quarta-feira, 14 de setembro de 2022

MEMÓRIAS DE ITINGA – um pouco da história da terra das Águas Brancas

 



“Mas eu sabia que aquelas poucas linhas não poderiam resumir a história de minha cidade, decidi que queria conhecer um pouco mais dessa história e consequentemente a minha. Comecei a vasculhar livros, conversar com pessoas mais velhas, hábito que sempre tive desde criança [...]”

Jô Pinto – Memórias de Itinga – p. 15


O livro “Memórias de Itinga”, fruto de uma longa pesquisa do historiador José Claudionor dos Santos Pinto, popularmente conhecido por Jô Pinto, nos conta em suas 228 páginas sobre a história desse município “cortado” pelo Rio Jequitinhonha. 

Uma realização do Centro Cultural Escrava Feliciana e patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Fundo Estadual de Cultura, e Governo de Minas Gerais, essa obra é dividida em quatro capítulos muito bem estruturados, nos traz memórias de um arraial que aos poucos foi se fundando as margens do Jequitinhonha. “O nome Itinga é uma palavra de origem indígena, e significa “Água Branca ou Rio Branco”. (p. 21) 

No primeiro capítulo o historiador descreve sobre aspectos gerais do município, como localização, etimologia, símbolos municipais, aspectos geográficos, econômicos etc. Nesse capítulo vê-se a importância de conhecer como o município se encontra atualmente, para entender sobre toda a história que perpassa na região onde Itinga floresceu. Uma cartada e tanto, precisamos conhecer o presente para compreender o passado.

No segundo capítulo Jô discorre sobre todo o histórico da cidade de Itinga, desde os seus primeiros habitantes, até os colonizadores (sabemos que muitos municípios do Vale do Jequitinhonha foram duramente colonizados, e nessas regiões já habitavam ex-escravizados fugidos sobretudo do Arraial do Tejuco, atual Diamantina, e indígenas que já povoavam a região antes dos colonizadores, como é o caso dos indígenas Botocudos). O escritor também disserta sobre os passos da emancipação do município e um histórico sobre os distritos e povoados que compuseram/compõe Itinga atualmente.

No capítulo três podemos ter conhecimento de todos os prefeitos nomeados e eleitos, e é de suma importância esse assunto ser tratado devido as contribuições que cada liderança teve para o crescimento do município e suas adjacências.

Não menos importante os capítulos quatro e cinco discorrem sobre a cultura, esta dividida em tópicos como: religiões, religiosidade popular, lendas, cultura popular e o epílogo, que trata sobre “nossa gente, homenagens, galeria de fotos, etc”.

O livro em si é muitíssimo importante e necessário para a propagação da informação a respeito do município de Itinga, pois além de ser de caráter informativo, ele nos leva a uma imersão na cultura de um povo. Os últimos capítulos são essenciais para conhecermos um pouco de como o município se criou e como as suas raízes, de manifestações religiosas e cultura popular faz com que as dificuldades da vida do povo itinguense sejam menos dolorosas.

Quero aqui, agradecer imensamente ao meu amigo Jô, pelas contribuições, essa obra é essencial para a historiografia de nossa região como um todo, sei que não foi fácil conseguir todas essas informações e compilá-las em um livro, mas tenho absoluta certeza que o amor ao lugar de origem fez com que essa pesquisa fosse mais prazerosa, e afirmo: vida longa ao município de Itinga e ao seu povo!


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