Aldeia Cinta vermelha/Araçuaí - foto: Jô Pinto |
É muito agradável estar num
lugar com muitas árvores. A sensação de frescor, de ar puro, o som dos
pássaros, do vento balançando as folhas. Cada árvore produz um som diferente,
de acordo com a folhagem. Experimente se deitar sob uma árvore, de preferência
das mais frondosas. Apenas esteja ali, respirando profundamente e ouvindo os
sons ao redor. Aos poucos se sentirá em
conexão com a natureza. Observe a luz que atravessa a folhagem e os reflexos
que provoca no tronco. Já experimentou abraçar uma árvore? É como se estivesse
abraçando uma pessoa, cada espécie de árvore tem a casca com textura diferente,
assim como as pessoas. Nas cascas das árvores, vive uma infinidade de insetos:
besouros, formigas. Que o digam as pessoas que se aprofundam no estudo da Entomologia,
se especializam em insetos, estudam seu modo de vida, hábitos e reprodução. São
estudos muito importantes, pois investigam o papel destes pequenos seres no
equilíbrio ecológico. Cada árvore, cada pássaro, cada inseto tem um papel
importante na manutenção do equilíbrio ecológico. Certa feita, um amigo biólogo
me disse que todos os seres, até os microscópicos, são importantes na dinâmica
do planeta. O único ser que parece não ter função específica nesta dinâmica são
os humanos. Bem, se somos seres desnecessários e o planeta pode continuar sem
nossa presença, bem que poderíamos tentar atrapalhar menos. Penso que uma opção
seria aprender a viver como os povos indígenas que habitam estas terras há
centenas de anos sem provocar degradação ambiental. Cada ano aumenta a devastação das florestas e
do cerrado para expandir o lucro de uns poucos homens que exploram a
monocultura, a pecuária extensiva e a mineração. Esses homens que lucram com a
destruição, cada vez mais buscam aumentar sua representação na política
institucional e assim aprovar leis de flexibilização da legislação ambiental e
reduzir os direitos dos povos originários, como a PEC 490, que afeta os povos
indígenas e sua luta histórica pelo direito aos seus territórios. Tais ataques
não ameaçam apenas os povos originários que são irmanados à natureza; afetam
toda a humanidade, visto que as consequências da destruição ambientam já se
fazem sentir com o aquecimento global, as enchentes e outras tragédias
ambientais. É tempo de adotarmos outra postura em relação à natureza, para além
da apreciação do prazer de estar sob uma árvore, precisamos plantá-las e nos
unir aos povos originários e demais povos tradicionais como os quilombolas,
ribeirinhos,vazanteiros, para defender
nosso cerrado e florestas, nosso futuro e o das novas gerações.
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