Foto Internet |
Chapada
do Norte situada no Alto-médio Vale do Jequitinhonha,nordeste de Minas, tem em
sua história a marca do colonizador o
bandeirante paulista , Sebastião Leme do Prado , devido a descoberta e
exploração de ouro à margem do rio Capivari, por volta de 1728, mas quando
começa a decadência das lavras de Minas Novas, por volta do ano 1743, faltou
víveres para a alimentação dos habitantes da região,e a escassez de comida
atingiu com mais intensidade os escravos que, além da falta de alimentação
recebia maus tratos e castigos dos capitães do mato. Por esse motivo, grande
parte deles fugiram, formando Quilombos nos lugares denominados Macuco,
Bandeirinha e Bandeira Grande. A
perseguição a esses escravos foi constante, então eles se afugentaram para as
bandas do rio Capivari, num local assentado na ponta de um espigão bem próximo
ao rio.
Ali encontraram
grande quantidade de ouro e a partir dai fundaram a primitiva povoação de Santa
Cruz da Chapada, foi ela extinta e posteriormente restaurada em 1850.
Subordinada a
capitania da Bahia, administrativamente e militarmente desde 1729, passa mais
tarde a integrar o território de Minas Gerais, devido aos problemas gerados
pelas extrações diamantíferas. Com a ocupação da terra pelos escravos, o
povoado cresceu rapidamente e ainda hoje a maioria de seus habitantes são
negros.
A explanação histórica deste
município, serve para mostrar que os
quilombos surgiram como forma de resistência contra a escravidão, e a escolha
por lugares de topos, colinas e matas fechadas, era a forma estratégica para dificultar o acesso dos homens que saiam pela captura dos negros .
Aprofundando quanto o significado da palavras “quilombo”, esta deriva dos povos de língua bantu, provenientes de Angola e do Congo, mas existiam também outros
como os Lundas, Ovibundu,, Mbundu, Imgbala,Kongo e muitos que ainda
desconhecemos.
Esses povos viviam em comunidades, num tipo de organização coletivista,
governados por chefes de linhagens ou seja entre famílias e por um rei ,
geralmente o guerreiro desta linhagem, sendo comuns as lutas para saber quem era o mais forte,
sabe-se que havia dois grupos de guerreiros na África: Os Jagas ou imbangalas
de Angola e os Lundas do Congo e justamente
das técnicas destas lutas os negros se serviram para a organização dos
quilombos no Brasil.
Tratar o tema de quilombos atualmente
há infindáveis caminhos que estamos aprendendo a recontar, pois o domínio e
opressão prevalece até os tempos atuais e em suas múltiplas facetas, mas justamente a prática coletivista em que
aprenderam com seus ancestrais ainda permanecem, e, assim nasce do anseio de apresentar e contar a história
omitida e deturpada do negro no Brasil.
A COQUIVALE- Comissão das Comunidades quilombolas
do vale do Jequitinhonha, vêm se reunindo, dialogando, na busca pelos direitos e por uma política justa e digna aos negros. Entre um
encontro e outro, depara-se com situações que só confirmam a existência e a
permanência dos valores ancestrais, além da cor, do biótipo, há ainda a
culinária, pois conhecemos nacionalmente os costumes dos negros, mas veja
que em Chapada do Norte há
quitutes que são conhecidos por “Cabo do machado”ou “bolo de fubá” , uma espécie
de pamonha, feito a base de milho, assada em forno tradicional (feito de barro,
em formato ovalado, em cima de um girau) enrolado em palha de bananeira, em
outros lugares do Vale do Jequitinhonha , a mesma apresenta-se como pamonha
cozida e enrolada em palha de milho, mas em Chapada conserva-se a tradição de
ser encontrada na feira livre da cidade,
servida e ofertada em cesto de tapeçaria de taquara.
Por
Nenhum comentário:
Postar um comentário