quarta-feira, 31 de agosto de 2022

OPINIÃO DO BLOG - Nina Mariza: a escritora do vale do Jequitinhonha que escreve o amor

 



Nascida em Berilo, no médio Jequitinhonha, Mariza Ferreira Costa, conhecida popularmente como Nina, é formada em Letras e trabalhou como professora de língua portuguesa durante 30 anos. Atualmente aposentada, dá lugar aos seus escritos em forma de poesia e cativa quem os lê.

Dona de um sorriso contagiante, cheia de vida, não se pode pensar em Nina sem pensar no amor. Em sua obra autoral “Amar em Versos” lançado em 2020 pela Filos Editora, ela descreve como podemos exalar esse sentimento tão sublime em forma de palavras, emaranhando versos e estrofes. E ao ler sua obra pude perceber o quão a autora expressa a gratidão pela vida, pela família (principalmente os seus filhos e suas netas), seus parentes, amigos, conhecidos, e pela sua terra natal. O seu cotidiano é representado pelos sentimentos de enraizamento à essa terra querida do vale do Jequitinhonha.

Dividida em cinco capítulos, a sua obra nos traz suspiros de emoção logo no seu primeiro capítulo: “Lugares, Momentos & Versos de Ninar” e nos convida a imergir em suas mais profundas palavras de pertencimento, religiosidade, fé, esperança, histórias e memórias, alguns poemas são dedicados a pessoas ilustres do seu município.

No segundo capítulo “MeNinas de vó”, a autora destaca o amor imprescindível às suas netas e é muito lindo como ela expressa esse amor através das palavras, lendo-as sentimos o afeto em cada verso dedicado.

No capítulo três ela nos convida a conhecer os “Filhos de MeNina” e em cada palavra dita o amor transborda, o amor de mãe, e cada poema é dedicado especialmente para cada um dos seus três filhos, foi para mim a parte mais emocionante do livro.

No quarto capítulo “Meninas de Mãe Té” a autora dedica os poemas as pessoas que estiveram e estão ao seu redor, de uma forma muito sublime fala sobre várias mulheres, sobretudo suas parentes e chegadas.

Não menos importante, no seu último capítulo “Estrelas que inspiram versos” Nina dedica as suas palavras ao saudosismo, aos que já se foram e que deixaram um legado de sabedoria, gratidão e respeito pelo próximo.

Como Nina mesmo descreve em seu livro, pelo fato de seus escritos aflorarem “um contexto que retrata suas relações e vivências pessoais, é imprescindível que essa obra busque se aproximar ao máximo da linguagem falada” pág.09 E é nessa linguagem que o leitor se apaixona pela singela expressão do amor em versos. É a materialização do amor em forma de livro. A autora retrata esse afeto em palavras, demonstrando que podemos aflorar esses sentimentos através dos escritos.

A escrita é fluida e nos marca de uma forma muito profunda. E Nina consegue fazer isso com muita maestria. Se deixe levar pelas tão sublimes palavras dessa grande escritora do vale! A escritora Nina Mariza já teve inúmeras participações em obras conjuntas e antologias, e recebeu diversos prêmios. Adquira já o seu exemplar de “Amar em versos” no site da Amazon, no Clube dos Autores ou na Filos Editora.

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terça-feira, 30 de agosto de 2022

O ASSUNTO É? - Dona Tomásia: Uma homenagem às nossas ancestrais


Se sentia tão só e fraca, a pele fina como papel, qualquer esbarrão já machucava. Passava boa parte do dia perdida entre as plantas, avencas, bananeiras, roseiras, losna, erva-doce. Carpia um pouco, agachada, já não conseguia manter o corpo reto. Qualquer incomodo de saúde na vizinhança era sanado com ervas de seu quintal e suas rezas sussurradas, enquanto suas mãos moviam um galhinho de arruda. Uma das filhas era casada, tinha quatro filhos e sofria com o gênio violento do marido, a mais velha ainda solteira, trabalhava em casa de família, só aparecia aos fins de semana. Os netos também raramente a visitavam. D. Tomásia ficava mais sozinha com as plantas, até para ir à igreja, ia só, devagarinho, pois arrastava uma perna, resultado de um derrame que teve. De quando em quando relembrava trechos de sua vida, mas logo esquecia, entretida com as coisas do quintal. Outro dia recordou que quando menina, com cinco anos, por ser muito pequena precisava subir num banquinho para cozinhar. Morava com a família que a pegou para criar após o falecimento da mãe e o sumiço do pai, ficou com eles até se casar, fazia todo o serviço, limpava a casa de cômodos, buscava água no poço, cuidava dos animais, pajeava as crianças. Ao se casar, mudou de Terra Branca para Bocaiúva, depois foram para Montes Claros. O marido sempre em busca de um trabalho melhor. Tantos anos depois, família criada, estava só, após o falecimento do marido. Mas não reclamava. Até gostava do sossego de sua casa e do emaranhado das plantas do quintal. De vez em quando, recebia a visita de alguma vizinha. Também apreciava conversar com as vizinhas, só não tolerava fofoca, quando alguém chegava para contar que fulana ou beltrana tinha falado mal dela, respondia: “Falou de mim? Deixa falar! Que importa-me lá? Gente boa não há”.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - Pipa, um brinquedo secular





Um tradição secular que esta desparecendo em nossa região é o ato de brincar soltando pipa ou raia como chamamos aqui em Itinga em outras cidades do Vale, mas o nome varia mundo a fora, além de pipa e raia é também chamada de papagaio, quadrado ou arraia, ela pode ser feita com papel ou plástico e tem uma estrutura de varetas, ( aqui na nossa região essas varetas era e são obtidas da folha do pé de coco), essa estrutura feitas nas de plásticos são amarradas com o próprio plástico ou linha, as de papel são coladas.

No meu tempo de criança, as que tinham condições financeiras colavam com cola branca, no qual era conhecida pela marca mais famosa “ Tenaz”, os que não tinham a cola branca, faziam o grude ( água e goma ), mas isso quando a mãe permitia pegar a goma, outra alternativa era colar com Pecado Pelado, um arbusto que em suas galhas solta um néctar que é colante.

Conforme o modelo da pipa poderia ter uma rabiola ou rabo ( feito  com linha e pequenas tirinhas de papel ou plástico), ela tem ainda um cabresto feito de linha e essa mesma linha serve para empinar a pipa, as linhas sempre eram caras, então que não podia comparar, aproveitava os sacos de linhagens de plástico que as vendas descartavam para fazer o rolo de linha, que  na minha época era enrolada em uma lata de óleo ou  em uma manivela.

O mês de agosto era o ideal para empinar pipa, devido aos ventos, os locais sempre eram na praia ou em algum morro ( tínhamos poucas construções e pouca rede elétrica ), quanto mais alto se empinava a pipa, mas contente ficávamos, tinha também a pratica de passar cerol na linha para cortar outras pipas no ar, esse cerol era e ainda é feito com caco de vidro moído e cola.

E é justamente o cerol e as linhas cortantes que tem causado acidentes, principalmente aos motoqueiros, hoje é proibido usar cerol e linhas  cortantes.

Por isso se faz necessário trabalhar a consciência dos adeptos do brinquedo, para que não se faça uso de cerol ou linhas cortantes, bem como escolher locais longe do perímetro urbano, longe das redes elétricas, essas medidas são necessárias para que essa atividade de brincar tão secular não desapareça.

Recentemente a Prefeitura de Chapada do Norte/MG, realizou o Festival de Pipas. O Evento foi um sucesso, além de trabalhar a consciência de como brincar de forma segura e responsável, proporcionou um resgate dessa atividade de brincar que agrada crianças de 08 a 80 anos.

 

Segundo o site https://studhistoria.com.br a pipa nasceu na China antiga por volta de 1200 a.C., feitas de seda e bambu. O primeiro relato escrito sobre pipas empinadas é de cerca de 200 a.C. Os arquivos mencionam pipas gigantescas, capazes de transportar um homem no ar, destinadas a observar a posição do inimigo. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares. O imperador chinês Wu que reinou entre 141 e 87 a.C., usou pipas para pedir ajuda quando estava cercado pelas tropas inimigas em Nanjing.

Empinar pipas tornou-se um passatempo de crianças e adultos. Logo espalhou-se pela Ásia e chegou à Europa levado por mercadores árabes. Na Europa do século XII, as crianças já brincavam com pipas às quais acrescentavam cordas para as fazer voar. Mas as pipas também foram usadas com função militar como se vê no manuscrito técnico de guerra alemão chamado Bellifortis escrito em 1402 por Konrad Kyeser. Nele há uma ilustração de um cavaleiro levando uma pipa em forma de dragão talvez com a função de amedrontar o inimigo.

Ao longo dos anos, as pipas foram usadas na ciência, meteorologia, construção civil e fotografia. O político e inventor americano Benjamin Franklin usou uma pipa presa com um fio metálico para provar que os raios são descargas elétricas. Essa experiência serviu-lhe para inventar o para-raios em 1752.

 

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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

OPINIÃO DO BLOG - Quarto de Despejo: diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus: a escrita como denúncia

 

Te convido a conhecer Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra, mineira, nascida em Sacramento – Minas Gerais em 1914, e anos mais tarde, se mudou para a favela do Canindé em São Paulo, foi escritora, compositora e poetisa, e através de seus escritos revolucionou o olhar para as margens, inclusive sobre um mal que ainda assola o nosso país – a fome. Naquela época (década de 1960) Carolina ainda não era totalmente alfabetizada, mãe solteira de três filhos pequenos, catava papel para sobreviver, morava num barracão insalubre e na maioria das vezes passava fome.

 Vivia todos os seus dias na incerteza de como o amanhã se procederia. Entre os papéis que catava, lia revistas e jornais e assim começou a escrever diários. Nesses diários falava sobre seu cotidiano, e, como esse cotidiano estava ligado a tantas mazelas sofridas na favela em que vivia, no estado e no país, Brasil.

Carolina era ágil nas palavras, com o seu jeito de escrever, falava sobre política, sobre sentimentos, sobre seus filhos, sobre como iria sobreviver e tampouco conviver com tamanha desigualdade. “[...] Quando cheguei em casa estava com tanta fome. Surgiu um gato miando. Olhei e pensei: eu nunca comi gato, mas se este estivesse numa panela ensopado com cebola, tomate, juro que comia. Porque a fome é a pior coisa do mundo.” Quarto de despejo – pág.167.

Carolina relata um Brasil atual, em que muitas pessoas ainda passam fome e são desprovidos de políticas públicas em contraponto a um Brasil da elite, e de pessoas que nunca saberão o que é faltar comida. Essa autora nos convida a conhecer esse país das margens de uma forma muito profunda, nesse momento me faltam palavras para poder falar sobre Carolina, pois ela retrata um Brasil em que: “[...] precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora.” Quarto de despejo – pág.26. Quero aqui agradecer a coragem dessa grande mulher em relatar os seus sofridos dias nessa grande e autoral obra do “Quarto de Despejo”, e o quanto ela é inspiradora para nós, mulheres negras marginalizadas.

O livro em PDF pode ser baixado no site https://pt.br1lib.org/ 

Nesse site você consegue baixar livros gratuitamente, não só o “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, mas também outras obras dessa autora incrível, que se chama Carolina Maria de Jesus, a qual eu tenho uma enorme admiração e tenho certeza de que você também terá após conhecer sua história e seus escritos denunciantes.

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sábado, 20 de agosto de 2022

EscreVIVENDO – CONVIDA PARA O ANIVERSÁRIO DE 3 ANOS DO LEIA MULHERES ARAÇUAÍ

 


Oi, pessoal! No próximo sábado, dia 27 de agosto, estaremos comemorando 3 anos do nosso clube, e


gostaria de convidar os/as leitores/as do blog, para estarem conosco. Vem com a gente!?

Esperamos vocês no nosso piquenique, às 17h, no Museu de Araçuaí! Bora? Não vai perder, hein!? Fiquem à vontade para partilhar as suas experiências e/ou a sua arte conosco. Será um momento lindo de trocas e celebração.

Fica aqui, a minha “Mulheragem” para o nosso clube:

3 anos;

3 primaveras;

1.096 dias de muito amor, resistência e leveza, por meio da literatura.

34 encontros;

32 livros lidos;

2 saraus de aniversário, e mais uma comemoração à vista;

2 ciclos de "projetos Nossas Autoras";

2 anos compondo o Movimento dos/as Poetas e Escritores/as do Vale do Jequitinhonha;

4 coordenadoras;

Mais de 20 mediadoras;

E uma paixão pela literatura que só aumenta.

Tudo que hoje sou é, em sua maior parte, graças ao "Leia".

Um clube que lê e escreve. E assim somos, e assim seguimos.

De 02 de agosto de 2019 até o infinito...






quinta-feira, 18 de agosto de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - Publicações literárias do Polo Jequitinhonha/UFMG

 


O Programa  Polo Jequitinhonha da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais,  tem uma importância de muita relevância na atuação das mais  diversas áreas sociocultural de nossa região do Jequi.

Conceito, Missão e Valores  

Existente desde 1996, o Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha atua nas seguintes frentes junto à população: saúde, educação, cultura, comunicação, desenvolvimento regional e geração de renda, direitos humanos e meio ambiente. Ao privilegiar os saberes locais e a mobilização dos moradores do Vale, importantes para o desenvolvimento da Região, o Polo cria laços, dos quais os projetos, os integrantes e os parceiros fazem parte. (https://www.ufmg.br/polojequitinhonha/o-polo/sobre-o-polo-jequitinhonha/)

Essas atuações na região geraram muitas produções literárias:  Revistas, catálogos, encartes, fanzines e livros. Queremos aqui destacar seis livros muito bem organizados, com uma leitura fácil e com dados que nos ajuda a compreender essa diversidade sociocultura que o Vale do Jequitinhonha. São eles:  Vale do Jequitinhonha, Formação Histórica, Populações e Movimentos, organizados pelos professores João Valdir Alves de Souza e Márcio Simeone Henríques; Vale do Jequitinhonha, Desenvolvimento e Sustentabilidade ,organizado  pelos professores João Valdir Alves de Souza e Maria das Dores Pimentel Nogueira; Vale do Jequitinhonha, Ocupação e Trabalho;  Vale do Jequitinhonha, Juventude, participação política e cidadania; Vale do Jequitinhonha, Cultura e Desenvolvimento e Vale do Jequitinhonha, Direitos Humanos e promoção da cidadania. Esses  organizados pela professora Maria das Dores Pimentel Nogueira.

São leituras importantes para uma compreensão histórica e sociocultural da região, estes abordam assuntos que fazem parte do cotidiano com depoimentos e dados que fortalecem essa compreensão.

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terça-feira, 16 de agosto de 2022

O ASSUNTO E? - História, memória e ancestralidade através do cinema

 


Hoje venho trazer duas indicações de filmes para serem trabalhados em sala de aula. “O papel e o mar” e “Casca de Baobá”. São dois curtas belíssimos que tratam de memória, ancestralidade e história do povo negro no Brasil. Casca de Baobá (2017) foi dirigido por Mariana Luiza da Associação de profissionais do audiovisual negro, egressa da escola de cinema Darcy Ribeiro. O filme ganhou vários prêmios, trata da troca de cartas entre Maria, uma jovem negra nascida num Quilombo no interior, cotista na UFRJ e sua mãe Francisca, cortadora de cana. Nas missivas elas refletem sobre as mudanças observadas no país e sobre identidades negras quilombolas, além de utilizar as árvores para simbolizar a ancestralidade negra quilombola. “O papel e o mar”(2010) foi dirigido por Luiz Antônio Pilar, traz Dirce Thomas e Zózimo Bulbul interpretando Carolina Maria de Jesus e João Cândido Felisberto respectivamente,  a trama gira em torno de  um encontro fictício entre as duas personalidades negras brasileiras, onde refletem sobre suas vidas e trajetórias e projetam planos de futuro. Todo o conteúdo do curta é significativo ao trazer considerações sobre tempo, história, memória e sobre as trajetórias da heroína e do herói negros. Vale lembrar que a Lei 13006/14 modificou a LDB 9394/96 ao estabelecer a obrigatoriedade de se exibir duas horas de filmes nacionais por mês nas escolas de educação básica. Não é possível ensinar proveitosamente na atualidade, sem uma educação midiática. Os/as adolescentes e crianças crescem na frente de telas, sem uma educação crítica que os ensinem a analisar e selecionar os produtos culturais que consomem, não há futuro para a Democracia. As sugestões de filmes que trago hoje, também podem ser úteis para cumprir a lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade de trabalhar história e cultura africana e afro-brasileira, bem como a contribuição do povo negro na formação do país. Gente, fica a dica! Axé!

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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - Olho-de-boi

 

Imagem Internet

O olho-de-boi é uma semente originária da planta trepadeira lenhosa, conhecida cientificamente pelo nome Dioclea violácea, originária da Guiana e Brasil, encontrada em regiões de cerrado e caatinga.

É uma árvore de médio porte, de 15 a 20 metros, em geral bem copada,   tem o fruto que é uma  vagem curta de 6 cm, com uma a três sementes, geralmente. E esta semente de 1,5 cm é muito bonita, em duas cores vermelho e preto, principalmente.

Irmã Andrea Comune (2008) em seu livro “Recursos da Natureza para a saúde”, relata que a semente de olho de boi pisada e curtida no vinho branco, serve contra epilepsia e pedra nos rins.

Mas dependendo da região do Brasil, esta semente prensada se transforma em uma farinha nutritiva com funções fitoterápicas, conhecida na medicina popular por conta de suas propriedades parasiticida e formicida.

No entanto, seus benefícios no mundo espiritual são ainda mais poderosos. Em que a semente é utilizada como amuleto de proteção por espiritualistas e esotéricos. Entre umbandistas, o olho-de-boi possui propriedades energéticas capazes de dissipar energias ruins e afastar praguejos, mau-olhado, inveja e energias ruins. 

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

O ASSUNTO É? - Rios

 

Rio Salinas - Reprodução internet 


Tomar banho no rio já foi uma diversão das jovens salinenses em tempos idos, não distantes. Certa senhora me contou que, iam levar marmita para as lavadeiras que labutavam às margens do rio Salinas, ensaboando, esfregando e quarando peças finas, enganavam a mãe e ficam no poço das moças atirando água umas nas outras. O rio corria caudaloso e rápido, formava espumas no movimento de descer pelas pedras limosas. Eram dias ensolarados de uma cidade pacata que crescia às margens do rio, por ele nutrida e banhada. Hoje olho para o rio e sempre me vem à cabeça essas histórias. Penso que deve ser muito triste o ter conhecido em outros tempos e olhar para ele agora, de margens nuas, invadido por esgoto que exala odor pestilento e mata os inúmeros peixes que ainda o povoam. Outro dia, havia nuvens de urubus no centro, comendo os peixes mortos pela falta de oxigenação das águas. As sociedades humanas costumam crescer às margens dos rios, porém, no sistema capitalista a água é contaminada em nome do lucro. As indústrias, a mineração e a agropecuária predatória atiram veneno, detritos e dejetos nas águas. Nesse sistema não nos relacionamos harmoniosamente uns com os outros e com a natureza. Deveríamos aprender com os povos indígenas, conviver com a natureza de forma harmoniosa. Olhando para o rio Salinas, penso no Tietê que já foi caudaloso, navegável e hoje é um fio de água poluída. Penso também no rio das Velhas e no rio Vieira em Montes Claros.  O    líquido é essencial para a continuidade da vida, não é por acaso que somos gerados dentro d’água no ventre de nossas mães. Espero que as futuras gerações modifiquem a forma de lidar com a natureza, afinal, como diz Ailton Krenak, somos parte dela.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - O Selo Postal

 


Os filatelistas brasileiros estão comemorando  por todo o país, a emissão do primeiro selo em primeiro, de Agosto de 1843 . Porém, o primeiro selo postal do mundo, aconteceu em seis de Maio de 1840, com a figura da rainha Vitória, na Inglaterra . O selo postal, idealizado por Rowland Hill era chamado de “Penny Black”.

No Brasil podemos considerar que o registro de práticas dos Correios foi a carta enviada por Pedro Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, relatando sobre a descoberta do Brasil.

Embora  em 1663, que de fato iniciaram-se as primeiras atividades postais do Brasil, criando no período colonial o Correio da Capitania do Rio de Janeiro, e tinha como finalidades facilitar as trocas de correspondências entre o Brasil e Portugal. Com a Independência do Brasil, o serviço postal tornou-se algo essencial para o desenvolvimento do País.

O caso é que antigamente, o pagamento das cartas era feito pelos destinatários, caso este não aceitasse a correspondência, o correio ficava no prejuízo

O Brasil  foi o segundo país do mundo a aprovar  o uso de selos postais nas correspondências, foram utilizadas as figuras conhecidas por “olho de boi”, com  os valores  de 30, 60 e 90 réis, escritos numa esfera que lembrava a semente de mesmo nome.

Atualmente  os selos”olho de boi” são as estampas brasileiras mais disputadas pelos colecionadores.

O colecionismo de selos começou imediatamente logo após o primeiro selo, a  Filatelia cresceu, tornou-se o entretenimento mais praticado em todo o mundo, com entidades internacionais e nacionais em quase uma centena de países.

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GIRO PELO VALE - Caraí e o Vale de luto

Foto: UFMG É com muito pesar que comunicamos a passagem espiritual da artesã de Caraí, Dona Noemisa, uma baluarte do artesanato do Vale do...