segunda-feira, 27 de abril de 2015

MEMÓRIA CULTURAL - TRADIÇÃO E FANATISMO

Após a ação de terrorismo do 11 de Setembro de 2001, o mundo inteiro  começou  a sentir pavor   e medo dos integrantes da Al Qaeda e dos Talibãs, grupos  que seguem e interpretam os princípios islâmicos de maneira fanática.
Ora, deve estar indagando:
___Que louca, que tem haver com isto? Afinal moro no Vale do Jequitinhonha, cafundó, rincão de lonjura, isso não tem sentido.
O sentindo disso tudo começa a partir   dos acontecimentos  e   as consequências  de tamanha insanidade; pensem que nos últimos tempos na  região do Vale do Jequitinhonha há uma avalanche  de igrejas  que  existem títulos surreais, mas deixemos  tais comentários e reflitam  que temos  incutido em nossa cultura, heranças múltiplas,  deixadas por  índios, colonizadores  e invasores, somos naturalmente um país  de diversidades, o qual na região há manifestações que ao longo do tempo incorporou-se  o jeito de ser de um povo com outros grupos que aqui relacionou-se com muita  criatividade.
 O exemplo disso tudo é o forró, batuque, candomblé, festa do Rosário, Divino, candomblé e inúmeras outras.
Atualmente com a explosão e advento das mídias e tecnologias ainda assistimos  crescentes ondas de intolerâncias e muito ódio.
 Se pegarmos  o alcorão em seu fundamento é possível  entender os ensinamentos a partir de Moisés , que por sua vez concebeu  a origem do cristianismo ou judaísmo, assim como a Biblia  livro intitulado  aos cristãos.
Por esta razão estou mencionando tais escrituras, porque a partir daí  surgem pessoas, formam grupos que por sua vez deturpam as escrituras sagradas, levam  ao convencimento  ou imposição  com a falsa ilusão de alcançar este ou aquele paraíso, enfim, tudo em nome de “DEUS”.
Recentemente  pode-se constatar nas manifestações de semana santa, a ausência de reconhecimento e conhecimento  deste momento para a igreja católica, atitudes simples como a  recusa de pessoas em utilizar vestes escuras na Paixão de Cristo , ora vejam a encenação  que surgiu  no país pelo jesuíta José de Anchieta, para a catequese. Tudo isso assemelha-se  aos demais ritos cristãos, mas em nomes de confusões e distorções  surgem extremistas e fanáticos que não se importam com os fundamentos  de essência da religião, extrapolam princípios e criam razões a serem  levadas a conseqüências  trágicas, em que inocentes morrem; vidas ceifadas por atrocidades  e  com isso estão colocando a humanidade em risco, pois já  começam a destruir templos, igrejas , monumentos,  cristãos são perseguidos, jovens são obrigados a servir exércitos, a matarem seus pais, a si matarem se preciso for.
Chegando mais perto de nós e retomando ao assunto acima mencionado sobre igrejas no Vale do Jequitinhonha, há jovens induzidos a práticas e atitudes  suspeitas, como alimentar-se de uma  fantasia que está sendo protegido e para esta proteção precisa dar tudo o que possui de valor, destruir altares de suas residências , algo desrespeitoso com os mais velhos. Tratam por aberração e abominam as manifestações culturais milenares, a ponto de serem capazes de irem ao extremo se o líder pedir a isso, em nome de libertação espiritual, esquecem  e exterminam suas raízes, suas histórias , suas origens,  mas fico me perguntando frente a tudo isso: como explicar a sua negritude? A povoação do país? E a  cultura brasileira?
Não condeno nenhum grupo, pois conheço pessoas de  alas opostas a minha religião e totalmente respeitosas às práticas dos grupos de manifestações culturais e religiosas, questiono aqueles que disseminam ódio, intolerância  e dominação sobre o mais fraco, transformando-o em soldado bomba, capaz de explodir em nome de DEUS e ao mesmo tempo faço-lhes um apelo:
___Salve seus espíritos como quiserem, mas não apaguem nossas memórias, nossas riquezas e heranças culturais, elas são as provas e testemunham nossa existência, a humanidade  precisa  de gente sã, que descubram remédios para salvar vidas, mas não inventem  bombas, nem  artifícios para extermínio .
Sirvam a quem quiser, mas respeitem e deixem nossos santos, nossos terreiros, nosso tambor  em paz e harmonia.

 VIVA O VALE!

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segunda-feira, 20 de abril de 2015

MEMÓRIA CULTURAL- TESTEMUNHO DE UM MOVIMENTO MINEIRO

Esta semana as escolas falam muito sobre o tão comemorado “Dia de Tiradentes”,  mediante as controvérsias e descobertas  que historiadores vêm revelando ao longo do tempo, importante mencionar  sobre a Inconfidência Mineira, um movimento  que surgiu no ciclo do ouro, que entre tantos outros motivos  destaca-se  a opressão do governo português  no período colonial  que cobrava altas taxas e impostos, além dos abusos políticos e impedimento do desenvolvimento industrial e comercial do Brasil.
O cenário principal  deste movimento  contra a coroa portuguesa ,ocorreu em 1789, na atual Ouro preto, mas que naquela época era chamada de Vila Rica, considerada a capitania de Minas Gerais, mas é em Berilo, precisamente na rua do Porto, nº204, num sobrado , cujo dono era Domingos de Abreu vieira, português, tenente coronel do regimento de Cavalaria  Auxiliar de Minas Novas, era padrinho da filha de Tiradentes. Neste local ocorria festas e reuniões  secretas  quanto as aspirações  de liberdade e sonhos de uma pátria próspera e livre. 
Este sobrado foi seqüestrado pelas autoridades portuguesas , após a prisão dos inconfidentes em 1789.
Depois disto  há relatos  do Francês Auguste de Saint-Hilare em 1817, que teria se alojado neste e que o proprietário era um juiz da Vila do Fanado, também  o historiador austríaco João Emanuel Poh havia  sido acolhido, enfim,  pessoas ilustres chegaram a hospedar –se nesta casa.
 Também rendeu disputas e contendas quanto seus proprietários, mas isso não é mais importante atualmente, fato que o sobrado  chegou em seu estado de arruinamento  até que em 2009 ,  iniciou as obras de restauração , entre idas e vindas de projetos, finaliza-se em 2012.
O Sobrado é tombado a nível federal, estadual e municipal e abriga um centro de memória da cidade.
Vale recordar da visão privilegiada em relação a paisagem , em que se avista  da varanda do sobrado o rio Araçuaí que corre mansamente em seu ressoar ,do bater nas pedras, que melancolicamente  é possível imaginar a canção popular:
Eu não moro mais aqui,
Nem aqui quero morar
Oh beira mar,          
Adeus Dona
Adeus riacho de areia.


.Fontes:História da Liberdade no Brasil,Correia, Virato –Civilização Brasileira,1974 www.asminasgerais.com.br

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MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...