quarta-feira, 12 de novembro de 2025

OPINIÃO DO BLOG - Coronéis em pele de políticos


 

O coronelismo foi uma forma de dominação política típica do Brasil rural entre os séculos XIX e XX, especialmente durante a Primeira República (1889–1930). No Vale do Jequitinhonha, uma das regiões como muitas diversidades  e isolada de Minas Gerais, essa prática se consolidou com força devido à baixa presença do Estado, à economia agrária e à dependência das populações locais dos grandes proprietários de terra , os chamados “coronéis”.

O termo “coronelismo” refere-se ao poder exercido por líderes locais, os “coronéis” que controlavam o voto das populações urbanas e rurais por meio do chamado “voto de cabresto”. Esses líderes eram, em geral, grandes proprietários de terra que exerciam funções políticas, econômicas e até judiciais, substituindo o Estado em regiões onde este era ausente e tinha como características principais: Controle do voto e da vida comunitária, Troca de favores por lealdade política, Uso da violência simbólica e física, Domínio sobre instituições locais (igreja, polícia, cartório)

E assim os coronéis eram líderes políticos e econômicos que controlavam vastas extensões de terra e influenciavam diretamente a vida dos moradores, decidindo desde questões judiciais até quem teria acesso a serviços básicos. A população, muitas vezes analfabeta e dependente, votava conforme a orientação do coronel, que usava sua autoridade para garantir apoio político, bem como assistencialismo como moeda política, favores como consultas médicas, empregos, alimentos e transporte eram oferecidos em troca de fidelidade eleitoral.

Com o avanço da urbanização e da democracia formal, o coronelismo não desapareceu, ele se transformou. No Vale do Jequitinhonha e em outras regiões do Brasil, práticas coronelistas evoluíram para formas modernas de controle político:

Clientelismo institucionalizado, programas sociais, como distribuição de bolsas de estudo ou acesso a serviços públicos, são usados por políticos locais como instrumentos de fidelização, em vez de políticas universais de desenvolvimento, controle da mídia e da economia local: Muitos políticos ainda dominam rádios, jornais e empresas da região, mantendo influência sobre a opinião pública e o cotidiano das pessoas. Nepotismo e mandonismo, a política continua marcada por famílias tradicionais que se perpetuam no poder, indicando parentes para cargos públicos e mantendo redes de influência.

Essa transição mostra que, embora o coronelismo clássico tenha perdido força com o tempo, seus mecanismos de dominação se adaptaram às novas formas de fazer política. No Vale do Jequitinhonha, onde o acesso à educação, infraestrutura e oportunidades ainda é limitado, essas práticas continuam a moldar a dinâmica eleitoral e a dificultar a renovação política, ou seja os coronéis continuam por aí sobre peles de cordeiros chamados de “ Políticos “.

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