quinta-feira, 22 de maio de 2025

DIÁRIO DE LEITURA - Dica de Leitura: Violações dos Direitos Humanos das Mulheres na Ditadura

Foto: Internet


Dica de Leitura da Semana: Violações dos Direitos Humanos das Mulheres na Ditadura

Essa semana, trago uma leitura potente, dolorosa e urgente: o artigo “Violações dos direitos humanos das mulheres na ditadura”, de Vera Silva, publicado na Revista Estudos Feministas. É uma leitura que fala de dor, coragem, silêncio… e sobretudo de memória.

O texto nos leva de volta aos anos de chumbo da ditadura militar brasileira (1964–1985) e escancara uma face ainda pouco discutida da repressão: a violência específica cometida contra as mulheres. Mais do que perseguição política, elas enfrentaram uma repressão misógina, sistemática e marcada por torturas sexuais, estupros, ameaças envolvendo filhos e gravidez, humilhações baseadas na sexualidade e no papel social da mulher. O corpo feminino virou campo de batalha — usado como instrumento de castigo, silenciamento e controle.

A autora nos lembra que o silêncio em torno dessas violências não foi apenas ausência de discurso, mas também uma política de repressão. Como diria o sociólogo Michael Pollak, o silêncio pode ser uma forma de sobrevivência. Muitas dessas mulheres só puderam contar suas histórias mais de 40 anos depois, graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade (2011–2014), que abriu espaço para que essas vozes finalmente fossem ouvidas.

Essa escuta pública não é apenas simbólica — ela é um ato político de reconhecimento e reparação. O Brasil ainda deve muito às mulheres que resistiram e sofreram nas mãos do Estado. Os crimes sexuais cometidos naquele período são classificados como crimes de lesa-humanidade: não prescrevem, não devem ser esquecidos e precisam ser investigados.

Discutir esse tema hoje é essencial, especialmente num momento em que discursos autoritários e tentativas de apagar a história ganham espaço. Lembrar é resistir. Trazer à tona essas memórias é um passo necessário para que o corpo da mulher deixe de ser um território de repressão e se afirme como espaço de fala, de luta e de reconstrução da verdade.

 

Leia o artigo completo em: https://www.scielo.br/j/ref/a/fj3JtHZGBYcHgWMPPjZsHvs/#


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