segunda-feira, 29 de agosto de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - Pipa, um brinquedo secular





Um tradição secular que esta desparecendo em nossa região é o ato de brincar soltando pipa ou raia como chamamos aqui em Itinga em outras cidades do Vale, mas o nome varia mundo a fora, além de pipa e raia é também chamada de papagaio, quadrado ou arraia, ela pode ser feita com papel ou plástico e tem uma estrutura de varetas, ( aqui na nossa região essas varetas era e são obtidas da folha do pé de coco), essa estrutura feitas nas de plásticos são amarradas com o próprio plástico ou linha, as de papel são coladas.

No meu tempo de criança, as que tinham condições financeiras colavam com cola branca, no qual era conhecida pela marca mais famosa “ Tenaz”, os que não tinham a cola branca, faziam o grude ( água e goma ), mas isso quando a mãe permitia pegar a goma, outra alternativa era colar com Pecado Pelado, um arbusto que em suas galhas solta um néctar que é colante.

Conforme o modelo da pipa poderia ter uma rabiola ou rabo ( feito  com linha e pequenas tirinhas de papel ou plástico), ela tem ainda um cabresto feito de linha e essa mesma linha serve para empinar a pipa, as linhas sempre eram caras, então que não podia comparar, aproveitava os sacos de linhagens de plástico que as vendas descartavam para fazer o rolo de linha, que  na minha época era enrolada em uma lata de óleo ou  em uma manivela.

O mês de agosto era o ideal para empinar pipa, devido aos ventos, os locais sempre eram na praia ou em algum morro ( tínhamos poucas construções e pouca rede elétrica ), quanto mais alto se empinava a pipa, mas contente ficávamos, tinha também a pratica de passar cerol na linha para cortar outras pipas no ar, esse cerol era e ainda é feito com caco de vidro moído e cola.

E é justamente o cerol e as linhas cortantes que tem causado acidentes, principalmente aos motoqueiros, hoje é proibido usar cerol e linhas  cortantes.

Por isso se faz necessário trabalhar a consciência dos adeptos do brinquedo, para que não se faça uso de cerol ou linhas cortantes, bem como escolher locais longe do perímetro urbano, longe das redes elétricas, essas medidas são necessárias para que essa atividade de brincar tão secular não desapareça.

Recentemente a Prefeitura de Chapada do Norte/MG, realizou o Festival de Pipas. O Evento foi um sucesso, além de trabalhar a consciência de como brincar de forma segura e responsável, proporcionou um resgate dessa atividade de brincar que agrada crianças de 08 a 80 anos.

 

Segundo o site https://studhistoria.com.br a pipa nasceu na China antiga por volta de 1200 a.C., feitas de seda e bambu. O primeiro relato escrito sobre pipas empinadas é de cerca de 200 a.C. Os arquivos mencionam pipas gigantescas, capazes de transportar um homem no ar, destinadas a observar a posição do inimigo. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares. O imperador chinês Wu que reinou entre 141 e 87 a.C., usou pipas para pedir ajuda quando estava cercado pelas tropas inimigas em Nanjing.

Empinar pipas tornou-se um passatempo de crianças e adultos. Logo espalhou-se pela Ásia e chegou à Europa levado por mercadores árabes. Na Europa do século XII, as crianças já brincavam com pipas às quais acrescentavam cordas para as fazer voar. Mas as pipas também foram usadas com função militar como se vê no manuscrito técnico de guerra alemão chamado Bellifortis escrito em 1402 por Konrad Kyeser. Nele há uma ilustração de um cavaleiro levando uma pipa em forma de dragão talvez com a função de amedrontar o inimigo.

Ao longo dos anos, as pipas foram usadas na ciência, meteorologia, construção civil e fotografia. O político e inventor americano Benjamin Franklin usou uma pipa presa com um fio metálico para provar que os raios são descargas elétricas. Essa experiência serviu-lhe para inventar o para-raios em 1752.

 

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