno de certas práticas pastorais e sociais — é o que se chama “caminhada”. Sendo livre a adesão a esse consenso, ele permite diferenças entre as comunidades plenamente identificadas com a pastoral libertadora e as que dela se distanciam.

A rede das CEBs não tem dirigentes ou organismos coordenadores. Aliás, elas não têm estatuto jurídico, embora sejam oficialmente reconhecidas pela CNBB e por documentos pontifícios. Sua articulação se dá de modo informal, no próprio processo de preparação de cada encontro intereclesial. Uma equipe local funciona como secretaria executiva, enquanto um grupo de representantes regionais funciona como instância deliberativa nacional. Ambas contam com a participação de bispos e assessores teológicos que asseguram sua ligação com outras instâncias eclesiásticas. Organização análoga ocorre nos níveis regionais e nas dioceses, onde os representantes das bases locais formam equipes encarregadas de promover seus encontros, sem, contudo, interferir no cotidiano de cada comunidade, autônoma por natureza.

Essa organização, contrastante com a estrutura medieval e monárquica do catolicismo romano, foi definida em documento da CNBB como uma nova forma de ser Igreja. Sua originalidade reside no fato de que, ao realizarem as atividades pastorais habituais de modo popular e participativo, as CEBs rompem a relação clerical e introduzem na Igreja Católica um outro modo de agir. Na medida em que essa forma peculiar de ação social desdobra‑se para fora delas, as CEBs passam a contribuir também para a renovação do cenário sociopolítico brasileiro, incorporando‑lhe a prática participativa e igualitária desenvolvida a partir da experiência comunitária nas bases populares.

Pedro A. Ribeiro de Oliveira colaboração especial

FONTES: BOFF, C. Comunidades; BOFF, L. Eciesiogênese; CNBB. Comunidades; TEIXEIRA, F. Encontros.

 


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - A Carta

 

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Pensando nas transformações deste mundo, lembrei-me da carta.Um gênero textual de correspondência, o qual visa a estabelecer uma comunicação direta entre os interlocutores, para transmitir diferentes tipos de mensagens. Mas uma carta pode trazer certos infortúnios, a partir do exemplo da carta escrita por Pero Vaz de Caminha. Ele enquanto escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, anunciou ao rei Dom Manuel, de Portugal, as suas impressões sobre a terra e sua gente. A carta, datada de Porto Seguro, sexta-feira de 1° de maio de 1500, foi levada a Portugal por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos. Uma carta que até nos dias atuais não se desvendou suas traçadas linhas.

No Vale do Jequitinhonha, antigamente, escrever carta era uma peleja! Pois tinha gente que cobrava pelo serviço da escrita. Depois que postava ainda era outra luta, da espera incansável. Muitas vezes nunca haveria retorno, pois não se sabia que a mesma chegaria ao seu destino.

Namorar através das cartas tinha sua elegância, os casais além de caprichar nas declarações de amor, costumavam pingar gotículas de seu perfume, no papel. Assim antes de ler, era possível sentir-se o outro. Problema era quando alguém exagerava nas doses de perfumes extravagantes! Também tinha a marca do beijo carmim ao final da escrita como forma de carimbar o forte desejo de uma mulher, no papel.

Cartas que anunciava a morte de um parente, vizinho ou cônjuge, e muitas vezes, dado ao  tempo de chegada, sofria-se por não celebrar a missa de sétimo dia. Mas quando o remetente era de uma autoridade, se via olhares entre as frestas das portas,  burburinhos e adivinhações por algum mal feito, deixando a vizinhança em alerta de tanta curiosidade.

Havia também casamento desfeito através das cartas, quando isso acontecia, selava-se inimizades e rixas de famílias.

Agora a carta perdeu o encanto da chegada, mas ainda conserva a magia, mesmo que seja virtual. Se atrevermos a investigar, alguns autores como Raquel de Queiroz, Rubem Braga e outros já escreveram sobre o gênero.

E você já teve a experiência de escrever ou receber uma carta, assim?

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - Escrever ou não escrever: eis a questão...

 



Ultimamente venho refletindo sobre até que ponto nos prendemos em virtude das críticas que recebemos em vários aspectos, mas principalmente no que se refere à escrita...

Na internet principalmente, vejo escritores e escritoras evitando publicar sobre assuntos de seus interesses, temendo a reação do público que os acompanham. Particularmente, entendo que se trata de um ponto delicado, pois me faz pensar: até quando somos livres para nos expressar?

Imagino que em uma sociedade, onde as críticas são levadas em consideração por tantos para conhecer alguém, muitos e muitas não se sentem plenamente seguros para escrever, se posicionar sobre todos os assuntos.

Não que um escritor ou uma escritora tenha a obrigação de se posicionar sobre tudo, mas quando ele ou ela deixa de fazer por medo da rejeição de seus textos e consequentemente da sua pessoa, acredito que estamos diante de uma situação a ser analisada.

A “cultura do cancelamento”, tão forte no momento, nos faz pensar e repensar sobre o que compartilhamos, sobre o que escrevemos. Acho que a saída está justamente aí, observar com carinho e cuidado a pluralidade de formas que temos ao abordar determinados temas. A escrita que para a maioria de nós, é meio de estabelecer contato com quem nos cerca, não pode ser limitada no sentido de escrevermos sobre algumas coisas e outras não.

Podemos realmente escrever sobre o que quisermos!

 

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

O ASSUNTO É? - O poder das mulheres

 

Nenzinha e Salene - Comunidade Quilombola Jenipapo Pinto - Foto: Jô Pinto



Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta,

Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta

Maria, Maria é o som, é a cor, é o suor

É a dose mais forte e lenta

De uma gente que ri quando deve chorar e não vive apenas aguenta

Mas é preciso ter força é preciso ter raça

É preciso ter gana sempre

Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria

Mistura a dor e a alegria (Maria, Maria. Milton Nascimento)




A música  fala das lutas e da força das mulheres, das barreiras de gênero e raça que são colocadas para nós e que derrubamos, marcando nossa presença na história. Quando fui convidada para falar com vocês sobre a mulher enquanto agente transformador de seu território, fiquei pensando sobre o que falar. Decidi começar contando a história de três Marias.

Maria de Jesus, minha mãe, começou a trabalhar com 8 anos de idade numa casa para ajudar a própria família que era muito pobre. Muitas vezes minha avó fazia chá de folha de laranja engrossado com fubá para alimentar as filhas. Maria de Jesus passou de casa em casa até casar-se aos 28 anos com meu pai, um trabalhador rural de Catarina, município de Bocaiuva. Viveu 6 anos de casamento, ficou viúva aos 34 anos, migrou para a cidade de Montes Claros e voltou a trabalhar em casas de família para nos criar. Passou a lavar roupas para fora, numa bacia de alumínio sobre um banco, passava com um ferro muito pesado aquecido com brasas. Muitas vezes nem recebia pagamento pelos serviços domésticos. Criou os dois filhos com muita dificuldade, vivíamos numa casa sem luz elétrica, sem rede de esgoto e não contávamos com a ajuda de nenhum parente, vizinho ou conhecido.  Maria José, nasceu em Montes Claros, repetiu a quarta série algumas vezes antes de se formar, passou a trabalhar como professora na zona rural de Bocaiuva. Naquela época não havia escola em Catarina, então ela ensinava numa sala cedida por um fazendeiro local. A merenda era preparada por ela no fogão a lenha, depois, levada até a escola que ficava distante de sua residência, para isso colocava o caldeirão suspenso numa vara, as pontas da vara eram colocadas sobre seu ombro e de alguma de suas alunas. Caminhavam assim até a escola. Durante o dia ensinava as crianças, à noite ensinava os adultos, era ela quem orientava as meninas da região sobre questões femininas, era também quem intervia em casos de violência dos pais contra as filhas. Depois de algum tempo conheceu o marido, Antônio com quem se casou, passou a trabalhar em tripla jornada, na roça, na escola e em casa. Durante o tempo em que foi professora na Fazenda Catarina mobilizou a comunidade para construir e colocar para funcionar a escola que hoje atende as crianças e adolescentes da região. Após a aposentadoria, continuou a residir em Catarina e participar da vida da comunidade, sempre reconhecida pelo seu trabalho de professora e fundadora da escola. Durante sua vida recebeu homenagens locais pela sua trajetória em favor da comunidade. Maria do Rosário – Conhecida como Rosarinha, trabalhadora rural, negra, nasceu e cresceu na fazenda Catarina, região de Bocaiuva. Todo o seu sustento retirado da produção agrícola familiar. Animava a comunidades com seu dom de rezar nas festas religiosas. Conciliando seus trabalhos domésticos e na roça com a liderança comunitária, atuou na associação de trabalhadores rurais de Catarina. Tornou-se tesoureira da associação. Mobilizou as mulheres para criar a associação de mulheres de Catarina cujas conquistas se destacaram. Foi dirigente regional e estadual da FETAEMG (Federação dos Trabalhadores Rurais de MG) e sócia do CAA e da Cooperativa Grande Sertão. Sua trajetória hoje está registrada em teses e dissertações para as quais foi entrevistada, bem como na memória dos moradores da comunidade rural de Catarina.  Nestes três exemplos vemos a força, a garra e o poder transformador das mulheres. Em todos os espaços, seja no trabalho em casa, na educação e na comunidade as mulheres agem transformando as condições de vida e beneficiando a todos. Ao longo da história fomos convencidas a acreditar que não temos poder. No início da república as mulheres eram impedidas de votar, só podiam trabalhar com autorização dos maridos, seus bens eram controlados pelos maridos, não tinham poder sobre os filhos. Os homens diziam que as mulheres eram inferiores e não podiam participar da política. Também eram proibidas de estudar. Caso perdessem a virgindade antes do casamento podiam ser devolvidas e deserdadas. Muitas eram internadas em conventos ou asilos pelos maridos que ficavam com suas heranças. Estas proibições e violências eram formas de sufocar nosso poder transformador. Se voltarmos mais no tempo, veremos que as mulheres inventaram a agricultura e a pecuária. Entre as primeiras sociedades humanas, quando os homens saiam para caçar, as mulheres ficavam cuidando da prole, ali iniciaram o cultivo dos alimentos e a criação de pequenos animais. Ou seja, desde sempre temos o poder de agir no sentido de modificar o espaço em que vivemos. Sei que me dirijo a mulheres que agem para alterar suas condições de vida e de suas comunidades: Seja na família, seja, no bairro, na zona rural, urbana vocês mobilizam, atuam, incentivam e promovem a transformação. Uma forma de fazê-lo é ingressando nas organizações políticas da sua comunidade, participando das associações de bairros, das associações rurais, dos colegiados escolares, enfim, da vida política de sua localidade, cidade e país. O termo “política” surge de Pólis, que na Grécia antiga significava cidade, Política é a gestão da pólis, da cidade. Todas as organizações são formas políticas. O ser humano é um ser político. Nós mulheres não devemos temer as tentativas de nos fazer voltar para trás na nossa caminhada, sempre que as mulheres conquistam espaços na política e na sociedade são ameaçadas, tentam nos fazer retroceder. Para além de participar das associações e organizações coletivas locais, temos que saber escolher na hora de votar e eleger pessoas que nos representem, mulheres como nós, especialmente negras e indígenas, trans, que defendem os direitos das minorias políticas.  Termino com uma questão para reflexão: Se nós mulheres somos uma parcela grande do eleitorado, por que motivo elegemos tão poucas mulheres?

 Palestra apresentada no Seminário Regional: A mulher como agente transformador.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - A curiosidade da leitura

 

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                Na vida existe situações, que mesmo depois de certa idade, pensamos sobre determinadas ações e atividades de família.

             Na infância, minha família resumia entre meus avós maternos, meus pais e vizinhos. Engraçado, porque os vizinhos constituíam na extensão da família. Neste núcleo apenas minha mãe sabia ler e escrever. Ela havia cursado o primário incompleto, sempre dizia que teve de parar os estudos, porque não tinha condições de comprar o uniforme, nem material escolar; foi trabalhar em casa de família muito cedo para ajudar no sustento da família.

            Então os vizinhos recorriam á minha mãe para ler e escrever cartas, ler as bulas de remédios, receituários médicos. Eu sempre dava um jeito de ficar a espreita, escutando tudo, achava aquilo mágico!

Interessante, que de vez em quando juntava muitas pessoas na sala ou na cozinha, para ouvir minha mãe ler a “Folhinha Mariana”, a cada tópico lido, havia alguém arregalar os olhos ou esticar o dedo indicador dizendo “num falei “.  E nesses momentos era um falatório danado, até que alguém com seriedade, dizia: – “deixa Lia terminar de ler a foilinha, gente! ”.

            Também tinha diversão, não sei de onde vinha, mas havia as leituras de umas histórias engraçadas, que soube mais tarde que eram os cordéis.  E quase sempre falava de contendas entre Deus, Diabo, Mulher, Homem Azarento. Enfim, minha mãe lia de uma maneira tão cênica, que tudo parecia real. Ora o povo ria, outras vezes alguém queria destinar a trama de outro jeito.

            Apesar do retardo da fala, a capacidade de imaginar um mundo contado através destas leituras que circulava na minha casa, favoreceu a minha afinidade com as letras, que até hoje  me atrai  e rogo  para que  as pessoas leiam para alguém, mesmo que o outro saiba ler e escrever.Porque ouvir alguém lendo, é mágico!


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sábado, 12 de fevereiro de 2022

EscreVIVENDO – Vem aí!

 

 


O Leia Mulheres é um projeto nacional, que surgiu em 2015, na cidade de São Paulo, através de Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques, e que prevê maior valorização da leitura de obras de escritoras, através de clubes que se reúnem mensamente.

Em Araçuaí, o clube existe desde de 2019 e, atualmente, é coordenado por mim, Thaisa Martins, e pelas companheiras Hérica Silva e Herena Barcelos. O nosso coletivo tem uma equipe incrível de mediadoras que o constroem, cerca de vinte mulheres, de diversos lugares, de dentro e, também, de fora do Vale do Jequitinhonha.

Em 2021, como já comentamos nesta coluna, o Leia Mulheres Araçuaí-MG promoveu uma série em seu Instagram, entre o período de 07 de abril a 28 de julho, homenageando, semanalmente, uma autora do nosso Vale. Foram 17 semanas, valorizando a produção de escritoras do médio, alto e baixo Jequitinhonha. As homenageadas se identificaram como: doula, indigenista, agricultora familiar, mestra, negra, feminista, educadora do campo, compositora, poetisa, militante e quilombola. Isto indicou uma diversidade riquíssima, que só reforçou a beleza do nosso Jequi.

Em 2022, daremos continuidade a este projeto, e aproveitamos para divulga-lo nesta coluna.

Desta vez, as dicas de autoras poderão ser feitas por elas mesmas, através do nosso e-mail. Estaremos recebendo indicações até 14-03-22. E, a partir de março, quinzenalmente, divulgaremos as autoras homenageadas em nosso Instagram.

Você, autora do Vale do Jequitinhonha, que quer ter sua obra divulgada em nosso Instagram, envie para o e-mail: leiamulheresaracuai2021@gmail.com

·         Sua mini biografia;

·         Uma foto sua;

·         Uma frase ou verso seu, que queira aparecer na postagem (até 4 linhas);

·         E, caso tenha livro (s) nos envie a (s) foto (s), para compor a divulgação.

 

Será um prazer conhecer a sua produção e fazer esta troca com a gente. Aproveitamos para divulgar o nosso Instagram @leiamulheresaracuai. Lá você fica por dentro de todas as notícias do nosso clube e pode nos mandar mensagens, caso tenha dúvidas.

Bora divulgar este texto em nossas redes? Bora fortalecer a literatura de autoria feminina do Vale do Jequitinhonha?

 

Contamos com vocês!




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - De tanta descoberta no depois da iminência

 

Encontro do Rio Jequitinhonha com o Mar - Belmonte/BA - Foto: Internet 

Tenho sorte de dormir muito.

Eram muitas horas de estrada. Mas não era pelo caminho a tal sorte, que de caminho eu gosto até bastante. Era pela verdade que eu não queria assentir.

Não era a primeira vez que eu ia vê-lo. Ele mesmo não vinha a Minas, mas eu fui atrás dele em vários estados. Ele sempre me recebeu bem. Umas vezes mais afável, outras mais agitado. Enfim, a gente já tinha até uma história. Não sei nem se posso chamar de paixão. Queria chamar de mistério, e temo pela minha não propriedade de remexer na língua que tanto admiro. Mas vou chamar de mistério, como se mistério fosse um sentimento próprio de romance. Eu sentia um mistério por ele. Não esse mistério de curiosidade, era mais de inexplicável. 

E ele é, de fato, um trem lindo. Penso que isso seja um consenso. Nunca vi ninguém dizer o contrário. E nem fico com ciúmes, porque nem é uma relação de posse. Sei que ele é de todo mundo. Imponente, seguro, destinado. Não é de se causar admiração que eu tenha por ele esse feitiço. Eu tenho fascínio por segurança. Talvez por um amor invejoso do que sou falta.

Mas sempre houve aquele nó.

O primeiro toque foi gélido. E, dali um pouco, percebi que era mais do calor de minha expectativa que de sua pensada frieza. Compreendo que ele não é frio. Só próprio mesmo. Sei que ele gosta de minha companhia, mas não precisa dela. Eu sinto isso estranho em mim, porque tenho uma tendência insuportável e incompreensível ao amor que imprescinde.

A nossa relação é boa, acho que posso dizer assim. E seria plena, não fosse a mentira. E o outro.

Era como se eu traísse o que deixava para trás.

Na verdade, eu traía o que deixava para trás. Só que, o nó no peito, era injustificado. Parecia que era de um puritanismo que não concebo. E essa era fonte do caos interior: medo de estar sendo outra.

Eu nem sei quando aconteceu. Sou uma moça lerda, movida à ímpetos. É num repente que sei coisas que já sabia sem perceber e faço o que é preciso para continuar equilibrada no caminho.

Talvez seja uma ordem natural das coisas. Que no limite aconteça o que precisa acontecer. Penso nisso porque acontecem coisas que podiam ter acontecido antes, se eu percebesse o que eu já sabia.

É um pouco de pretensão imaginar que o cosmo se preocupa com meu equilíbrio. Com meu equilíbrio particular. Mas há um equilíbrio universal, do qual faço parte com minha pequenez. E eu acredito nele.

Fato é, aconteceu. E eu só pude pensar tudo isso depois de ter sido acontecida pelo cosmo, ou pela descoberta, ou pelo quê.

Era como se eu estivesse traindo um e outro.

Mas a traição nunca foi o encontro. Era o silêncio. Não o silêncio comum da indecência, mas o silêncio da propriedade.

É como se estivesse traindo a mim.

É difícil não estar no mesmo. E o viver tem umas verdades de maioria em que eu não caibo. Mas que — juro, me custa o sossego entender por que — eu avoco.

É verdade que relutei, e o medo grande que percebo, o de ir contra a maré, me dá alguma sensação de comiseração. É temorosa a força quando é a necessidade que carece. Mas que belo ter acontecido. Talvez eu esteja aprendendo a amar mais o que sou. Ando ansiando mesmo pelos dias de crescer.

Mas enfim, eu consegui. Aproveitei que não tinha muita gente perto e fiquei de frente com ele. Engoli seco, mas, apesar de ir lenta, não freei, para não voltar atrás.

Assumi bem baixinho, o que já devia ter dito há muito tempo. Inaudível, de maneira que só ouvisse quem realmente importava. E eu acho que ele compreendeu. Respirei fundo e sussurrei no meu ouvido:

— Desculpe-me, Mar, eu amo mais o Rio.

 

Por




quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Opinião do Blag - Recomençando




Bom dia seguidores, colunistas e colaboradores de nosso Blog.

Ficamos um tempinho sem fazer publicações, isso devido á questões técnicas, final de ano e férias. Mas estamos de volta e a partir de hoje todos os dias da semana, um tema diferente será abordado em nosso blog, nossos colunistas com sua sensibilidade a escrita, continuaram a abordar temas pertinentes ao nosso cotidiano, dicas de leitura, vivências e experiências. 

E tem novidade vindo por ai....É o Podcast Espaço Livre, estamos trabalhando para utilizar mais essa ferramenta aqui em nosso blog. 

E amanhã já teremos uma matéria de nossa colunista Herena Barcelos.... aguardem!

Nosso Blog tem temas diários, acompanhem!

Segunda - Memória Cultural:  Colunista Ângela Freire

Terça - O Assunto é: Colunista Rosana Santos

Quarta - Opinião do Blog: Colunista Otacílio Mendes

Quinta - Diário de Leitura: Colunistas Herena Barcelos e Alex Konrado

Sexta - Conhecendo o Jequi: Colunista Jô Pinto

Sábado - Escrevivendo: Colunista Thaísa Martins


Desde já agradeço a compreensão e aguardo vocês lendo e compartilhando as colunas de nosso blog, afinal de contas aqui é um Espaço Livre e de todos.


Jô Pinto

MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...