quinta-feira, 27 de agosto de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Jô Pinto

 


Boi duro - Salto da Divisa /Foto: Jô Pinto


Festivale do recomeçar

Por Jô Pinto


1997, ano triste para o movimento cultural, pela primeira vez o Festivale deixava de acontecer depois de 17 ininterruptos, uma tradição foi quebrada, e isso causou de fato muitas tristezas a todos e com certeza havia o medo do FESTIVALE deixar de existir.

Mas para nossa alegria no dia 19 de Agosto de 1997, aconteceu uma reunião debaixo de um pé de manga na casa do então prefeito de Itinga Charles Azevedo Ferraz, estavam presentes além do prefeito o secretario municipal de cultura o artesão Ulisses Mendes, do recém-criado M.C. I – Movimento Cultural Itinguense estavam presentes, Jô Pinto, Christiane Cardoso Teixeira, Celson Santana, Gentil Barbosa, Cássia e Catia Rodrigues, Cleide e Galego da Fecaje se a memória não falha: Marcos Gobira (presidente da Fecaje), Fabiane, Maja e seu Nilton Curió, essa foi à primeira reunião onde a FECAJE trouxe a proposta para Itinga sediar o 18º FESTIVALE de 1998 e para nossa alegria a prefeitura municipal de Itinga e o movimento cultural de Itinga disse sim, iríamos sediar o FESTIVALE e sabíamos que iria ser desafiador, mas desafios fazem parte da vida.

Durante um ano Itinga preparou-se verdadeiramente para preparar e organizar um dos melhores Festivales. Fora inúmeras reuniões, a cidade teve de se adaptar para receber o FESTIVALE.

Chegou o tão sonhado 18º Festivale, sem hotéis os moradores alugaram suas casas, os músicos, poetas, turistas e tantos outros grupos que geralmente só se apresentavam e retornavam alugaram casas e ficaram a semana toda no FESTIVALE, a população de Itinga uniu para de fato fazer o FESTIVALE acontecer de forma linda e foi!

O Festivale recomeçou, voltou, envolveu e emocionou a todos com uma programação diversificada e aconchegante, no ultimo dia de FESTIVALE uma procissão de canoeiros com tochas iluminava o rio Jequitinhonha, na praia o Boi Duro de Salto da Divisa fazia seu cortejo e Josino Medina no cais do porto da Branca entoava varias canções e a emoção tomou conta de todos e assim como rio Jequitinhonha resite, naquele momento também sentimos que o FESTIVALE resistiria, pois é ele é feito por gente, gente que carrega a força do Rio Jequitinhonha nas veias e sendo assim o FESTIVALE como Fênix, completou 18 anos e resurgiu para a alegria do movimento cultural do vale e do país.

O 18º FESTIVALE superou todas as expectativas e por muitos e considerado até hoje um dos mais belos FESTIVALES de todos os tempos, afinal de contas ele foi o FESTIVALE do recomeçar..... continua!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 25 de agosto de 2020

CARTAZES FESTIVALES - 18º Itinga - MG

 


O Décimo oitavo cartaz do FESTIVALE traz a arte de um canoeiro sobre o rio e em sua canoa todas as formas de expressões culturais do vale e ao fundo a natureza típica de nossa região, cerrado e caatinga, o próprio Canoeiro e a peça do artesão Ulisses Mendes é referência a Itinga sede do Festivale.

 O desenho ocupa todo o cartaz e na parte superior os  dizeres:  18º FESTIVALE –  Vale, Vida, Verde, Versos e Viola. Abaixo Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, 22 a 26 de Julho 1998.

Realização FECAJE e Prefeitura Municipal de Itinga

O cartaz foi assinado pela desenhista Itinguense Christiane Cardoso Teixeira, vencedora do concurso na cidade para escolha da arte do cartaz

 

Curiosidade

·         Foi o Festivale da maior idade ( completava 18 anos) e tambem o Festivale do recomeçar já que em 1997 o Festivale não foi realizado.

·         O concurso do desenho do cartaz teve 16 artes concorrentes.

 

 

Fonte: Livro “ Festivale: Cultura e resistência de um povo” livro a ser lançado de Jô Pinto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Omar Abrahão

 

Memórias do Festivale

Foto: Eudes Fraga


Omar Abrahão, paulistano radicado em Belém do Pará. Cidadão não! Engenheiro civil formado.

Num ano novo que o Izinho passou em Itaúnas e fez novos amigos, acabou indo a um aniversário em São Paulo. Fui convidado para a mesma festa, conheci Izinho, conversamos sobre a Caravana da Cidadania e ele convidou a conhecer o Festivale.

Em um determinado ano em que o evento não foi realizado, eu participei do Seminário Cultural da FECAJE, em Turmalina. Logo na chegada, Neca realizou a minha inscrição e confeccionou meu crachá. Na hora da despedida, Ângela Freire insistiu para eu entrar no ônibus de Araçuaí. Eu entrei e ... parece que até hoje ainda não saí.

 

 

A barraca do Festivale

Beyblades

Noite literária

Resistência cultural

Boi Janeiro

Os abraços

Feira de artesanato

Oficina de circo 

Lavadeiras

Reencontro de amigos

Vale que vale cantar

Estrada Real 

Alojamentos

Pereira, Figueira, Limoeiro e Laranjeira

Cachaça de Catuji

Os corais

A artesã e o frei

O cartaz do Festivale

Mercado municipal

As cirandas

Baixo Jequitinhonha

O refeitório

Oficina de percussão 

No jequi tem onha

Embaixadores da Lua

Entidades culturais e artísticas 

Peças de teatro

Jornal do Festivale

Festival de música

Mestres artesãos

Comissão de alojamento

Oficina de dança

Bahia - Minas, estrada natural 

Carteiras escolares empilhadas

A escolha da cidade sede

Grupos de cultura popular

Lançamento de livro

Equipes de cozinha dos refeitórios

Viva a reza desse povo 

Médio Jequitinhonha

Encontro cultural da FECAJE

Oficina de canto

Mostra de fotografia

Brinquedos e brincadeiras 

Vale, Vida, Verso e Viola

Sotaque mineiro com baiano

Os Olhos Mansos

Associação dos artesãos

Tribuna do Norte

Drink Paulão

Colchonetes na sala de aula

Casas alugadas

O júri do festival

O desfile de moda no alojamento

Trovadores do Vale

Alto Jequitinhonha

Comissão de palco

Farofa de andu 

Oficinas de artesanato

No caminho dessa cidade, as mulheres são morenas

Os moradores da cidade

Procissão de canoeiros

Brincadeira de roda 

Bão demais da conta 

Casais do Festivale

O inverno

Cadê a chave do cadeado da porta da secretaria do Festivale?

Vale que vale viver

Mostra de oficinas

Certificado do Festivale

O show de encerramento

Saudade antecipada 

Adeus, riacho de areia

Ônibus da prefeitura

Omar, vem lavar pé de menino !

Quem te conhece, não esquece jamais 

Ê, diá !

terça-feira, 18 de agosto de 2020

CARTAZES FESTIVALE - 17º Festivale

 

O Décimo sétimo cartaz do FESTIVALE, traz a arte de um canoeiro sobre o rio de forma estilizada formato de selo postal, e sobre esse cartaz os dizeres:  dizeres 17º FESTIVALE –  Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, 13 a 21 de Julho 1996. Sobre as montanhas o Vale, Vida, Verde, Versos e Viola e do lado a o slogan da campanha “S.O.S Jequitinhonha”

No rodapé a data limite para as inscrições do Festival da Canção e Noite literária.

O Cartaz não  faz nem um menção ao autor da arte, como também não traz nem os realizadores, apoiadores e patrocinadores do Fesitval.

Curiosidade

·         Foi o primeiro cartaz em formato horizontal

 

 

Fonte: Livro “ Festivale: Cultura e resistência de um povo” livro a ser lançado de Jô Pinto.

 

 

 

terça-feira, 4 de agosto de 2020

CARTAZES FESTIVALE - 16º Carbonita

O Décimo sexto cartaz do FESTIVALE traz verticalmente os dizeres 16º FESTIVALE – 22 a 30 de Julho 1995, Vale, Vida, Verde, Versos e Viola e do lado Carbonita/MG,  abaixo escrito, XVI Encontro Popular da Cultura do Vale do Jequitinhonha. O cartaz não traz o autor da arte.

Realização: FECAJE e Prefeitura Municipal de Carbonita e o apoio: Secretaria Estadual de Cultura, COPASA e CAF

 

Curiosidade

·  O 16º Festivale foi diferente de todos os outros, ma verdade foi um encontrão da cultura popular do Vale do Jequitinhonha. Sem Festival da Canção, Noite literária e programação reduzidissíma. Evento concentrou em trabalhos em grupo e diretrizes para o FESTIVALE e o movimento cultural.

 

 

Fonte: Livro “ Festivale: Cultura e resistência de um povo” livro a ser lançado de Jô Pinto.

 

 

 

 

 

 

 


domingo, 2 de agosto de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Caio Duarte

Caio Duarte nasceu na cidade de Almenara e logo em seguida, com seus pais, foi residir na cidade de Jequitinhonha. Aos 14 anos começou a participar de batucadas que ocorriam na cidade de Jequitinhonha, como “tocador” de surdo, tamborim, caixa, triângulo, etc. Influência esta advinda dos tambores das festas populares como santos reis e boi de janeiro. Com 15 anos foi baterista da banda de baile “Brasil”, no ano de 1977. Aos 17 anos começou a dedilhar o violão e compôs a sua primeira canção, a partir do poema “cadeia velha” do poeta conterrâneo Cláudio Bento.
Já na cidade de Joaíma, em 1980, compõe novas canções ao lado do compositor e poeta Rubens Espíndola, de quem torna-se amigo e frequenta as noitadas do primeiro e segundo Festivale (Julho/(1980/1981), em Itaobim e Pedra Azul, respectivamente, e passa a ser influenciado pelos compositores do Vale do Jequitinhonha como Paulinho Pedra Azul e Rubinho do Vale.
Poeta, compositor, instrumentista, autor de vários livros e belas canções, sendo algumas delas premiadas em Festivais da canção em Minas e outras partes do país.É membro do Coletivo dos Poetas e Escritores do Vale do Jequitinhonha.

 

Em 1979,  vivia eu na cidade de Jequitinhonha desde quando  desembarquei neste mundo  de meu deus, quando de repente caiu nas minhas mãos o famoso cartaz “os procurados “.

Nele havia fotos de Rubinho do Vale, Batuta, ambos artistas da música da cidade de Rubim, entre outras personalidades ligadas à cultura e a outros assuntos naquela ocasião.

O cartaz “os procurados” causou um enorme frisson na minha cabeça  juvenil,  acostumado a conviver com os foliões de santos reis, bois de janeiro e cantadores da cidade de Jequitinhonha (Vide Luiz Preto e Marobá). E a nega de Heraldo.

 Constatei que dali daquele cartaz algo de novo surgia no horizonte agrário e conservador  de nossa região.

No início do ano de 1980  fui assumir meu cargo de mensageiro na agência da Minascaixa, da cidade de Joaíma.

Assim que cheguei lá  alguém me apresentou a Rubens Espíndola, que também era bancário, tocava violão e pertencia a um grupo de teatro local.

Corria o primeiro semestre de 1980, quando tomamos conhecimento de um  evento cultural que veio a ocorrer no mês de julho daquele ano, na cidade de Itaobim. Era a semente dourada do Festivale explodindo no seio da terra.

Rubens Espíndola inscreveu-se no festival da canção,  e ficou entre as  canções classificadas.

De carona embarcamos para Itaobim. Chegando lá não conseguimos vaga nos hotéis e  pensões da cidade, nem tínhamos levado barraca para acamparmos na margem de cá do Rio Jequitinhonha.

Durante o dia com os olhos vidrados assistimos a apresentações de grupos folclóricos e de cantadores, a força da cultura popular do Vale estava ali, com toda a sua magia longeva.

Durante a noite  rolava o festival de música. Jovens de ambos os sexos desfilavam pela cidade, com suas sandálias de couro, vestidos coloridos e batas indianas, a cidade estava linda e o ar que se respirava era bom, saudável, com cheiro e promessa de vida nova no ar.

Numa ocasião daquele final de semana no qual o Festivale nasceu, conheci Chico Rei, compositor e artesão. Na mão dele comprei uma bolsa equivalente a meia tiracolo, de lona com detalhes em couro, na qual eu guardava caneta, cigarros, isqueiro e uma caderneta de anotar sementes de meus primeiros poemas.

Paulinho Pedra Azul foi o ganhador desse primeiro festival da canção, com a música  “Ave Cantadeira”.

Eu e Rubens bebemos pela  primeira vez daquela cachaça boa que é o Festivale  e voltamos para casa embevecidos e convictos de que aquele movimento seria para sempre. E é!

 


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