sexta-feira, 25 de junho de 2021

CONHECENDO O JEQUI - Comunidade Sopa

 

Fotos: Milene Gomes

Aqui to eu pra falar de um lugar que tem nome de comida,

Nasceu do garimpo

E tirar as pedras pra dançar

Fe, fatura, e amor é que aqui não pode faltar.

 

Da pontinha do alto Vale que eu vim aqui para conversar

Ela filha de Diamantina

E que tem encantar

Simbora nesse trem que nós vamos viajar.

 

Sopa, nasceu do garimpo por aqui o mês de maio é um dos maios esperados do ano, festejamos Santa Rita com muita fé e devoção, nos tempos do garimpo as coisas eram mais difíceis por aqui, mas um povo que é da terra, que sabe da terra e com ela sabe viver suas dores, sabe também fazer tinta da terra, nos maios as casas se vestiam de pó de tabatinga temperado com água e fubá para que as paredes cintilassem exuberância, o melhor enxoval era guardado para aquele mês, especialmente o dia 22. Os quintais cheiravam lenha acesa com canela compenetrando a essência da quitanda caseira, carros não paravam de chegar e com eles grande barracas e brinquedos e lá no alto da praça a sonoridade de fogos e sinos marcavam a festividade se aproximando, as ruas exalavam um cheiro diferente, misto de amizade com saudade, de café com devoção.

As estradas eram pingadas de areia de cores diversas, colchas na janelas, gentes e rezas, por aqui e acola e nos outros meses se alguém precisar!? Fulano tá de mal olhado? Vá logo se benzer! Três galinhos de arruda e eu tiro pra você. Em nome da trindade Santa uns gestos em cruz e a pessoa tá nova de novo.

 “Ai não to me sentindo bem” o que você sente?

Ta la a resposta na ponta da língua chá de boldo... Chá disso, chá daquilo, tantas folhas, coloca pra ferver e toma...

E o povo gosta de uma lua e uma fogueira, uma noite violeira, folia de reis  sem parar pelas altas madrugadas um grupo sai a cantar.

Isso é só um tiquim da Sopa, que saber um pouco mais??? Venha nos conhecer!

 

Observação do nome:

A narrativa comunitária diz existia dentro dos rios umas panelas arredondadas e dentro delas uma massa argilosa de coloração avermelhada “efervescente” que dava muito diamante ai as pessoas iam conversando e firmou o nome Sopa.

Foto: Gaspar Assis - 2015

Texto:


Milene de Cássia Gomes.

Poeta-professora-artista e amante da arqueologia.

Especialização em ensino de geografia 

Mestranda em ciências humanas

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