quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE – Por Jô Pinto

 


FESTIVALE, um amor inexplicável....

 

Desde muito cedo descobrir a importância da cultura e de como tudo nela era envolvente, com o mestre Ulisses Mendes fui descobrindo as raízes culturais de meu querido Vale do Jequitinhonha.

Em 1990, mesmo que só por algumas horas conheci o FESTIVALE, na cidade de Diamantina, foi só uma passagem, até 1998 estive de forma esporádica em algumas edições, mas não para vivenciar como um todo.

Em 1997, já tínhamos criado o M.C.I ( Movimento Cultural Itinguense, hoje Centro Cultural Escrava Feliciana) e fui convidado á participar de uma reunião com a FECAJE, pois havia a possibilidade do FESTIVALE de 1998 ser em Itinga.

E Itinga sediou o 18º FESTIVALE e eu fiz parte da comissão organizadora, foi o primeiro passo para entrar de vez para este universo mágico e de amor. De lá pra cá fui conselheiro fiscal, conselheiro deliberativo, Diretor Administrativo e Diretor executivo Adjunto da FECAJE.

Nessa minha trajetória de vivencia e organização do FESTIVALE, descobrir o espírito de coletividade, solidariedade, respeito ao outro e a diversidade. Talvez me falte mesmo palavras para explicar este sentimento pelo FESTIVALE, é algo que te completa de tal forma que te deixa em êxtase e só vivenciando ele para sentir essa emoção.

Em um FESTIVALE, pessoa vem, vão, arruma-se amores, desfaz - se amores, encontramos velhos amigos e cada ano fazemos novas amizades, beijos são roubados, beijos são dados... E os abraços? Sem eles não existe FESTIVALE... E quantos abraços já dei nessa minha caminhada de amor a este evento, abraços naqueles que hoje já se encontram em outro plano espiritual, abraços nos amigos que revejo a cada ano, abraços nos novos amigos, abraços naqueles que por algum motivo não apareceram mais no FESTIVALE, abraços na música, na poesia, nos artesãos, na cultura popular, nas cozinheiras/arrumadeiras, seguranças e em pessoas aleatórias que encontrei em cada cidade que estive seguindo este meu amado FESTIVALE.

Desde 1998 só não estive presente em três edições do FESTIVALE, no qual as circunstancias do momento não permitiu.

Tenho consciência que nessa caminhada agradei e desagradei pessoas, mas tenham certeza que o objetivo era um só realizar o FESTIVALE da melhor maneira possível. As engrenagens de um FESTIVALE são complexas e muitas vezes quem não esta á frente, não tem a real consciência de como é organizar o maior evento de Cultura popular do Brasil ( pelo menos na minha opinião)

Durante toda minha vivência como membro da diretoria de FECAJE, tenho dois orgulho pessoal. O primeiro, ter tido a oportunidade de elaborar e produzir a proposta sobre os Grupos de Cultura Popular, no qual deu a FECAJE a oportunidade de ganhar o maior prêmio destinado ao reconhecimento cultural do país que foi o “Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade”, concedido pelo IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) o prêmio possibilitou a FECAJE comprar um terreno na cidade de Araçuaí.

O segundo, quando estava a Frente da diretoria administrativa, recuperei toda a história do FESTIVALE, estive em varias cidades e resgatei todos os cartazes e documentos que contavam a história do FESTIVALE até 2011, quando findou nosso mandato. (Mas infelizmente este material foi tirado da sede em Araçuaí pela gestão que nos sucedeu e ao devolver mais da metade de todo material recuperado havia se perdido novamente).

Por isso hoje tenho um sonho pessoal, que é criar o “Centro de História e Memórias Culturais do Vale do Jequitinhonha” e no qual terá também arquivos sobre o FESTIVALE.

Eu só tenho a agradecer! O FESTIVALE me proporcionou encontrar amigos, mestres, amores e acima de tudo me deu ensinamentos irmandade, coletividade e respeito ao próximo no qual carregarei por toda minha vida.

 

Que a vida me permita estar presente para comemorar seus 80 anos!

 

Gratidão FESTIVALE!

 

 

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

FESTIVALE - Prêmios e Homenagens

 


PRÊMIO RODRIGO MELLO FRANCO DE ANDRADE

Em 2008, o então Diretor Administrativo da FECAJE, Jô Pinto, escreveu a proposta “Grupos de Cultura Popular – o maior patrimônio do Vale do Jequitinhonha”, na categoria divulgação no Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, concedido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional), e este foi selecionado pelo IPHAN, regional de Minas Gerais e a premiação foi entregue na cidade de São João Del Rei/MG

No último dia 3 de outubro de 2008, em solenidade realizada na sala Vila Lobos, em Brasília, em reconhecimento pelo trabalho da entidade, através do Festivale, em favor da preservação e divulgação dos Grupos de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, a Fecaje foi agraciada com o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, maior prêmio a nível nacional dedicado a cultura.

 

COMENDA TEOFILO OTONI

Em solenidade realizada na cidade Teófilo Otoni em Novembro de 2008, a Fecaje e o Festivale foi homenageada pelo Governo do Estado de Minas Gerais conferindo à entidade a Comenda Teófilo Otoni. A medalha homenageia pessoas e instituições que contribuíram para o desenvolvimento político, cultural, econômico e social das regiões norte-nordeste de Minas Gerais, Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, e Norte de Minas.

 

HOMENAGEM DO TRIBUNA DO NORTE

No dia 8 de dezembro de 2007, o 16º aniversário do jornal Tribuna do Norte, dirigido p Tiburcim, militante da cultura do Vale.  A FECAJE e o FESTIVALE recebeu a homenagem na qualidade de destaque cultural do ano

 

HOMENAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS PELOS 10 ANOS DO FESTIVALE

Em junho de 1989 o deputado estadual Nilmário Miranda (PT) prestou uma homenagem ao Festivale na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, com Voto de Louvor pelos 10 anos do Festivale

 

HOMENAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS PELOS 30 ANOS DO FESTIVALE

Os 30 anos do Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha (Festivale), foi homenageado em Reunião Especial do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais,no dia  05/11/09, durante a solenidade também foi homenageada   A Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha (Fecaje), atual organizadora do Festivale. A solicitação da homenagem foi feita  pelo deputado Carlos Gomes (PT).

 

HOMENAGEM DA SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS PELA 30ª EDIÇÃO DO FESTIVALE

Em comemoração da realização 30ª Edição do Festivale, a Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, entrega placas em homenagem a 30 pessoas de atuação relevante e destacável no desenvolvimento da cultura do Vale do Jequitinhonha.

 

HOMENAGEM DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS PELOS 40 ANOS DO FESTIVALE

No dia 24/11/2020, do deputado estadual Dr.Jean Freire( PT), solicitou a Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, homenagem aos 40 anos do Festivale

 

COMENDA TADEU MARTINS

A proposta foi elaborada por Jô Pinto ( Itinga) e apresentada no dia 28 de abril de 2018 a FECAJE, no Encontro de Cultura Popular na cidade de Felisburgo. A proposta foi aceita por unanimidade.

Objetivo: Prestar homenagens ao idealizador do FESTIVALE e um dos grandes defensores da cultura popular do Vale do Jequitinhonha e do país,

Objetivos específicos: Homenagear  seguimentos em cada FESTIVALE, estas homenagens seriam destinadas para pessoas ou instituição que contribuíram e contribui para o crescimento do FESTIVALE

As comendas já foram entregues em 2019, no 36º Festivale, 1ª Edição em Belmonte/BA e na 2º edição no Serro/MG em 2020

 

 

 

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

MINHA FOTO NO FESTIVALE

 


Jô Pinto

 


Essa sequencias de fotos mostra a expressividade desse energia positiva quando falamos do FESTIVALE. Capelinha/ 2008. fotos tiradas pelo meu amigo Foto : Omar Abrahao





Crisitna Gonçalves


São várias de muitos anos participando ( desde os meus 14 anos) ,mais essa foi indo para o Serro MG , com gostinho de Vitória por termos sofrido tanto, lutado incansavelmente dia e noite, com fome na estrada ,carro quebrado,risco de acidente, mais vencemos o governo a batalha gritante e realizamos esse ano a segunda etapa do 36° Festivale da Foz a Nascente. Orgulho de fazer parte dessa diretoria . orgulho de todos os diretores que já passaram por esse gigante chamado Festivale.orgulho de ter tido e tenho o privilégio de ter os meus professores culturais que fizeram parte Jô Pinto e Ângela Freire.

Orgulho de ser baiana mais moldada pelas águas culturais do jequi.

Parabéns pra nós que fazemos cultura na raça

 

Giovana de Souza Rodrigues



Esta foto me traz a lembrança dos finais de tarde especiais do 35° Festivale, em Felisburgo. Nessa hora, íamos à beira da Lagoa assistir ao pôr-do-sol e aos outros espetáculos ao ar livre que aconteciam por lá.

 

Cida Almeida


Festivale 2015 Salto da Divisa. Galera massa. Pessoas especiais e Festivale lindo demais

 

Tiburcim Salinas

Com o cantor Elomar no  Festivale Salinas de 2004.

 

Ytxaha Braz



Festivale em Felício dos Santos 2017 pude levar uma oficina com questões e lutas indígena, dando visibilidade a nossa luta diária no espaço festivale. Foi extremamente necessário e importante. Gratificante estar com companheiros de luta do Vale do Jequitinhonha. Foto: Felipe Matos

 

Cláudio Dias


São tantos Festivales, momentos e fotos que fica até difícil de escolher. Então, escolhi uma do ano de 2017, Festivale de Felício dos Santos! Cidade linda, acolhedora e que me fez sentir bem recebido do início ao fim do evento! A dança afro fez morada em minha vida desde quando a conheci no Festivale de salinas (2004). Então posto aqui uma lembrança dessa dança que é minha paixão!

 

Jaime Prado


 

Festivale de Pedra Azul em 2002, meu segundo Festivale, que na verdade considero primeiro, pois foi neste que me entreguei pro movimento e curtir cada momento do que estava acontecendo, detalhe essa é a oficina de circo porém eu estava fazendo oficina de artesanato em argila, só que todo dia que eu passava pelo pátio da escola pra ir minha oficina eu parava por uns minutos pra observar o circo e me encantava com tanta magia, não resiste e quando me dei conta já estava em cima da perna de pau, o professor me deixou aprender e aí por uns 3 dias fugia da minha oficina e corria pro circo pra aprender andar de perna de pau, foi maravilhoso aprendi andar e serviu muito pois na época que eu era do Grupo de Teatro Arte Vida de Itaobim fizemos diversas apresentações com perna de pau. FESTIVALE, é isso é descobrir seus valores é buscar dentro de si o potencial que você tem é saber que o cantinho que você mora e cheio de riquezas e quando você se desloca pra ficar uma semana vivendo e respirando Cultura e Arte você volta com o Baú cheio transbordando de conhecimento e com uma fome louca de colocar tudo pra fora e mostrar pra sua comunidade que o Vale é Vida, é rico, é verde e é cheio de versos e viola. 


Marileide Pinheiro


Festivale 2014 em Araçuaí. Eu e o grande artista Maurício Tizumba passando pela Barraca de Artesanato. Vale a pena participar do Festivale, conhecer a nossa cultura e apreciar a nossa arte. Viva a Cultura Popular! Viva o Vale do Jequitinhonha!

 

Felipe Cortez Aragão


É uma tarefa difícil escolher apenas uma foto para representar todos esses anos e momentos incríveis que o Festivale me proporcionou.
Como pessoa e como artista!
Essa foto foi tirada depois da mostra da Oficina "Ator Criador" que foi incrível.
Na cidade de Salto da Divisa.
Eu me recordo como se fosse hoje...
Meu encanto, a descoberta daquele evento que mais parecia outra dimensão.
Meu coração cheio de alegria e entusiasmo. Tanto carinho e afago.
Meu primeiro show inesquecível, de Titane.
Lembro que as luzes refletiam em nós. E eu olhei pra minha amiga com tanta alegria que não sabia expressar. E eu dancei, eu pulei e finalmente eu me senti livre de verdade, pela primeira vez em toda minha vida.
Eu acabava de me encontrar.
E desde então o Festivale tem me dado força e motivo pra viver.

Te amoooooo com todo meu ser Festivale 

 

Will Nascimento


Joaíma, 2007. Minha primeira participação na Noite Literária. Foto: Vilmar Oliveira

 

Narjara Fonseca


2017- Felício dos Santos.
Cantando a capela "Meu Guri" em participação junto do Coral Araras Grandes/Araçuaí.

 

Mazinho Oliveira


Momentos maravilhosos que mim marcou na história do festivale quando eu tive o prazer de trabalhar durante todo o evento em salto da divisa em 2015 Parabéns para todos que faz parte dessa história viva viva a nossa cultura. Parabéns Fecaje/ Jequitinhonha

 

Cláudio Bento


Festivale em Capelinha/2008

 

Karina Mendes


Festivale em Medina/2013

 

Jussara Gomes


Festivale Felisburgo. Amo esses dois

 

Sônia Chaves


Nossa foto linda no festivale em Felisburgo, Mestre Antonio, Louro do couro, 

grandes mestres.

 

Marina Maricota


Felisburgo depois de anos afastada do momento cultural foi maravilhoso

 retornar em Felisburgo 

 

Vilma Baracho


31º Festivale em Araçuaí.

 

Ivan Pestana


2019/Belmonte - BA.

 

Allef Heberton


A interpretação poética que me deu o prêmio de melhor intérprete em 2017. 

Felício dos Santos!!. Foto: Jô Pinto

 

Luziane Xavier


Tem várias fotos do festivale q foram marcantes,mais essa,é especial,foi o último festivale que compartilhamos com nosso amigo Valtinho.
Festivale Felício dos Santos 2017

 

Luciano Tanure


Primeira vez no palco do festivale defendendo uma canção de minha autoria.

 

Robélia Maria


Jequitinhonha 2016

 

Sammer Iêgo Lemos


Felício do Santos - 2017


Sol



Nely Francisco

Em Jequitinhonha 2011!!!

                                                               Tantas saudades.

 


Monica Ferreira




Luciano Silveira


Márcia Rodrigues


Maria Luciete


Deise Magalhães


Adriana


Grupo UNE

35º Festivale - Felizburgo - 2018

Os grupos folclóricos se prestigiando!

 

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

CARTAZES DOS FESTIVALES - 36º 1ª Edição Belmonte/BA e 36º 2ª Edição Serro/MG

 


A PRIMEIRA edição do trigésimo sexto cartaz do FESTIVALE , traz na parte superior: Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha , 36º FESTIVALE e abaixo desse o  slogam “ Vale, Vida, Verde, Versos e Viola”  e depois o tema “ Dos Vales ao Mar” e na parte inferior, 21 a 27 de Julho de 2019 – Belmonte/BA,. Todos os esses dizeres sobre uma arte com elementos artísticos que remete a cultura da cidade da cidade baiana de Belmonte e do Vale do Jequitinhonha.

Obs. O Cartaz não traz o autoria do desenho

.

Realização: FECAJE, APACA, Prefeitura Municipal de Belmonte/BA e o Apoio: Governo da Bahia e Governo de Minas Gerais e Parceria: UFVJM, UFMG/Polo Jequitinhonha, Ascomed, Ascai, Papa João XXIII e Prefeitura Municipal de Jequitinhonha,

 

Curiosidade: Foi a primeira edição de um Festivale realizado na parte do Jequitinhonha que fica em território baiano.

 

Fonte: Livro “ Festivale: Cultura e resistência de um povo” livro a ser lançado de Jô Pinto.





A SEGUNDA edição do trigésimo sexto cartaz do FESTIVALE, traz na parte superior: Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha , 36º FESTIVALE , abaixo desse o  slogam “ Vale, Vida, Verde, Versos e Viola”  , Serro – MG , 26 de Janeiro a 01 de Fevereiro de 2020  e depois o tema “ Da foz a nascente”. Todos os esses dizeres sobre uma arte com elementos artísticos que remete a cultura da cidade da cidade do Serro e do Vale do Jequitinhonha.

Obs. O Cartaz não traz o autoria do desenho

.

Realização: FECAJE, Vale Mais, Prefeitura Municipal do Serro/MG, Patrrocinio: Governo de Minas Gerais e Parceria:  Ascomed,  Papa João XXIII,  e Prefeitura Municipal de Jequitinhonha e Medina

 

Curiosidade: Como o recurso de estado de Minas Gerais não foi liberado em tempo hábil para a realização do Festivale em Belmonte/BA e o objeto do projeto não poderia ser mudado a FECAJE resolveu  realizar a uma segunda edição do 36º Festivale.

 

Fonte: Livro “ Festivale: Cultura e resistência de um povo” livro a ser lançado de Jô Pinto.

 

 

 



terça-feira, 22 de dezembro de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Ângela Gomes Freire

 

NAVEGAR NAS ASAS DO FESTIVALE

 

Ângela Gomes Freire é natural de Araçuaí, no médio Jequitinhonha, Graduada em Turismo, com especialização em Política Social e História da Cultura Indígena e atualmente estudante de Letras no curso de licenciatura em Educação do campo da UFVJM. Professora, técnica em políticas de patrimônio cultural, agente cultural, atriz do Grupo de teatro Vozes de Araçuaí, escritora e contadora de histórias. Foi diretora administrativa e Diretora executiva da FECAJE.

 

            Agora é a minha vez, de escrever minha experiência pessoal do FESTIVALE. Sinceramente não consigo me recordar qual foi o meu primeiro Festivale, pois havia os encontros que me eternizaram também.

            Quando comecei a ocupar o cargo de  diretora administrativa adjunta da fecaje, a partir de 2002, daí, comecei a participar efetivamente de todo o processo.

            Em 2006 assumi a diretoria executiva, devido a renúncia de Cida Durães. Pensava que seria um período transitório e logo estaria fora da diretoria. Porém, fiquei por dois mandatos consecutivos até 2011.

             Ser a terceira mulher que ocupou cargo nesta diretoria, julgo desafiante, não por ser mulher, mas por lidar com conjunturas diferentes, o fato da existência de fatores que trouxeram  marcos e marcas da história do FESTIVALE.

            Na cultura do Vale do Jequitinhonha, existe algo valioso: a entrega pela arte, quem envereda neste caminho, sabe que há muitas encruzilhadas.

            Neste percurso do FESTIVALE, ganhei uma família de coração, daquelas numerosas! Gente de todo jeito, mas com muito afeto e sabedoria. Estive ao lado de grandes mestres da vida e da arte.

            Fui conduzida a refletir a cultura como processo em constante evolução da criação, da economia e da valoração. Pessoalmente, sou grata por tudo que passei nos FESTIVALES, enquanto membro de diretoria, pois me tornou mais forte o pensamento da cultura viva. Não guardo mágoa de alguns descompassos, apenas tristeza pela incompreensão de alguns.

            Chorei muitas vezes, principalmente enfrente ao palco, na última noite, na última música, por pensar que havíamos realizado tudo aquilo à duras penas, mas não sabíamos como seria o próximo. Havia sempre calorosos abraços e braços que me confortava, isso serviu para nunca me sentir sozinha.           

            Atualmente posso desfrutar melhor do evento, sem preocupar-me com a comida, alojamento, palco, barraca ou algo que remeta responsabilidades. Posso dar boas gargalhadas dos feitos realizados, saudades daqueles que se foram, mas plantaram sementes e embriagar-me por tudo que somei nesta trajetória cultural.

         Ainda posso sonhar com um centro de documentação, que conte minimamente a história do FESTIVALE, para não se doado ao vento.

            Na minha árvore do FESTIVALE, ainda devo preencher com os amores, esses nunca deverão faltar para quem curte intensamente, seja para uma vida ou casualmente, o amor de FESTIVALE, tem cheiro, sabor, sedução e magia!

E VIVA O FESTIVALE! VIVA O VALE!

MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...