segunda-feira, 25 de abril de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - Moringa

 

Moringa em Argila ( Vale do Jequitinhonha) -Imagem: Internet

           Para quem conhece Araçuaí, sabe como o clima é quente, principalmente nos finais de tarde, então tomar sorvete é sempre uma opção para refrescar e,  colocar a prosa em dia com os amigos.

            Aqui tem uma sorveteria, que faz jus ao nome do sorvete “Amigo”. Mas o que chamou minha atenção nesse dia foi à gentileza da moça que me atendeu.

            Sabe-se que ao ingerir qualquer alimento doce, o açúcar é digerido no estômago e logo depois vai para a corrente sanguínea. Quando as partículas chegam no sangue, começam a circular por todo o corpo,  neste processo , passa a ser menos  líquida e as partículas de açúcar do sangue que circula pelo corpo, faz  que a água saia de suas células e vá para a corrente sanguínea. Então o Hipotálamo que fica situado na base do cérebro, percebe a concentração de açúcar,  cria uma espécie de alerta para  consumirmos  mais água, por isso a sensação de sede.

            Neste instante do sentir sede, chegou a minha mesa, a  moça segurando uma bandeja contendo uma moringa de barro, decorada  por motivos florais, cheia de água  e um copo.  Isso foi de uma gentileza! Então entendi o lema da empresa: Transformar dificuldades em oportunidades.

            Porque este tipo de moringa é de origem indígena, sua existência remonta a milhares de anos e diferentes culturas e no Vale do Jequitinhonha é produzida por mulheres artesãs. Aprenderam o ofício com suas matriarcas  e  mantêm a técnica até os dias atuais. Atualmente o uso das moringas vai além do transporte de água e adorno decorativo, porque produz diferentes sentidos e sentimentos como: gentileza, ternura, cuidado, trabalho, vida, família  e cultura de um povo. Viva nossas mulheres artesãs!  


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terça-feira, 12 de abril de 2022

O ASSUNTO É? - Cinema e ensino de história: Narradores de Javé

 



A utilização do cinema em sala de aula pode proporcionar ricas discussões e aprendizado. Hoje quero falar um pouco sobre o filme Narradores de Javé e suas possibilidades de utilização em sala de aula. Narradores de Javé foi lançado em 2003 e fala sobre uma pequena comunidade que está prestes a ser coberta pelas águas para a construção de uma hidrelétrica. Para tentar impedir, o líder da comunidade descobre que, caso a comunidade seja considerada de importância histórica, poderá ser poupada. Decidem então escrever a história de Javé, porém, é uma comunidade de iletrados. Procuram um dos moradores, o célebre Antonio Biá, o único que sabe ler e escrever e que tem uma dívida moral com a comunidade. O filme foi dirigido por Eliane Café, apesar de tratar de um tema sensível, o fim de uma vila, provoca boas risadas a partir da construção e interação das personagens. Nas aulas de história pode ser utilizado para pensar sobre fontes históricas, suas características, possibilidades de produção e análise, história oral, memória, as disputas em torno da memória, a história vista de baixo, os silêncios da história, dentre outros temas caros à disciplina. Bem, fica a dica! Abraços e até a próxima. 


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quinta-feira, 7 de abril de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - Lei Aldir Blanc fomenta literatura no Vale do Jequitinhonha

 



A LEI Nº 14.017, de 29 de Junho de 2020, também conhecida como  Lei Aldir Blanc  foi uma lei  que dispôs  sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas durante o estado de calamidade pública, causada pela pandemia mundial em decorrência da COVID-19.

A lei leva o nome de Aldir Blanc, que foi uma das vitimas da COVID -19, ele faleceu no Rio de Janeiro no dia 04  de maio de 2020).

Aldir Blanc Mendes nasceu no Rio de Janeiro, em 02 de setembro de 1946. Ele foi um letristacompositorcronista e médico brasileiro. Abandonou a profissão de médico para tornar-se compositor, sendo considerado um dos grandes letristas da música brasileira.  Em 50 anos de atividade como letrista e compositor, foi autor de mais de 600 canções.

Os recursos da Lei emergencial Aldir Blanc, foram distribuídos pelo Governo Federal aos estados e municípios para fomentar um dos setores mais prejudicados pela COVID-19, que foi justamente o setor de cultura, onde atingiu milhares de profissionais desta área.

O Estado de Minas Gerais lançou diversos editais para contemplar todas as áreas culturais, bem como redistribuiu os recursos também aos municípios para que estes criassem seus próprios editais conforme demanda local.

E nesse sentido vários setores culturais foram beneficiados, e um destes foi na área literária, no qual ajudou a fomentar a literatura do Vale do Jequitinhonha, que vive um momento de expansão.

A nível estadual foi premiado com publicação do HQ ( História em Quadrinhos) “ A turma da Feliciana – Desbravando o Vale do Jequitinhonha” o escritor, poeta e Ilustrador José Claudionor, mas conhecido como Jô Pinto, da cidade de Itinga.

O município de Itinga contemplou duas obras literárias, o livro “ Minha História Real -  História de um brasileiro” de seu Juarez Ferreira. E o livro  “ Terra Molhada” do Coletivo VOHEJAR.

O município de Almenara, contemplou vários escritores na antologia “ Farol da Letras – Almenara em Prosa e Verso ”

O município de Pedra Azul também contemplou vários escritores no livro coletivo “ Pedra Azul em Prosa e Verso”.

Publicar livros no Brasil é um grande desafio para qualquer escritor, mas para os iniciantes ou aqueles que ainda não tem vinculo com as grandes editoras, esse desafio é ainda maior. Por isso iniciativas como essas, ajudam a divulgar o trabalho de escritores, diagramadores e editoras alternativas.

A lei emergencial Aldir Blanc para a literatura do Vale do Jequitinhonha, chegou em um momento crucial, tendo em vista que o fazer literário dessa região vive um momento muito bonito de expansão e valorizam daqueles que matem viva a literatura regional desse sertão das Minas Gerais.

Se outros autores do Vale do Jequitinhonha foram contemplados com publicações através da Lei Aldir Blanc, coloquem-nos comentários.

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terça-feira, 5 de abril de 2022

O ASSUNTO É? - Dica de leitura

 

Imagem Internet


Hoje trago para vocês breves impressões sobre “Niketche: Uma história de poligamia” de Paulina Chiziane, publicado pela Companhia das letras em 2021. Um romance poético e cantante como os rios de Moçambique, desliza suavemente pelos nossos sentidos enquanto o lemos. Inspira poesia, apesar de narrar o sofrimento de Rami, uma mulher já no Outono da vida, negligenciada pelo marido, Toni. Rami seca como uma flor ao vento, enquanto seu marido age como um inconstante beija-flor, de flor em flor vai passeando, deixando para traz os frutos do seu amor fugaz: Mulheres de todas as cores, tamanhos e amores. Todas têm em comum o desejo de ser amada pelo polígamo. No livro, Chiziane problematiza o conflito cultural entre a cultura tradicional da Poligamia e sua substituição pela monogamia fictícia dos colonizadores. A protagonista recupera as formas tradicionais de relacionamento e problematiza a primazia masculina na cultura de Norte a Sul do país. Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique em 1955, recebeu importantes prêmios de literatura como o prêmio José Craveirinha de Literatura em 2003 e o prêmio Camões em 2021. Sua obra é marcada pelo protagonismo da mulher negra e pela retomada das raízes culturais do seu país. Vale a pena conhecer “Niketche: Uma história de poligamia” e outras  obras dessa importante autora contemporânea.


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segunda-feira, 4 de abril de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - A excelência do pano de prato

 



            O pano de prato é muito útil na cozinha, que além de enxugar peças e utensílios também servem para decorar nossa cozinha.

             No séc. XIII surgiram os touailles (pedaços de pano suspensos na parede) utilizados pelas pessoas quando sentissem necessidade e, fora isso , para cobrir restos de comidas.  

            Mas não foi possível encontrar uma data específica, sabe-se por intermédio de um livro de anotações de Leonardo da Vinci, tenha sido ele, o idealizador do pano de prato. Imagina que além de pintor, inventor também era um ótimo cozinheiro e até teve um restaurante na Itália com Alessando Boticelli, também pintor. 

            Aqui no Vale do Jequitinhonha, antigamente, a menina logo cedo tinha de aprender a bordar manualmente seu enxoval que, variava de roupa de cama,banho e de mesa, cuja  lista estava incluso os panos de pratos.

            Com o passar do tempo além de bordar, descobriu-se novas técnicas como as pinturas com motivos florais e frutas. Depois vieram outras técnicas  que  só agregaram beleza  e arte as peças.

            Atualmente a arte de bordar, costurar ou desenvolver trabalhos manuais não é apenas atribuição da mulher. Graças às evoluções dos tempos, podemos apreciar muitas peças tecidas, recortadas, costuradas, bordadas e idealizadas por homens e mulheres de gosto requintados.

            Independentemente de classe social, o pano de prato confeccionado por quem quer que seja, ocupa seu lugar nos ambientes; basta ter uma cozinha, ele se faz presente.

 

REFERÊNCIA

http://joarteemaniadearte.blogspot.com/2013/10/como-surgiu-o-pano-de-prato-guardanapo.html ACESSO EM 28 DE MARÇO DE 2022


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