quinta-feira, 20 de outubro de 2022

DIÁRIO DE LEITURA - Revista Revivale



A indicação de leitura dessa semana é da Revista Multidisciplinar do Vale do Jequitinhonha – ReviVale. Revista esta que é publicada pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) campus Araçuaí-MG.

Perpassando pelo uso das tecnologias, buscando e incentivando o acesso a leitura instantaneamente, a revista conta com uma vasta equipe, de várias áreas de conhecimentos pertinentes para atingir ao máximo  de leitores pelo mundo.

Ela tem como principal objetivo, publicar estudos de relevância acadêmica social, cultural e com foco interdisciplinar atendendo diversas áreas de ensino e pesquisa com caráter empírico e/ou teórico, divulgando os estudos em diversas modalidades como, ensaios teóricos, relatos de experiencias, dossiê, artigos acadêmicos  e vivencias nas diversas áreas de conhecimento espalhadas pelo mundo, mediante avaliação dos editores e pareceres por assessores ad hoc. 

Na edição atual- v. 2 n. 2 (2022): EDITORIAL - EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: REFLEXÕES TEÓRICAS E EMPÍRICAS- Vanessa Gomes de Castro- traz um tema muito pertinente sobre as lutas e reivindicações da população negra e dos povos indígenas pelos reconhecimentos das suas identidades culturais e pelo acesso aos direitos básicos acorados pelas desigualdades sociais herdadas do colonialismo. 

É um texto que nos faz refletir, tornando um momento essencial e necessário para a compreensão do processo histórico dessa etnia.

Acompanhem os periódicos pelo link abaixo:

https://revivale.ifnmg.edu.br/index.php/revivale/about/editorialTeam

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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

OPINIÃO DO BLOG - Intolerância Religiosa

 



Intolerância religiosa é a visão individual ou coletiva de não respeitar a crença religiosa do outro.  Certo é que essa história de intolerância religiosa não é de hoje, na Antiguidade,se tem a perseguição dos primeiros cristãos pelos judeus e pagãos, e essa perseguição aos judeus começou mesmo antes do império romano. Mas estas intolerâncias ficaram mais intensas na idade média e um dos exemplos claro são as cruzadas, guerras incentivadas pela Igreja Católica, que aconteceram na Europa Ocidental e que tinha como alvo principal Jerusalém e a Palestina.

A história da humanidade é marcada por intolerâncias religiosa, quantas mulheres foram queimadas acusadas de bruxaria e heresia pelas Santas inquisições da Igreja Católica. Quantos povos africanos escravizados e proibidos de manifestar sua religião.

Mas hoje parece que voltamos à barbárie da idade média, as perseguições religiosas estão cada vez mais explícitas, se tem hoje uma aculturação religiosa em comunidades tradicionais quilombolas e indígenas, onde religiões de cunho cristão tentam de todas as formas imporem a sua forma religiosa de pensar.

Inúmeros foram os ataques a terreiros e casas de orações de religiões de matrizes africanas, e nesse contexto a uma perseguição muito explicita a essas religiões, fazendo com que muitas pessoas dessas comunidades por medo, acabam por negar a sua religiosidade.

Vivemos tempos sombrios em nossa nação, onde a política chegou aos púlpitos, não se fala mais da espiritualidade, mas se faz campanha política partidária. Mas o que nos deixa triste e ver lideres religiosos serem hostilizados, justamente por tentarem mostrar as pessoas que os templos religiosos são lugares de oração, de acalanto a alma, de reflexão política no sentido de como esta pode ajudar no bem comum e coletivo,

 

Certo dia eu estava a passar enfrente a Igreja Católica de minha cidade, quando vi uma senhora bem velhinha na porta da Igreja, ela me chamou e perguntou: - Será que o padre esta ai? Eu respondi: acredito que sim, por quê? Com os olhos cheios de água ela me falou: _ É porque meu filho virou evangélico e disse que eu teria que quebrar minhas imagens dos santos, para não criar desavença com meu filho eu queria doar para Igreja ou para uma pessoa que goste. Eu falei para ela: _Uai!, Se a senhora me da às imagens eu quero, minha mãe vai gostar muito, ela toda feliz me passou a sacola com uma imagem de São Benedito , Nossa Senhora da Conceição e um crucifixo. Ao me passar essas imagens, vi um sorriso tão sincero e de alivio em seus olhos que me emocionou, ela agradeceu e me disse: _ Essas imagens eram de minha mãe, eu não podia destruir algo que minha mãe me deixou, sei que sua mãe vai guardar e eu vou viver meus últimos dias de vida em paz com meu filho e sua família, mas minha fé só meu coração e Deus é quem conhece.”

 

Narrei essa história para tentar trazer uma reflexão para cada um que ler esse texto, fé é individual e fica guardada em nossos corações e em nossas atitudes, por isso respeitar a manifestação religiosa das pessoas é uma dádiva, bem como também respeitar aqueles que não tem nenhuma crença.

Que cada um com sua crença e fé possa pedir luz espiritual para nossa nação que tanto precisa nesse momento.

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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

MEMÓRIA CULTURAL - "Zezé das Tesouras" Guardião das Águas e da Natureza

 




    Certa vez um beija flor, enviado para proteger um grande manancial aquífero de  24180,0 hectares.No início era muito bom, dias de muita fartura, cores e sabores. Era possível brincar, correr, nadar naquelas águas límpidas e frescas. Acordar e dormir com sinfonia dos mais diversos pássaros.

O beija flor se casou, formou sua família com seus sete filhotes. Juntos podiam exercer seu trabalho, animando e celebrando o bem viver, daquela chapada, pois sua missão era “cuidar da natureza,  um dom divino de Deus !

Mas certa ocasião chegou o anúncio que essas terras seriam ocupadas, a fauna e flora devia ser extinta, pois havia uma espécie a ser implantada. Um tipo de planta que não aceitaria as espécies existentes; beberia muita água, enfraqueceria o solo, secaria as nascentes, lagoas e córregos. Sem água não teria beleza, sinfonia, sem frutos, sem plantas, sem famílias. Um pesadelo com muitas ameaças, o céu escurecia de repente.

O beija flor encantado, encontrou forças,unindo aos companheiros de jornada. Tomados de muita fé e simplicidade, tinham por convicção a sabedoria divina: ”A terra é sagrada, das mão de quem trabalha à terra, suor , vida e trabalho.”

Foram noites inteiras que este beija flor e todos os habitantes desta chapada tiveram de apagar fogo. Outras vezes ter de ir até à cidade para pedir socorro aos homens de boa vontade.

Hoje este beija flor com seus oitenta e dois anos, segue ecoando o grande alerta:” A Chapada é o pulmão para respirarmos. O extrativismo na chapada é muito grande, plantas medicinais, frutos do cerrado fazem parte dessa grande reserva ambiental, ajudando os moradores da região a obter sustentabilidade e soberania alimentar. Falta sensibilidade!

Ele  é José Alves dos Santos, “Zezé das Tesouras”, guardião  e defensor do meio ambiente, homem de luta em favor da preservação da Chapada do Lagoão . 

Parabéns! Sua caminhada é um exemplo de fé, luta e percepção de qualidade de vida e sustentabilidade para todos.















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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

DIÁRIO LEITURA - Dica de leitura

  

 


 

 

 

Na coluna de hoje ficamos por conta do livro Olhos d’agua da autora  Conceição Evaristo, nascida em 1946 em uma favela (Pindura- saia) da capital mineira. Foi babá, empregada doméstica e faxineira. Formou-se em Letras na UFMG, mestrado e doutorado no RJ e é a maior escritora de estudos afro-brasileiros do Brasil.

 Lançada em 2014, essa coleção de 15 contos abordam num contexto critico o racismo, violência física, psicológica da mulher negra, condições sociais, marginalização do negro, fascismo, misoginia, exclusão e ao mesmo tempo esperança de estancar o sangramento que tudo isso causa nos dias atuais.

 

 Nesse livro, a autora com suas narrativas transforma uma realidade marginalizada e excludente, em literatura e denuncia as consequências dessa exclusão e da discriminação sem deixar morrer a esperança de que um dia isso possa ser diferente. Obra essa, que narra à fome, a miséria, a violência, o genocídio do povo negro e dá voz às mulheres negras e suas vivências. Sem esquecer-se de também mostrar os laços afetivos dos personagens, seus conflitos internos, reflexões e a ancestralidade.

O conto que dá nome ao livro e o inicia é movido pelas recordações de uma personagem que busca se lembrar da cor dos olhos da mãe que está distante. É poético, delicado, e ao mesmo tempo afetuoso, apesar das memórias narradas denunciarem as dificuldades passadas por essa família. Essa é uma das muitas histórias desse livro que trata sobre maternidade e ancestralidade.

 

 A mulher negra tem muitas formas de estar no mundo (todos têm). Mas um contexto desfavorável, um cenário de discriminações, as estatísticas que demonstram pobreza, baixa escolaridade, subempregos, violações de direitos humanos, traduzem histórias de dor e sofrimento.

Ao não explorar esses casos como meras manchetes, a escritora intensifica o incômodo e faz com que ele dure além do tempo de leitura do conto. Ela evidencia o que é brutal e a consequência da naturalização disso sem tornar seus personagens objetos. O conto “Maria”, “Ana Davenga” e o “Ei, Ardoca” são bons exemplos disso, porque nos apresentam histórias que facilmente estariam no jornal sendo contadas de outra forma.

O que a personagem escreve é uma amostra do mundo que a circunda e que Conceição expõe. Entre as tantas frases bonitas, bem feitas, cheias de sonoridade, há também a denúncia de qual é a linguagem que cerca as crianças negras que protagonizam essas histórias.

 

Link para baixar 

https://lelivros.love/book/baixar-livro-olhos-dagua-conceicao-evaristo-em-pdf-epub-mobi-ou-ler-online/




GIRO PELO VALE - Caraí e o Vale de luto

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