terça-feira, 24 de novembro de 2015
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL - DO FEIJÃO A FEIJOADA
Feijoada - Foto: Internet |
Os cronistas do
período compararam as variedades nativas com as trazidas da Europa e África, e
foram categóricos, acompanhando a opinião do português Gabriel Soares de Souza,
expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso. Caiu no
gosto dos portugueses.
O viajante francês
Jean de Léry e o cronista português Pero de Magalhães Gândavo, no século XVI, descreveram o feijão, assim
como o seu uso pelos nativos do Brasil. A segunda edição da famosa História
Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Piso, revista e aumentada em 1658, tem
um capítulo inteiro dedicado à nobre semente do feijoeiro, nesta época começou-se a introduzir outras variedades de
feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão consumido em
Portugal, conhecido como feijão- fradinho (de cor creme, ainda hoje muito
popular no Brasil, utilizado em saladas e como massa para outros pratos, a
exemplo do também famoso acarajé).
O
feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os
cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta
indígena, chamado por grupos guaranis ora comanda, ora comaná, ora cumaná, já
identificando algumas variações e subespécies..
No
início do século XIX, absolutamente todos os viajantes que por aqui passaram e
descreveram os hábitos dos brasileiros de então mencionaram a importância
central do feijão como alimento nacional. O príncipe Maximiliano de
Wied-Neuwied comeu feijão com coco na Bahia, em 1816, e adorou.
O
francês Saint-Hilaire sentenciava, nas Minas Gerais de 1817: “O feijão-preto
forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase que a
única iguaria do pobre”.
Spix
e Martius, naturalistas que acompanharam a comitiva da primeira imperatriz do
Brasil, a arquiduquesa austríaca Leopoldina, fizeram referência à “alimentação
grosseira de feijão-preto, fubá de milho e toucinho” em Minas Gerais. Também
citaram o feijão como alimento básico dos baianos, inclusive dos escravos. O
norte-americano Thomas Ewbank, em 1845, escreveu que “feijão com toucinho é o
prato nacional do Brasil”.
A
fama do feijão na culinária brasileira
firmou –se através dos s escravos, nos escassos intervalos do trabalho na
lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a
eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não
serviam ao paladar dos senhores.
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segunda-feira, 9 de novembro de 2015
MEMÓRIA CULTURAL: PARTILEIRA, PRATILEIRA OU PARTELEIRA?
A palavra “partileira” é muito usada no vocabulário popular
ao objeto inventado com a finalidade para guardar pratos, há também quem
pronuncie “pratileira”, no entanto ambas expressões apesar de incorretas,
sabe-se que se refere a um objeto com tábua(s) horizontal(is), cuja derivação ”prat-e-leira”.
Em casas de interior, principalmente em Minas
Gerais, é comum em cozinhas, avistarmos o móvel de madeira, simples, feito de
madeira muitas vezes sem nenhum tratamento,
envelhecida pelo tempo ou pela fumaça
do fogão à lenha, mas o que chama atenção nestas, são as vasilhas de
alumínio, brilho de arder os olhos, que
nos perdemos com nossa imagem refletida , de tão bem ariada (expressão usada quanto ao brilho da vasilha).
Atualmente este móvel ganhou ares de sofisticação e
requinte em ambientes rústicos, e, assinados por profissionais de
decoração, o valor é agregado e repercute como símbolos de raridade.
Independente da forma em que pronunciamos:
Partileira, pratileira ou prateleira, você deve recordar de algo que cause
saudade .
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