terça-feira, 24 de novembro de 2015
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - DO FEIJÃO A FEIJOADA
Feijoada - Foto: Internet |
Os cronistas do
período compararam as variedades nativas com as trazidas da Europa e África, e
foram categóricos, acompanhando a opinião do português Gabriel Soares de Souza,
expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso. Caiu no
gosto dos portugueses.
O viajante francês
Jean de Léry e o cronista português Pero de Magalhães Gândavo, no século XVI, descreveram o feijão, assim
como o seu uso pelos nativos do Brasil. A segunda edição da famosa História
Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Piso, revista e aumentada em 1658, tem
um capítulo inteiro dedicado à nobre semente do feijoeiro, nesta época começou-se a introduzir outras variedades de
feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão consumido em
Portugal, conhecido como feijão- fradinho (de cor creme, ainda hoje muito
popular no Brasil, utilizado em saladas e como massa para outros pratos, a
exemplo do também famoso acarajé).
O
feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os
cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta
indígena, chamado por grupos guaranis ora comanda, ora comaná, ora cumaná, já
identificando algumas variações e subespécies..
No
início do século XIX, absolutamente todos os viajantes que por aqui passaram e
descreveram os hábitos dos brasileiros de então mencionaram a importância
central do feijão como alimento nacional. O príncipe Maximiliano de
Wied-Neuwied comeu feijão com coco na Bahia, em 1816, e adorou.
O
francês Saint-Hilaire sentenciava, nas Minas Gerais de 1817: “O feijão-preto
forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase que a
única iguaria do pobre”.
Spix
e Martius, naturalistas que acompanharam a comitiva da primeira imperatriz do
Brasil, a arquiduquesa austríaca Leopoldina, fizeram referência à “alimentação
grosseira de feijão-preto, fubá de milho e toucinho” em Minas Gerais. Também
citaram o feijão como alimento básico dos baianos, inclusive dos escravos. O
norte-americano Thomas Ewbank, em 1845, escreveu que “feijão com toucinho é o
prato nacional do Brasil”.
A
fama do feijão na culinária brasileira
firmou –se através dos s escravos, nos escassos intervalos do trabalho na
lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a
eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não
serviam ao paladar dos senhores.
Por:
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL: PARTILEIRA, PRATILEIRA OU PARTELEIRA?
A palavra “partileira” é muito usada no vocabulário popular
ao objeto inventado com a finalidade para guardar pratos, há também quem
pronuncie “pratileira”, no entanto ambas expressões apesar de incorretas,
sabe-se que se refere a um objeto com tábua(s) horizontal(is), cuja derivação ”prat-e-leira”.
Em casas de interior, principalmente em Minas
Gerais, é comum em cozinhas, avistarmos o móvel de madeira, simples, feito de
madeira muitas vezes sem nenhum tratamento,
envelhecida pelo tempo ou pela fumaça
do fogão à lenha, mas o que chama atenção nestas, são as vasilhas de
alumínio, brilho de arder os olhos, que
nos perdemos com nossa imagem refletida , de tão bem ariada (expressão usada quanto ao brilho da vasilha).
Atualmente este móvel ganhou ares de sofisticação e
requinte em ambientes rústicos, e, assinados por profissionais de
decoração, o valor é agregado e repercute como símbolos de raridade.
Independente da forma em que pronunciamos:
Partileira, pratileira ou prateleira, você deve recordar de algo que cause
saudade .
Por
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - AOS MESTRES COM CARINHO
A origem do dia do professor iniciou-se em 15 de outubro,do ano de 1827, quando o Imperador D. Pedro I resolveu instituir
um decreto criando o Ensino
Elementar no Brasil, e, também com a
criação das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do
país. Além disso, o decreto estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem
ministrados e as condições trabalhistas dos professores.
Em 1963, a data foi
oficializada através da lei Decreto Federal 52.682, que continha em seu Art. 3º: “para comemorar condignamente
o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades,
em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas
participar os alunos e as famílias”.
Pensando no valor da educação enquanto progresso e
desenvolvimento de uma região, apresento dois
homens dignos de respeito e
reverência: Dom José de Haas e Dom Enzo. Sem desfazer dos demais, estes lutaram bravamente para introduzir uma
educação de qualidade e para todos,.
Graças a estes os frutos e raízes que fez germinar sementes
prósperas das quais nos orgulhamos hoje como: Colégio
Nazareth, E.E.Dom José de Haas, E.E.Industrial São José, Seminário São José e
tantos outras instituições
espalhadas pelo Vale do
Jequitinhonha.
Também não poderíamos deixar passar aqueles professores que
marcaram épocas e se fizeram presentes
nas histórias de vidas de tantas pessoas que tiveram oportunidade de ocuparem um banco de uma sala de aula dos
quais cito alguns: Mestre Lalá, Hilário Pinheiro Jardim, Isaltina Cajubi, Mestre Ernesto
Gonçalves Pereira, Pedro Nobasco e
Francisco de Paula. Maria Fulgêncio Alves Pereira (Mestra Quita), Padre
Celestino Rodrigues Chaves., Antônio Ferreira Paulino, Mestra
Cláudia Caldeira de Araújo, Virgínia Chaves (Dona Zina), D Maria Pereira, Maria Emília Cajubi , Dona
Stela Dalva Figueiró, Lourdes Jacob
Paulino, D. Mariinha , D. Zizi(Maria
Olegária), João Pizini, Solano de Barros, Graça Sá, Dona Branca, Dona Nana, Bila, Maria Emília Fulgência,
Dona Dôra e tantos(as) outros(as) mestres(as).
A todos os mestres e mestras de um tempo
passado e deste tempo atual, nosso mais profundo carinho e respeito pela profissão.
Por
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - MENINO JESUS
Na cidade de Itinga, há uma
comunidade denominada de Água Fria, lugarejo antigo deste município em que
guarda ainda a Casa de Máquinas, espécie de
usina ou pequena hidrelétrica , capaz de oferecer energia para a cidade
até certo período, pois perdeu sua utilidade com a chegada da luz elétrica,
esta foi a segunda usina a funcionar no Vale do Jequitinhonha.
Conta o povo que a entrada das bandeiras e bandeirantes, cujo costumes de
Portugal, era de carregar seu santo de
devoção em suas bagagens, pois quando
instalavam-se, tratavam logo de criar
nomenclaturas , ofertando assim nomes para muitas localidades.
Encontramos uma imagem do Menino Jesus de Praga, numa capelinha que dá
origem ao seu padroeiro, a mesma apresenta-se em sua composição em madeira, uma bela reliquia,
, a imagem requer um trabalho de conservação e preservação, e esta encontra-se guardada com segurança.
POR
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
OPINIÃO DO BLOG - A culpa é do outro
Pois assim em tempos de crises me recorri esta reflexão feita por uma mulher, um mulher guerreira tão comum no Jequitinhonha, para que nos cidadãos possamos pensar um pouco mais sobre tantas coisas erradas que acontecem no mundo, em nosso país, em nosso estado , em nossa cidade, e ai me pergunto até quando vamos achar que a água que entra no barco é de responsabilidade do outro, precisamos sair do nosso estado de hibernação e fazer a nossa parte, por mais pequena que seja ela fará a diferença, pense nisso, ou você vai querer afundar sem fazer nada?
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - Chafariz
Foto: Internet- meramente ilustrativa |
E
depois de 08 dias sem água nas torneiras de minha querida Itinga, tivemos de
voltar a nostalgia de lavar as vasilhas , tomar banho e pegar os baldes com
água no velho e sempre protetor Jequitinhonha.
E no decorrer desta nostalgia, veio a lembrança de um velho conhecido do
povo de Itinga, pelo menos para aqueles que não tinham água encanada em casa o
“ chafariz” da avenida Santa Cruz, na minha lembrança de infância ele ficava no
meio avenida na divisão da subida e decida, lembro das filas para se pegar a
água, das discussões para ver quem chegou primeiro, para nós a criançada tudo era diversão, o simples fato de ver a água saindo na
torneira do chafariz me encantava e com
certeza todas as crianças, tempo que não
volta mais, mas que fica na memória, onde a coletividade tinha na pratica sua
existência, um chafariz reunia pessoas por suas necessidades de ter água em
casa, mas este mesmo chafariz fazia com que as pessoas estivessem juntas, e
entre um pote e outro de água, se tinha
aquele dedo de prosa, se sabia como estava a família, colocava-se as noticias
em dias e no vai e vem de potes e latas o chafariz, era o elo de ligar pessoas através
da benção divina chamada ÁGUA.
Por
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
SEXTA LITERÁRIA - Quando For a Última Gota , de Herena Reis Barcelos
(...)
Mas o mar seria menor se lhe faltasse
uma gota.
Autora: Herena Reis Barcelos
Chico
era um poço por um triz.
Por
um tempo bebi de sua água. Por um tempo, muito. Muita água em pouco tempo, a
gente até escorre. Quando eu escorria, molhava sem querer e tudo. A água me era
boa ainda assim. Nutria.
Mas
isso é de Chico.
Era
bonito. De água azul, achavam que de tão limpa. Depois viram que não. Era poço intenso,
e intenso de poço é profundidade, que se perdia de vista e não se via o fundo.
Mas depois se viu.
Chico
era de pedra, e azul fluido. Azul do jeito que você quiser. Azul bonito. Não
era de pedra por ser duro. Ficou até duro depois, afora o cinza. Não era azul
por ser limpo, porque sujou e era azul ainda. Nem era azul por ser fundo. Era
cinza e azul. Todo poço e todo mundo é um pouco cinza, um pouco azul, eu acho.
Mas têm outras cores também, não Chico.
Chico
era um poço feliz.
Mais
porque todo poço nasce mais pra feliz mesmo. A felicidade até foi secando.
Embora tivesse água. É que Chico não via. Não que a água fosse a felicidade. A
água, a desse poço era Chico, e Chico podia ser feliz. Embora fosse cessando.
Chico
era um poço juiz.
Desses
que julgam mal. Não sei se julgar pode ser bom. Porque limita a verdade. Sei
que de Chico, depois de já ter sido na vida todo ofertado, de sua água, nem
tudo bebia. Ou bebia só de gota. Chico parou de se dar, e ia achando que a água
acumulava, porque se sentia cheio.
Mas,
e porque, Chico era poço aprendiz.
Pouco
que se dava, muito recebia. E as pessoas podem ser más, embora não precisem,
não devam e não tenham nascido pra tal. Algumas eram más com Chico, mesmo que com
outros fossem boas, mesmo que outrora fossem boas. Ou mesmo tentando ser. E
Chico não descartava, e porque nem sabia. Depois sabia em partes e era pouco.
No
começo Chico achava que tinha que guardar o que estava posto ou jogado lá
dentro. Alguns jogavam goela abaixo, do que Chico nem queria. Ele até aprendeu
que podia jogar, mas não conseguia tudo. E não sei qual o processo para se
distinguir o que se joga. Ma não era Chico quem definia, não sempre. Na
verdade, só umas vezes.
Chico
era poço petiz.
Ser
menino não é ruim, antes é bom. Porque tem inocência e inocência dói menos. Mas
difícil é passar de menino a crescido, sendo julgador e principiante.
Chico
acumulava umas coisas que não eram gota. Entulho, do que não servia, pelo menos
pra ele. E entulho não serve para nada, só para ocupar.
Era
mais de ignorar mesmo. Na verdade Chico era a água que dava e quanto menos dava
menos era. Quanto menos era, menos água. Mas é que Chico era poço e nem sabia.
Porque
se soubesse, se alguém lhe dissesse, ele parava de guardar entulho, que lhe
enfiaram, que lhe ocupava, para ter espaço pra água. E a água não ficar na
beira, pra ter espaço de se caber.
Chico acha que está quase transbordando. Por uma gota. Na verdade Chico, você está na iminência de secar.
Por
terça-feira, 22 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - A Gameleira
Pé de Gameleira, foto Ilustrativa - Internet |
Quem nunca ao passar pela estrada de chão indo de Itinga ao sentido, Água Fria, Itinguinha, Corrente, Ponte do Pasmado e outras tantas comunidades, não parava por alguns minutos para deliciar a sua sombra, esperando recuperar as energias para seguir a viagem?,quem nunca sentou-se em sua raízes para tomar um pouco da garapa buscada do alambique? quem nunca deixou o feixe de lenha encostando em seu tronco enquanto se descansava? quem nunca chupou uma manga debaixo de copa dela? quem nunca apeou o cavalo para descansar, o homem e o animal,? quem nunca em cima de seus galhos observou o Rio Jequitinhonha? É tudo no passado, a grande gameleira nessa estrada era mais que uma árvore no meio do caminho, era uma parada obrigatória no meio do caminho, um lugar para descanso, uma diversão para a criançada, um lugarzinho de sombra fresca, criada pelo pai para aliviar um pouco a caminhada de quem ali passava.
Pois é hoje dia da árvore, me veio a lembrança de nossa gameleira, um simbolo de Itinga, no qual hoje é apenas memória, porque memória? porque a raça humana ainda acredita que destruir é o caminho do progresso, e a nossa gameleira foi queimada e derrubada ficando apenas as lembranças dos meus dias de criança, que junto com outras crianças se davam as mãos para em uma inocência infantil dar uma abraço apertado na grande GAMELEIRA.
Por
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
SEXTA LITERÁRIA - Minha Viola - Patativa do Assaré
Patativa do Assaré
Minha
viola querida,
Certa
vez, na minha vida,
De
alma triste e dolorida
Resolvi
te abandonar.
Porém,
sem as notas belas
De
tuas cordas singelas,
Vi
meu fardo de mazelas
Cada
vez mais aumentar.
Vaguei
sem achar encosto,
Correu-me
o pranto no rosto,
O
pesadelo, o desgosto,
E
outros martírios sem fim
Me
faziam, com surpresa,
Ingratidão,
aspereza,
E o
fantasma da tristeza
Chorava
junto de mim.
Voltei
desapercebido,
Sem
ilusão, sem sentido,
Humilhado
e arrependido,
Para
te pedir perdão,
Pois
tu és a jóia santa
Que
me prende, que me encanta
E
aplaca a dor que quebranta
O
trovador do sertão.
Sei
que, com tua harmonia,
Não
componho a fantasia
Da
profunda poesia
Do
poeta literato,
Porém,
o verso na mente
Me
brota constantemente,
Como
as águas da nascente
Do
pé da serra do Crato.
Viola,
minha viola,
Minha
verdadeira escola,
Que
me ensina e me consola,
Neste
mundo de meu Deus.
Se
és a estrela do meu norte,
E o
prazer da minha sorte,
Na
hora da minha morte,
Como
será nosso adeus?
Meu
predileto instrumento,
Será
grande o sofrimento,
Quando
chegar o momento
De
tudo se esvaicer,
Inspiração,
verso e rima.
Irei
viver lá em cima,
Tu
ficas com tua prima,
Cá
na terra, a padecer.
Porém,
se na eternidade,
A
gente tem liberdade
De
também sentir saudade,
Será
grande a minha dor,
Por
saber que, nesta vida,
Minha
viola querida
Há
de passar constrangida
Às
mãos de outro cantor.
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
DIARIO DE LEITURA - Quem Precisa de Região?, de Mateus de Moraes Servilha
Sinopse
Trata-se de uma contribuição importante para um campo relativamente negligenciado nos últimos tempos dentro da disciplina geográfica: a Geografia Regional e a consequente discussão conceitual sobre a região. Muito mais do que uma discussão acadêmica, entretanto, e por fidelidade à íntima ligação do autor com a literatura (e, mais especificamente, a poesia), trata-se de um trabalho que nos projeta para o interior de uma problemática intensamente vivida: a produção e representação da "região" do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, através da ação e das falas dos diversos grupos e classes - "sujeitos", enfim - que de fato constroem o espaço em sua complexa inserção do território brasileiro e de circuitos globais que, com maior ou menor intensidade, o perpassam.
Estou a degustar a devolução em forma de livro, das pesquisas acadêmicas do amigo e Professor Mateus de Moraes Servilha, nosso companheiro de luta "Mateuzinho" uma obra literária que VALE ser apreciada, lida e sentida, o titulo interrogativo é um convite para uma analise a cerca desta nossa região tão cheia de contrastes, físicos, sociais e culturais. uma analise acadêmica sobre o olhar poético e literário de alguém que mesmo sendo de outra região se tornou ao longo dos anos um filho deste chão chamado "Jequitinhonha"
o livro pode ser adquirido no sitio: http://www.livrariacultura.com.br
Por
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
DIARIO DE LEITURA - Dicionario do dialeto Rural no Vale do Jequitinhonha , da autora Carolina Antunes
Este livro apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida a partir de informações linguísticas, históricas, sociais e, principalmente, de um intenso conhecimento do Vale do Jequitinhonha. Por reunir o linguístico e o extralinguístico, atitudes pragmáticas, contextos e exemplificações, revela caminhos que conduzem professores, estudantes, profissionais diversos e o cidadão comum à variante rural, à Língua Portuguesa e à cultura de Minas Gerais e do Brasil. Assim sendo, o ´Dicionário do dialeto rural no Vale do Jequitinhonha´ se configura como uma amostragem da região, o que indica um dos traços mais marcantes de sua composição - dar existência escritural à fala.
Por:
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Memória Cultural - Engraxate
O ofício de engraxar sapato, está quase extinta, mas é interessante pensar que era uma profissão extremamente masculina, surgiu por volta do ano de 1806, na França.
Um simples ato que um trabalhador teria polido e limpado os sapatos de seu chefe
general, como recompensa teria lhe ofertado uma moeda de ouro, mais tarde houve
o aprimoramento da profissão com a invenção da cadeira de engraxate por Morris N.
Kohn.
No Brasil a partir de 1877 com a imigração italiana,
surge em São Paulo os primeiros engraxates, sempre figuras de pequenos jovens,
crianças ainda que perambulavam por ruas e vielas, com suas caixas nas costas
em busca de clientes que os recompensassem com dinheiro ou comida.
No Vale do Jequitinhonha, o ofício se estabeleceu nas cidades, estabelecendo-se principalmente em mercados, durante às feiras; fazendeiros que queriam mostrar boa aparência ou então encomendas que chegavam de sapatos femininos, para frequentar bailes e festas importantes da região.
No Vale do Jequitinhonha, o ofício se estabeleceu nas cidades, estabelecendo-se principalmente em mercados, durante às feiras; fazendeiros que queriam mostrar boa aparência ou então encomendas que chegavam de sapatos femininos, para frequentar bailes e festas importantes da região.
Texto:
segunda-feira, 13 de julho de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - QUADRILHAS JUNINAS
QUADRILHA
Foto Internet |
Mês de Junho, é período de fogos, fogueiras, quermesses e com ele o frio
do inverno que aproxima mais as pessoas. Nos últimos temos presenciamos um esvaziamento destas comemorações, que
anteriormente servia para reunir rua,
famílias e comunidades, seja por
motivos em que as pessoas perderam a
crença, não há tempo para esse tipo de reunião ou porque a vida moderna
incubiu-se de afastar os vizinhos, amigos e família; o fato que ainda se
comemora as datas juninas de Santo antônio, São Pedro e São João.
O Santo mais
reverenciado neste mês é São João, segundo os mais velhos, ele era o filho
esperado de Isabel, aquela que não podia
ter filhos, já idosa, Deus a concebeu o milagre. Ela teria prometido a
Maria, que quando o filho estivesse para nascer, faria uma fogueira como forma de aviso , assim ela poderia ir
bem depressa para fazer companhia a prima. Isabel morava numa parte alta de uma
colina, e, assim que começou a entrar em trabalho de parto pediu para ascender
a fogueira que há dias havia montado.
Dessa forma estabeleceu-se o elo
da fogueira com o São João, que até
hoje há disputas inclusive para quem
consegue montar a fogueira mais alta.
Segundo
historiadores a festa junina, tem sua
origem em países católicos da Europa, foi trazida para o Brasil pelos
portugueses no período colonial, que já havia sofrido influência de outros
países como a frança que introduziu a dança marcada, a qual conhecemos a nossa quadrilha, mas que naquele país era
conhecida como dança exclusiva dos nobres; da China herdamos a mania de soltar
fogos de artifícios, pois foi deste o surgimento da manipulação da pólvora
; da Espanha e Portugal aprendemos a
dança de fitas, que era uma dança típica destes. Desta forma os elementos
culturais foram sendo incorporados e recriados no Brasil , espalhando-se pelas
regiões do país , sempre com a mesma alegria, colorido e riqueza de movimentos.
Por
terça-feira, 26 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - PILÃO
PILÃO
Mulheres de Cabo Verde, utilizando o Pilão |
O pilão tem sua origem árabe, mas foi na
África que ganhou afirmação, chegando ao Brasil no período colonial, trazido
pelos negros. Trata-se de um utensílio
doméstico, de madeira, fixado ou não ao
chão, muito utilizado nas nossas casas, com formatos variados, seja arredondado, quadrado; ao meio
há um espécie de buraco, em que se depositava o alimento ou ingredientes para
ser triturado com ajuda de outro elemento integrador deste artefato: a mão de
pilão; o ato para este movimento pode ser feito com uma ou mais pessoas,
conforme o tamanho deste.
No Vale do Jequitinhonha usa a
expressão normalmente “socar ou pilar”; no movimento sincronizado, quase uma
brincadeira em constituir o ato de bater e levantar a mão de pilão , soando
como uma acústica rítmica na produção de triturar o alimento, como é o caso do
café . Antigamente depois de retirado do pé, secado ao sol, era levado ao
pilão com o propósito de retirar a casca , peneirava e assoprava até
render sacas ou produção expressiva para
aquela casa, no entanto o processo ainda prevalecia, pois tinham de torrar a
semente(levar a semente ao fogo, mexendo para não pegar cheiro) depois de
torrado, o efeito através do cheiro e a fumaça, exalava para o bairro inteiro;
o café era socado, peneirado de forma bem
fininha e colocado em latas com tampas; posso salientar que era
comum o aproveitamento de latas de banha
ou de leite Ninho. Poderia elencar inúmeros trabalhos e receitas como:
descascar arroz, socar o milho pra extrair a farinha de milho, as paçocas de:
amendoim, carne seca, gergelim, bofe, etc.
O folclorista Luiz Câmara
Cascudo, em seu Dicionário do Folclore Brasileiro (1954) relata a predominância
da utilização do pilão:
(...)na África os esparregados
de plantas cruas são feitos no pilão. No Brasil, o milho era seu freguês clássico. A massa ou
xerém para o cuscuz, canjicão, bolo de milho, a batida para ‘tirar o alho’,
eram serviços de pilão. ...O arroz da terra, avermelhado, era descascado no
pilão. Havia várias formas de retirar a casca sem quebrar o grão. O café,
depois de torrado no caco, panela rasa, de barro, ia ser pilado. Como o milho e
a paçoca. Pilavam horas e horas. Essas operações eram confiadas às mulheres.
Quase sempre duas, no mesmo pilão, alternando as pancadas, e cantando.
(...) Na cozinha, os utensílios, como o pilão, tinham
para os negros e indígenas uma importância que o português desapercebeu,
mediante outras maneiras de esmagamento, no almofariz ou gral. Dava um sabor
inesquecível aos alimentos feitos com essa preparação. O café pilado jamais
poderia comparar-se ao café moído à máquina, na opinião popular, saudosa do
pilamento insubstituível. A paçoca exigia o pilão, sob pena de não ser paçoca.
Na África, os esparregados de plantas cruas eram feitos no pilão. No Brasil, o
milho era seu freguês clássico. A massa ou xerém para o cuscuz, a canjica, o
bolo de milho, eram batidos os grãos, para “tirar o olho”, no pilão (LIMA,
1999, p. 50).
Na religião ou na cozinha, o pilão ganhou notoriedade
no Brasil , pois era comum junto ao enxoval
da noiva e os dotes que se ofertava, havia um pilão, muitas vezes confeccionado especialmente para
aquele casal e presenteado a noiva.
Apesar de não estar mais em evidência na sua utilização,
caindo de moda decorrentes as descobertas tecnológicas, facilitou a vida de
muita gente, mas o pilão ganhou elemento agregador, servindo de adorno na decoração de ambientes rústicos e de
requinte.
Na música, o artefato também ficou
registrado na música “Cintura Fina”, de Luis Gonzaga:
Cintura Fina
Minha
morena, venha pra cá,
Pra dançar
xote, se deitar em meu cangote,
E poder
cochilar,
Tu és
mulher pra homem nenhum,
Botar
defeito, e por isso satisfeito,
Com você
eu vou dançar.
Vem cá,
cintura fina, cintura de pilão
Cintura de
menina, vem cá meu coração
Quando eu
abraço essa cintura de pilão,
Fico frio,
arrepiado, quase morro de paixão,
E fecho os
olhos quando sinto o teu calor,
Pois teu
corpo só foi feito pros cochilos do amor.
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MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS
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