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Foto: Internet |
A festa de Santa Cruz, celebrada em diversas
regiões do Brasil, é uma manifestação religiosa para veneração da Santa
Cruz. No entanto, essa celebração pode ter sido influenciada pela presença
e pela cultura de povos africanos, especialmente naquelas regiões onde a
cultura afro-brasileira é mais forte.
Historicamente antes do século IV, a cruz não
era uma forte referência entre os cristãos. Isso se modifica após a conversão
de Constantino que, motivado por sua mãe, Santa Helena, aboliu o suplício da
crucifixão, tornando-se um objeto de veneração. Por isso, a devoção à cruz
passou a ser motivada e orientada pelos pastores até os dias de hoje. Também denominada por Exaltação da Santa
Cruz passou a ser celebrada desde o
século IV d.C., tendo origem na descoberta das relíquias da Cruz de Jesus pela
Imperatriz Helena, em 14 de setembro de 320. Portanto a Exaltação da Santa Cruz é uma
festa cristã que tem como centro a recordação da Paixão de Jesus Cristo, que
libertou a humanidade do pecado. É uma celebração que exalta a Cruz como
símbolo do sacrifício redentor de Cristo, que, por amor, esvaziou-se de sua
divindade para tornar-se humano 1,
sofrer e morrer na Cruz pela salvação da humanidade. Mas, a festa não exalta a
crueldade da Cruz, mas sim o profundo amor de Deus manifestado através do
sacrifício de Jesus no madeiro. Além disso, a cruz revela a vitória da Vida
sobre o pecado, a morte e o mal. No Brasil os festejos obedecem a ordem
teocrática trazida pelos portugueses, então a Festa de Santa Cruz se difunde
pela Colônia por meio dos jesuítas na catequização dos indígenas no período
seiscentista. Desse modo, é a demonstração do sincretismo entre elementos
católicos e dos próprios silvícolas, adaptados ou transformados às condições do
lugar e da época. A festa se inicia no ciclo do solstício de inverno, cultuada
pelos católicos em 3 de maio e é o prenúncio das festas Juninas. Embora a Festa de Santa Cruz, tenha raízes na religião católica, pode ser um espaço para a expressão e a celebração da cultura afro-brasileira, com a utilização de elementos musicais, danças e outros símbolos que remetem à cultura dos povos africanos, como podemos verificar nas manifestações de grupos de cultura popular , nas Congadas por exemplo , uma tradição de origem africana; em elementos do candomblé como a utilização de instrumentos musicais, danças rituais e a presença de entidades religiosas. No Vale do Jequitinhonha encontra-se uma Província Santa Cruz, formada por frades franciscanos, cuja raiz desta comunidade esteve ligada a Holanda. Vieram o Frei Adalberto Woolderink, Frei Gonzaga Governeur e Frei Oto Vervoort. para o Brasil, estabeleceram-se primeiro a sede no Rio de Janeiro no ano de 1900. No ano de 1950 decidem atuar em Minas Gerais e Sul da Bahia Enfim, a Festa de Santa Cruz traz consigo não só a
narrativa religiosa, mas também a conotação política que estruturou o território brasileiro, especialmente no Vale
do Jequitinhonha , o qual por meio
da festa, mostra que o
tempo e o espaço da celebração por meio da brincadeira, dos rituais, da música e da dança, além de comemorar fatos, a vida e a criação do mundo.,
também apresenta outro lado deste espaço de produção dos discursos e dos
significados e a criação pela qual as comunidades partilham de experiências
coletivas. Por |
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