terça-feira, 1 de junho de 2021

O ASSUNTO É - O plástico e a Vida

 

Foto: Internet

Da minha infância durante a década de 1980, no interior do Norte de Minas Gerais, lembro-me de que meu pai trazia as compras da cidade em cestos de bambu, até a carne e o peixe eram trazidos envoltos em papel pardo e amarrado com cordão. Os pães eram trazidos em sacos de papel. As raras embalagens de plástico ou metal eram reaproveitadas para guardar mantimentos ou para cultivar flores. Naquela época, devido à dificuldade, tudo tinha serventia, quase nada era descartado de forma irrefletida. Se voltarmos mais no tempo, havia o hábito de levar para a feira embornais feitos de pano de algodão alvejado para colocar as compras. A senhora Noemi Galvão, residente em Salinas, do alto de seus mais de 80 anos, me relatou que quando ia ao antigo mercado que existia na atual praça Moisés Ladeia levava suas embalagens de pano, certa feita, perdeu um dos embornais que lhe foi devolvido pelo feirante, pois havia suas iniciais gravadas em forma de bordado e o nome do respectivo mantimento. O tempo passou e muita coisa mudou.  Atualmente,  quase tudo que compramos vem em uma embalagem da fábrica, geralmente de plástico. Ainda assim,  no momento da compra são envoltos em inúmeras sacolinhas plásticas para serem levados para casa. Muitas clientes até brigam com as atendentes dos estabelecimentos por mais sacolinhas. A desculpa usada sempre: “é para colocar lixo”. Não conseguem perceber, ou preferem não se importar,  com o destino das embalagens de plástico que são descartadas em aterros, ou atiradas pelas ruas, entopem encanamentos, poluem os rios e chegam até o mar. Há relatos de que foram encontrados restos de plásticos no interior de peixes e que muitas aves e tartarugas marinhas morrem asfixiadas pelas sacolinhas e demais itens de plástico descartados de forma irresponsável. O plástico cada vez mais vai ocupando os espaços da vida, sua versatilidade permite que seja utilizado para muitos fins: Veste os corpos em forma de tecidos, calça os pés em forma de sapatos, usados nas cirurgias plásticas com fins terapêuticos ou estéticos, na fabricação de móveis substitui a madeira e o couro, na produção de veículos, assim movimenta uma indústria bilionária que explora os derivados de petróleo. Até substitui as plantas ornamentais, com frequência tenho me deparado com samambaias, girassóis e suculentas de plástico. A justificativa é que plantas de plástico dão menos trabalho, não  precisam ser molhadas, não morrem. Me pergunto: Mas a graça das plantas não está no cultivo, no tempo despendido para cuidá-las, em acompanhar seu desenvolvimento? Por fim, acredito que todas as ações de nossa vida devem ser pautadas pela reflexão, o consumo deve ser pensado. O planeta terra é nossa casa, assim, não existe um fora para onde jogar o que descartamos como lixo.

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5 comentários:

  1. Discussão importante e urgente. Parabéns pela reflexão.

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  2. Obrigado pela participação,Um tema que precisa mesmo ser refletido com urgência.

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  3. Parabéns ao blog por trazer temas bons de se ler. A colunista Prof. Rosana pelo texto leve e reflexivo sobre uma tema que precisa ser discutido pela nossa sociedade.

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