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Na vida existe situações, que mesmo depois de
certa idade, pensamos sobre determinadas ações e atividades de família.
Na infância, minha
família resumia entre meus avós maternos, meus pais e vizinhos. Engraçado,
porque os vizinhos constituíam na extensão da família. Neste núcleo apenas
minha mãe sabia ler e escrever. Ela havia cursado o primário incompleto, sempre
dizia que teve de parar os estudos, porque não tinha condições de comprar o
uniforme, nem material escolar; foi trabalhar em casa de família muito cedo
para ajudar no sustento da família.
Então os vizinhos recorriam á minha mãe para ler e
escrever cartas, ler as bulas de remédios, receituários médicos. Eu sempre dava
um jeito de ficar a espreita, escutando tudo, achava aquilo mágico!
Interessante, que de
vez em quando juntava muitas pessoas na sala ou na cozinha, para ouvir minha mãe
ler a “Folhinha Mariana”, a cada tópico lido, havia alguém arregalar os olhos
ou esticar o dedo indicador dizendo “num falei “. E nesses momentos era um falatório danado,
até que alguém com seriedade, dizia: – “deixa Lia terminar de ler a foilinha, gente!
”.
Também tinha diversão, não sei de onde vinha, mas havia
as leituras de umas histórias engraçadas, que soube mais tarde que eram os
cordéis. E quase sempre falava de
contendas entre Deus, Diabo, Mulher, Homem Azarento. Enfim, minha mãe lia de
uma maneira tão cênica, que tudo parecia real. Ora o povo ria, outras vezes
alguém queria destinar a trama de outro jeito.
Apesar do retardo da fala, a capacidade de imaginar um
mundo contado através destas leituras que circulava na minha casa, favoreceu a
minha afinidade com as letras, que até hoje
me atrai e rogo para que as pessoas leiam para alguém, mesmo que o
outro saiba ler e escrever.Porque ouvir alguém lendo, é mágico!
Por
Que relato lindo!
ResponderExcluirOuvir alguém lendo, enriquece a alma e rejuvenesce as emoções! Obrigada Rosana.
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