terça-feira, 22 de dezembro de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Ângela Gomes Freire

 

NAVEGAR NAS ASAS DO FESTIVALE

 

Ângela Gomes Freire é natural de Araçuaí, no médio Jequitinhonha, Graduada em Turismo, com especialização em Política Social e História da Cultura Indígena e atualmente estudante de Letras no curso de licenciatura em Educação do campo da UFVJM. Professora, técnica em políticas de patrimônio cultural, agente cultural, atriz do Grupo de teatro Vozes de Araçuaí, escritora e contadora de histórias. Foi diretora administrativa e Diretora executiva da FECAJE.

 

            Agora é a minha vez, de escrever minha experiência pessoal do FESTIVALE. Sinceramente não consigo me recordar qual foi o meu primeiro Festivale, pois havia os encontros que me eternizaram também.

            Quando comecei a ocupar o cargo de  diretora administrativa adjunta da fecaje, a partir de 2002, daí, comecei a participar efetivamente de todo o processo.

            Em 2006 assumi a diretoria executiva, devido a renúncia de Cida Durães. Pensava que seria um período transitório e logo estaria fora da diretoria. Porém, fiquei por dois mandatos consecutivos até 2011.

             Ser a terceira mulher que ocupou cargo nesta diretoria, julgo desafiante, não por ser mulher, mas por lidar com conjunturas diferentes, o fato da existência de fatores que trouxeram  marcos e marcas da história do FESTIVALE.

            Na cultura do Vale do Jequitinhonha, existe algo valioso: a entrega pela arte, quem envereda neste caminho, sabe que há muitas encruzilhadas.

            Neste percurso do FESTIVALE, ganhei uma família de coração, daquelas numerosas! Gente de todo jeito, mas com muito afeto e sabedoria. Estive ao lado de grandes mestres da vida e da arte.

            Fui conduzida a refletir a cultura como processo em constante evolução da criação, da economia e da valoração. Pessoalmente, sou grata por tudo que passei nos FESTIVALES, enquanto membro de diretoria, pois me tornou mais forte o pensamento da cultura viva. Não guardo mágoa de alguns descompassos, apenas tristeza pela incompreensão de alguns.

            Chorei muitas vezes, principalmente enfrente ao palco, na última noite, na última música, por pensar que havíamos realizado tudo aquilo à duras penas, mas não sabíamos como seria o próximo. Havia sempre calorosos abraços e braços que me confortava, isso serviu para nunca me sentir sozinha.           

            Atualmente posso desfrutar melhor do evento, sem preocupar-me com a comida, alojamento, palco, barraca ou algo que remeta responsabilidades. Posso dar boas gargalhadas dos feitos realizados, saudades daqueles que se foram, mas plantaram sementes e embriagar-me por tudo que somei nesta trajetória cultural.

         Ainda posso sonhar com um centro de documentação, que conte minimamente a história do FESTIVALE, para não se doado ao vento.

            Na minha árvore do FESTIVALE, ainda devo preencher com os amores, esses nunca deverão faltar para quem curte intensamente, seja para uma vida ou casualmente, o amor de FESTIVALE, tem cheiro, sabor, sedução e magia!

E VIVA O FESTIVALE! VIVA O VALE!

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