quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Memória Cultural - Folia de Reis



TRADIÇÃO DE FINAL DE ANO

Mestres Folia de Reis de Itinga/MG  - Foto: Patricia Braga
Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Belchior, Baltazar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII.Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro que, em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal são comemorados por grupos que visitam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo; essas manifestações  estendem até a data consagrada aos Reis Magos. Trata-se de uma tradição originária de Portugal que ganhou força especialmente no século XIX e mantêm-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Goiás, dentre outros.Infelizmente muitos grupos de Folias de Reis estão se extinguindo, por vários motivos, seja  pelo falecimento de um folião, alguém que  liderava foi  embora do lugar, outro  virou evangélico, outro desgostou, além disso  havia uma outra tradição que marcou a infância de muita gente, que era ”Menino Jesus” , quase todos os bairros tinha uma pessoa que  responsabilizava-se em pegar uma imagem de Menino Jesus na igreja e  com ele visitava de casa em casa,  no mesmo período das folias e pastorinhas, tinha momento que a gente se  fazia pastorinha para  só para acompanhar Menino Jesus, dependia  da organização e na casa que a imagem ficava, a criança quase que venerava aquela imagem o dia inteiro, era como se tivéssemos ganhado um irmãozinho. Nisso havia coisas inevitáveis como: brigar para carregar o Menino Jesus, a vela acesa então era outra  diversão,não havia luz elétrica ainda em todos os bairros e assim queimar o cabelo do outro fazia parte do cortejo, era aquele Deus nos acuda, mas ninguém podia acusar o outro, apenas uns bons beliscões de nossos pais ou avós; na cantoria cada um queria cantar mais alto e bonito, o dia de levar o menino era aquele Deus nos acuda,  todos queriam inventar uma procissão com mais pessoas e mais  vistosa, sem contar na disputa dos bairros  para saber quem arrecadou mais dinheiro, e não se falava em dinheiro era esmola para Menino Jesus. E assim vamos relembrando pedaços  de infância comum a tantas crianças , e, você  se  lembra de algum fato de final de ano como esse?

Texto: Angela Gomes Freire (Professora, Turismologa e Agente Cultural)


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