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Tear na Comunidade Quilombola de Tocoios/Francisco Badaró/MG |
No século XIX, Minas Gerais testemunhou um
crescimento expressivo na produção de tecidos, impulsionado pela criação de
fábricas e pelo fortalecimento da atividade artesanal. Esse avanço foi
especialmente marcado pela participação feminina, que desempenhou um papel
essencial na confecção e no aperfeiçoamento dos produtos têxteis.
Dentre as fábricas que se destacaram nesse
período em Minas Gerais, duas são do Vale do Jequitinhonha: a fábrica do
Biribiri, localizada em Diamantina e a fábrica Pereira Murta e CIA, também conhecida
como “Fabrica de Tecido Bom Jesus da Lapa da Água Fria, localizada em Itinga. Ambas foram fundamentais para o desenvolvimento
da indústria têxtil mineira, tornando-se importantes centros de produção e
inovação. Com uma estrutura organizada e um modelo de produção eficiente, essas
fábricas ajudaram a consolidar Minas Gerais como um polo relevante no cenário
têxtil brasileiro. Além do impacto econômico, a expansão da
produção de tecidos no estado contribuiu para mudanças sociais significativas. Esse
período, portanto, marcou um capítulo relevante na história industrial e
cultural de Minas Gerais, evidenciando a força da produção têxtil e suas
múltiplas influências. A Fábrica de Tecido de Itinga foi idealizada
pelo Comendador Candido Freire de Figueiredo Murta, deputado geral, e do Major João
Antônio da Silva Pereira, Para que o sonho da fábrica se concretizasse eles reuniram
outros cidadãos da então Vila Itinga e criaram a “Sociedade dos Filhos de
Itinga” e importaram da Europa, mas precisamente da Bélgica, pesadíssimos
maquinários (80 Teares, dois Gomadores de A Fábrica de
Tecidos do Biribiri, está
localizada a cerca de 12 km de Diamantina, foi um exemplo relevante da produção
têxtil na região. A Fundação foi
feita por Dom João Antônio dos Santos, primeiro Bispo de
Diamantina, e sua família, no final do século XIX. A produção têxtil na região era, em geral, mais
voltada para o artesanato e a produção de tecidos mais simples. Na década
de 1920, era controlada por Duarte & Irmão e foi comprada em 1922
pelo do Banco
Hipotecário do Brasil . A fábrica funcionou até 1973, quando foi
fechada por motivos econômicos. A fábrica e a vila operária foram tombadas
como patrimônio histórico e paisagístico pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) em 1994 e atualmente é um espaço turístico,
que preserva a memória da fábrica e da vila operária. As duas fábricas tinham algo em comum, a
hierarquia baseada no gênero, com mulheres ocupando funções de fiandeiras e
tecelãs, e homens ocupando funções administrativas. As fabricas se foram, mas o oficio de plantar o
algodão, fiar e tecer: os tecidos, colchas, tapetes e outros ainda permanecem
vivas com as mestras artesãs em alguns municípios de nosso Jequi.
Fonte: BORGES. Kátia Fanciele Corrêa. Tecendo relações
e salvando almas: as operárias da fábrica de tecidos do Biribiri / Diamantina/MG (1926-1931) MOURA. Marcelo Duarte. A indústria artesanal de
tecidos em minas gerais na 1ª metade do século XIX. PINTO. José Claudionor dos Santos. Memórias de
Itinga. Centro Cultural Escrava Feliciana. 2009. Por |
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