segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - A curiosidade da leitura

 

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                Na vida existe situações, que mesmo depois de certa idade, pensamos sobre determinadas ações e atividades de família.

             Na infância, minha família resumia entre meus avós maternos, meus pais e vizinhos. Engraçado, porque os vizinhos constituíam na extensão da família. Neste núcleo apenas minha mãe sabia ler e escrever. Ela havia cursado o primário incompleto, sempre dizia que teve de parar os estudos, porque não tinha condições de comprar o uniforme, nem material escolar; foi trabalhar em casa de família muito cedo para ajudar no sustento da família.

            Então os vizinhos recorriam á minha mãe para ler e escrever cartas, ler as bulas de remédios, receituários médicos. Eu sempre dava um jeito de ficar a espreita, escutando tudo, achava aquilo mágico!

Interessante, que de vez em quando juntava muitas pessoas na sala ou na cozinha, para ouvir minha mãe ler a “Folhinha Mariana”, a cada tópico lido, havia alguém arregalar os olhos ou esticar o dedo indicador dizendo “num falei “.  E nesses momentos era um falatório danado, até que alguém com seriedade, dizia: – “deixa Lia terminar de ler a foilinha, gente! ”.

            Também tinha diversão, não sei de onde vinha, mas havia as leituras de umas histórias engraçadas, que soube mais tarde que eram os cordéis.  E quase sempre falava de contendas entre Deus, Diabo, Mulher, Homem Azarento. Enfim, minha mãe lia de uma maneira tão cênica, que tudo parecia real. Ora o povo ria, outras vezes alguém queria destinar a trama de outro jeito.

            Apesar do retardo da fala, a capacidade de imaginar um mundo contado através destas leituras que circulava na minha casa, favoreceu a minha afinidade com as letras, que até hoje  me atrai  e rogo  para que  as pessoas leiam para alguém, mesmo que o outro saiba ler e escrever.Porque ouvir alguém lendo, é mágico!


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