segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

GIRO PELO VALE -Cultura do Vale do Jequitinhonha de luto, faleceu Edinalva Rodrigues Ramalho

 



A cultura e principalmente a literatura do Vale Jequi de luto. Fez sua passagem espiritual a poeta Edinalva Rodrigues Ramalho


Ela  nasceu aos 28 dias do mês de novembro de 1966, em Felisburgo/MG. Aos cinco anos de idade, mudou-se, juntamente com sua família, para Jequitinhonha. É filha de Ananias Rodrigues da Silva e de Euplínia Rodrigues da Silva. É casada há 25 anos com Erlane Ramalho Sousa (Sula). É professora aposentada e palestrante. Seu hobbie preferido é a leitura. Gosta muito de animais e vê na família a base para uma vida feliz e realizada.

Faz parte do coletivo dos poetas e escritores do Vale do Jequitinhonha. Recentemente lançou o livro de " Sentimentos Amorosos" 


Que o cosmo possa da forças a família e amigos e  que o pai a receba de braços abertos, fica seu legado como educadora e artesã das palavras.


















sábado, 17 de dezembro de 2022

GIRO PELO VALE- Vale do Jequitinhonha de Luto, morre João Lefu

 



É com imenso pesar que comunicamos a passagem espiritual João Lefu. Natural de Itaobim/MG, Poeta, músico e compositor.  Participou da criação do movimento Cultural do Vale, fez parte do Grupo Terrassol junto com Tadeu Martins ,  Charles, Cyro Stanislaw, Rubinho do Vale e Taninha.

Tio de Tadeu Martins o Idealizador do Festivale. João Lefu. , quando os quatro jovens Tadeus Martins, Aurélio Silby , Carlos Albérico Figueiredo e George Abner  resolveram criar o jornal Geraes. João Lefu foi um dos primeiros  apoiadores no Vale, 

Ele participou também do primeiro encontro dos compositores do Vale do Jequitinhonha “Procurados” em 1979. Concorreu com a musica “ Jequitinhonha” no primeiro FESTIVALE em 1980 na cidade de Itaobim, no segundo  FESTIVALE , na cidade de Pedra Azul concorreu com a musica “ Canto Simples”, em 1983 no terceiro FESTIVALE em  Minas Novas, concorreu com a musica “ Artistas da Vida”  e  no oitavo FESTIVALE em 1987, no Serro concorreu com as musica “ Momentos” e “ Favelas”.

A cultura popular do Vale do Jequitinhonha, será eternamente grata por todas sua contribuição em  defesa da mesma, jamais esqueceremos seu legado.

Fica aqui nossos sinceros sentimentos a toda família e amigos, que o cosmo lhe conceda uma belíssima passagem e conforte cada membro da família.


Tempo dos sorrisos 

É chegado o tempo dos sorrisos. Tempo em que ele é distribuído a torto e a direito sem distinção de cor sexo, religião, ou classe social. É tempo de eleições. São os deputados que chegam em busca de votos. Trazem consigo as velhas armas: o sorriso pré-fabricado, as palavras bonitas e a mão aberta para apertar outras mãos que se orgulham em apertá-la, como se fosse a mão de um deus. 

É tempo dos sorrisos. Sorrisos dos chefes políticos locais, que se desmancham em gentilezas para agradar aqueles que futuramente serão os defensores de seus interesses na Câmara Estadual e Federal. Aquele velho whisky guardado para ocasiões especiais é servido livremente. 

O povo se aglomera. Nas suas roupas de domingo, esperam a sua vez de apertar a mão de seus deputados(?), ouvir cinco minutos de prosa que nada dizem, para depois guardar para sempre este momento de glória. 

E esta é a realidade do Vale, de agosto a novembro, tempo dos sorrisos. Tempo em que o povo se concentra nas praças para ouvir, boquiabertos longos comícios, que nada trazem de novo. As velhas palavras bonitas de sempre. Já não se ouvem promessas, pois eles sabem que não podem cumprir, e também não querem um comprometimento maior e justificam-se ―Nos não somos o Executivo! Não somos o governo! Tudo que podemos fazer é lutar, levar as reivindicações do povo, reclamar!...E fecham com o chavão ...‖Porem se formos maioria nesta cidade, mais poderemos lutar, pois teremos mais força para impormos junto ao governo...‖. E entra comício e sai comício, é sempre esta conversa para boi dormir, não importa o partido. 

E tem mais. Tem os chefes políticos locais trabalhando como loucos. Correndo pra lá e pra cá em busca de eleitores...faz um titulo aqui, presta um pequeno favor ali...sempre distribuindo sorrisos e calorosos apertos de mão. 

E entre tantos sorrisos se esquece o tempo das lagrimas. Das lagrimas de lamentação por falta de escola, de apoio na pecuária e na lavoura, de assistência medica enfim, de melhores condições de vida. 

Mas por mais que se procure esquecer, esta realidade vai estar presente. Depois de 15 de novembro chega o tempo das lágrimas. Onde não se vê a política distribuindo sorrisos, onde aquele velho whisky especial anda de férias, onde receber um ―bom dia‖, já é uma honra , onde a política deve ser esquecida, já que política só se faz de agosto a novembro, no ano das eleições. 

È esse tempo que espera o povo. Aos políticos espera um tempo melhor, um tempo de tranquilidade. Os deputados pagarão aos chefes locais os votos conseguidos, lutando por pequenos favores (a substituição de um delegado de um medico ou de um diretor de colégio) instigando as rivalidades locais, e assim consideram-se quites com toda a população. Enquanto os chefes políticos vão se preocupar em lutar entre si, pela supremacia política. E o povo que espere as próximas eleições. 

Mas, voltando à vaca fria, ao tempo dos sorrisos, pode-se ver o povo se divertindo, uns vão com aquele chefe, outros vão com outro, não se lembrando que deveriam se unir, já que possuem as mesmas necessidades. E a briga está começada. 

Não só no bate-boca, mas até no corpo-a-corpo, sempre instigados por sorrisos que ficam do lado de fora. Se enfraquecem e entregam nas mãos dos políticos os seus direitos e seu destino. 

É tempo dos sorrisos. Sorrisos que entorpecem a todos. Fazem esquecer o presente, a realidade e também o futuro. 

Fazem com que não se veja a necessidade de união de fortalecimento, de povo em torno de si mesmo, procurando novos caminhos dentro de uma maior conscientização. A necessidade de formar associações que lutem, que defendam o direito de todos, que participem da vida política, não só de agosto a novembro, mas constantemente. Sorrisos que não deixam pensar e procurar respostas para muitas perguntas...Por que se dividir, lutar por esse ou aquele chefe político? Por que aceitar que depois do tempo de sorriso venha o tempo das lágrimas?...Respostas que estão em todos, entorpecidas, acuadas Por aqueles que as sabem e não querem que todas tomem conhecimento. Afinal, para eles é sempre tempo de sorrisos. 

E essa realidade não vai mudar, vai haver sempre um tempo de sorrisos antecedendo as lágrimas, enquanto todos se deixarem entorpecer por sorrisos, palavras bonitas e apertos de mão. Enquanto não se questionar os problemas do Vale. 

Discutir, mostrar, reclamar, apresentar soluções e ate exigir. Para isso é necessário não ver os políticos como deuses ou senhores de tudo. Acreditar na força de todos. Na união de homens que lutam pelo mesmo fim. 

Sim, é tempo de sorrisos! Mas também é tempo de questionar estes sorrisos. De lembrar que vem ai o tempo das lágrimas. de procurar uma solução que o evite. De não se deixar levar por palavras bonitas. E pensar no que realmente deve ser feito. De não se vender por um sorriso, por um favor. 

É tempo de começar um novo tempo no Vale do Jequitinhonha! Um tempo em que os falsos chefes políticos sejam coisa do passado. Um tempo em que o povo participe da política. Um tempo em que o voto seja uma arma que luta por melhores condições de vida. 

Um tempo em que a união de todos cobre, exija dos homens eleitos para representá-los, um trabalho honesto, dirigido, planejado, para o Vale e não para uma minoria do Vale.

Editorial de João Lefu,  edição 03 do Jornal Geraes 

Fontes:  Livro “Jequitinhonha, 42 anos de travessia” de Tadeu Martins


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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - Lançamento do " Daqui do Chão em que Piso livro" de Diêgo Alves

 



A apreciação de leitura desta semana será da obra recém- lançada do escritor e ator Diêgo Alves em- “Daqui do chão em que piso”- ele que é um artista popular das terras ensolaradas do Velho Calhau (Araçuaí), rincão profundo do Vale do Jequitinhonha, Ser(tão) mineiro. Ator formado pelo TU - Teatro Universitário da UFMG, Gestor Ambiental pelo IFNMG e membro do Centro de Cultura Memorial do Vale. 

Com a publicação do seu livro “Dás Águas de um rio Mulher e outras histórias”, criou a Oficina Escrita Criativa, e nela, aborda o processo de criação dos seus contos e propõe a escrita coletiva de textos literários. Amante da Palavra e do seu potencial expressivo entrelaçou-se em seus encantamentos, iniciando seus estudos em Letras.


  Falando um pouquinho da sua caminhada (que está bem no início) no Universo Literário. Ele é ator de formação e desde 1997 tem um trabalho ativo com o fazer artístico e cultural. Mas em 2020, em virtude da pandemia da Covid-19, esse trabalho foi interrompido, entretanto, a necessidade de expressão continuava pulsando e de repente se viu, sem nenhuma pretensão, escrevendo poeminhas de “bem-querer e querer bem”, para os nomes que sua alma se intuía, e publicava nas suas páginas do Instagram e no Facebook. 

Uma professora que teve na formação superior, acompanhando as publicações, falou de um edital para uma antologia poética. Resolveu concorrer e teve dois poemas selecionados.

Num outro edital, agora para contos, foi atraído pelo nome da antologia Vozes da Margem, Vozes na Margem: narrativas fora de centro, e também sem pretensão alguma, lá estava ele escrevendo contos. 

A Editora Alpheratz gostou da sua escrita e generosamente convidou-o para escrever outros contos, a partir deste convite, em 2021, pôde escrever o livro “Das águas de um rio Mulher e outras histórias” e agora em 2022 a obra “Daqui do chão em que piso” publicações da Editora Alpheratz.

Sua escrita é muito inspirada na prosa poética de João Guimarães Rosa e Bartolomeu Campos de Queirós e nas escrevivências de Conceição Evaristo. Mas o diferencial do seu trabalho está em falar e dar protagonismo às diversas Mulheres que constroem e fazem a história do Vale do Jequitinhonha. 

Nas suas palavras, a inspiração para sua minha escrita é sem nenhuma dúvida, o exemplo de força, dignidade e resistência que essas Mulheres trazem em si, e a despeito de quaisquer adversidades, elas seguem firmes, alegres e pela luta e labuta, se fazem mulheres de uma beleza bruta e real.

Com essa habilidade tocante o autor nos convida fazer um passeio através da vida das mulheres do Vale, trazendo esperanças no amanhã de cada coração humano.


https://www.alpheratz.com.br/lancamento-daqui-do-chao-em-que-piso/





GIRO PELO VALE - Caraí e o Vale de luto

Foto: UFMG É com muito pesar que comunicamos a passagem espiritual da artesã de Caraí, Dona Noemisa, uma baluarte do artesanato do Vale do...