Dona Ana de Ricardo, Rendendeira de Itinga/MG - Foto: Jô Pinto |
RENDA DE BILROS
A renda de bilros é sem dúvida, uma das mais antigas e
mais ricas manifestações da arte do nosso povo. Feita quase sempre por mulheres
de condição humilde que aplicam sua habilidade, destreza e criatividade numa
arte a que são levadas por verdadeira
devoção.
O modo de fazer renda baseia-se com os seguintes
instrumentos ou materiais básicos:almofada dura, o rebolo, cilindro de pano
grosso, cheio de palha ou algodão, de acordo com a dimensão da peça a realizar
e coberto exteriormente pou um saco ou tecido fino.
As primeiras
almofadas entraram no Brasil trazidas por mulheres portuguesas que, com suas
famílias, deixaram sua terra natal em busca de vida melhor, introduzindo assim
uma herança cultural acumulada de século, que sofreram algumas alterações, mas
a técnica perdurou , resumidamente assim:
A almofada fica
sobre um suporte de madeira ajustável, de forma a ficar a altura do trabalho da
rendilheira. No rebolo é colocado um cartão perfurado, o pique, onde se
encontra o desenho da renda, através de pequenos furos, em que será realizada, a rendeira espeta alfinetes ,
que desloca à medida que o trabalho progride, e assim os fios são manejados por
meio de pequenas peças de madeira torneada ou feitos de outros materiais como
osso que são os bilros , estes são manejados aos pares pela rendeira que
imprime um movimento rotativo e alternado a cada um, orientando-se pelos
alfinetes, a numeração do bilros variam conforme a complexidade do desenho.
Infelizmente a região está perdendo
essa cultura de fazer renda, restam muito pouca mulher tecendo ainda, sendo as poucas, idosas e a
nova geração perdeu o interesse pela arte.Texto: Angela G. Freire - Professora, Tursmologa e Produtora Cultural
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