segunda-feira, 5 de junho de 2023

MEMÓRIA CULTURAL - Quiabo


 

 

O quiabo(cujo nome científico é Abelmoschus esculentum) tem origem africana e possivelmente começou a ser cultivado na região entre  o Egito e a Etiópia. Mas é também muito consumido no Sudão, Nigéria, Mali, Guiné-Bissau e Burkina Faso. Nos Estados Unidos ele é considerado um alimento típico dos Estados do sul.

  Sua chegada às Américas tem íntima relação com o triste período do tráfico negreiro. Ao traficar as pessoas capturadas na África, o vegetal também foi trazido para o “Novo Mundo”. Os primeiros registros do alimento em terras brasileiras datam de século XVII.

O quiabo também tem uma importância, além da culinária, na cultura afro-brasileira. No candomblé, existem rituais em que o alimento é utilizado como oferenda aos orixás Ibeji, protetor das crianças, e Xangô, que representa a justiça. Também pode ser preparado  como o “ajebo ou ajébo, feito com seis ou doze quiabos cortado em "lasca", batido com três clara de ovos até formar um musse, regado com gotas de mel de abelha e azeite doce. Colocado em uma gamela forrada com massa de acaçá ou pirão de farinha de mandioca, ornado com doze quiabos inteiros, doze moedas circulante, doze bolos de milho branco e seis Orobôs. A mesma oferenda pode ser oferecida a outras qualidades de Xangô, todavia acrescenta-se azeite de dendê e substitui os doze bolos de milho branco por doze acarajés

Quiabo cru, cozido, refogado, assado ou frito. Não importa o modo de preparo, quiabo é um desses alimentos que permite uma infinidade de combinações.

Atualmente, é cultivado em diversas regiões do País, principalmente no Sudeste. Entretanto, um dos maiores produtores do vegetal fica no sertão sergipano. Localizado no município de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano, o Perímetro Irrigatório Califórnia é referência no cultivo.

Em razão da quantidade de fibras presente no fruto, ele também é indicado no combate à aterosclerose, pois diminui os riscos de derrame e ataques cardíacos. Rico em vitaminas A, C, B1 e cálcio, há relatos na literatura de pacientes que se alimentaram desse fruto e tiveram melhoras em problemas como colesterol, refluxo, úlcera e asma. Nesse último caso, o benefício está associado ao elevado teor de vitamina C. Popularmente, o quiabo também é usado no tratamento de depressão e ansiedade

 

OUTRAS FONTES CONSULTADAS

A ORIGEM da Culinária Mineira: 300 anos de receitas bem guardadas. Disponível em: http://zip.net/bjtqWy

OFERENDAS e comidas dos Orixas. Disponível em: http://zip.net/bvtrlg


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