Foto: Internet |
PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL
São todas as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas, que comunidades, grupos ou pessoas reconhecem com
parte integrante de seu patrimônio cultural, podendo ser transmitido de geração
em geração e constantemente recriado em função de seus grupos ou ambientes de
sua interação ou história, gerando identidade e continuidade ao fazer.
Dessa forma o queijo de Minas Gerais ganhou notoriedade,
porque além do sabor de sua degustação, foi registrado pelo conselho Consultivo
do IPHAN em 2008, como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Após
incansáveis pesquisas, entrevistas e estudos sobre esta iguaria, vê-se que a predominância da confecção da produção do queijo em fazendas de Minas
Gerais ainda mantêm-se de maneira artesanal.na verdade tal reconhecimento
surgiu oriundo da necessidade de conservar e agregar valor ao leite, que
encontrou nessa diversidade o jeito
parecido de fazer , o qual a diferença sobre quem faz, pois usa-se o leite cru e sua fermentação toda artesanal
e caseira, dá a receita o sabor da mineiridade, repassada de geração a geração.
A receita do queijo do Serro foi trazida para o Brasil no
século XVIII por portugueses que vieram da região da Serra do Estrela, chegando
ao Brasil a técnica teria sido adaptada tornando o queijo mais úmido e ácido
A receita registrada no tombamento trata-se da descrição de
todos os processos que envolvem a produção do queijo típico, desde a ordenha,
até a desenformagem, curtimento e limpeza.
A conseqüência deste registro é a valorização da produção do queijo com leite cru, que
chegou a ser condenado por questões de segurança alimentar, tirando inclusive este produto do mercado inclusive,
com o tombamento, ele passou a ter
agregação de valor, a comercialização do produto retomou a sua fabricação artesanal, podendo
ser até exportado dentro das normas vigentes da atualidade.
A apresentação deste bem, é importante devido aos percursos
e proporção, que por algum período foi
considerado clandestino e impedido de
vendê-lo, mas a partir da força de um
povo foi capaz de provar as autoridades envolvidas o valor econômico,
cultural e histórico que transformou uma simples
receita, salvou a produção leiteira salvaguardando com ele um
legado maior , que é o queijo do Serro.
Deu vontade de saborear esta iguaria? Vá a feira de sua
cidade, visite aquela fazenda antiga que possui ainda o hábito do fazer queijo,
junte-se ainda, aquela xícara de esmalte, com um cafezinho, numa costumeira
tarde ou manhã, esqueça tudo e invista no seu prazer de degustar uma boa lasca
de queijo, de Minas Gerais
Texto: Angela Gomes Freire - Professora, Turismologa e Produtora Cultural