segunda-feira, 12 de maio de 2025

MEMÓRIA CULTURAL - Toma e Lê


 

O mistério e a tradição da Igreja Católica durante o processo de escolha de um novo papa, no Conclave,  cerimônia em que a fumaça se torna a única mensageira entre os cardeais e o mundo externo. Foram novamente manifestados com o anúncio do Papa Leão XIV, o 267º pontífice da história da Igreja. O primeiro papa foi São Pedro, discípulo de Jesus, que, segundo a Bíblia, recebeu diretamente dele a missão de estabelecer a Igreja. De acordo com o Vaticano, o pontificado de Pedro terminou entre os anos de 64 e 67, sendo sucedido por Papa Linus.

No dia 8 de maio de 2025, Robert Francis Prevost, natural de Chicago, nos Estados Unidos, foi eleito Papa Leão XIV, sucedendo o legado de Francisco (1936-2025). Em seu primeiro discurso, ele destacou sua conexão com a Ordem dos Agostinianos, fundada no século XIII, em 1243. Embora não tenha sido instituída diretamente por Santo Agostinho (354-430 d.C.), a ordem foi formalmente estabelecida pelo Papa Inocêncio IV e segue o ideal descrito nos Atos dos Apóstolos: “ter um só coração e uma só alma, voltados para Deus”. Atualmente, a ordem está presente em 42 países e conta com cerca de 2,6 mil religiosos. A chamada "Grande Família Agostiniana" inclui diferentes ramos, como os Agostinianos Recoletinos, Agostinianos Descalços, Agostinianas Missionárias e os Agostinianos da Ordem de Santo Agostinho.

A Ordem de Santo Agostinho (OSA) tem uma forte presença no Vale do Jequitinhonha através da Província Agostiniana Nossa Senhora da Consolação do Brasil, consolidada desde 1899 com a chegada de missionários espanhóis. Também está presente em outras regiões do Brasil, incluindo a Arquidiocese de Belo Horizonte, onde há paróquias e comunidades agostinianas.

Sobre o fundador da ordem, Aurélio Agostinho — conhecido como Santo Agostinho de Hipona — nasceu em Tagaste, na África mediterrânea, em 13 de novembro de 354. Filho de Patrício, um pagão e funcionário público, e de Mônica, cristã devota que mais tarde se tornaria santa, Agostinho teve um irmão chamado Navígio e uma irmã possivelmente chamada Perpétua. Durante sua juventude, ele se aproximou do maniqueísmo, doutrina religiosa de base sincrética (cristã e pagã), que via o mundo sob uma perspectiva dualista, dividido entre o bem e o mal. Ainda jovem, envolveu-se com uma mulher e teve um filho com ela aos 18 anos de idade, Adeodato, mantendo um relacionamento considerado pecaminoso pela Igreja por 13 anos. Após a separação, teve outras relações, mas, segundo a tradição, um dia de grande angústia mudou sua trajetória: ele teria recebido a visita de um ser iluminado, possivelmente um anjo, que lhe entregou um livro e ordenou: “Toma e lê!”. Ao obedecer, encontrou um caminho restaurador no cristianismo. Posteriormente, o Bispo Ambrósio batizou Agostinho e seu filho. Pouco tempo depois, Adeodato faleceu, e, pouco depois, sua mãe também veio a falecer. A Igreja celebra o Dia de Santo Agostinho em 28 de agosto, data de sua morte em 430.

 

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