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Da
minha infância durante a década de 1980, no interior do Norte de Minas Gerais,
lembro-me de que meu pai trazia as compras da cidade em cestos de bambu, até a
carne e o peixe eram trazidos envoltos em papel pardo e amarrado com cordão. Os
pães eram trazidos em sacos de papel. As raras embalagens de plástico ou metal
eram reaproveitadas para guardar mantimentos ou para cultivar flores. Naquela
época, devido à dificuldade, tudo tinha serventia, quase nada era descartado de
forma irrefletida. Se voltarmos mais no tempo, havia o hábito de levar para a
feira embornais feitos de pano de algodão alvejado para colocar as compras. A
senhora Noemi Galvão, residente em Salinas, do alto de seus mais de 80 anos, me
relatou que quando ia ao antigo mercado que existia na atual praça Moisés
Ladeia levava suas embalagens de pano, certa feita, perdeu um dos embornais que
lhe foi devolvido pelo feirante, pois havia suas iniciais gravadas em forma de
bordado e o nome do respectivo mantimento. O tempo passou e muita coisa mudou. Atualmente,
quase tudo que compramos vem em uma embalagem da fábrica, geralmente de
plástico. Ainda assim, no momento da
compra são envoltos em inúmeras sacolinhas plásticas para serem levados para
casa. Muitas clientes até brigam com as atendentes dos estabelecimentos por
mais sacolinhas. A desculpa usada sempre: “é para colocar lixo”. Não conseguem
perceber, ou preferem não se importar, com o destino das embalagens de plástico que
são descartadas em aterros, ou atiradas pelas ruas, entopem encanamentos, poluem
os rios e chegam até o mar. Há relatos de que foram encontrados restos de
plásticos no interior de peixes e que muitas aves e tartarugas marinhas morrem
asfixiadas pelas sacolinhas e demais itens de plástico descartados de forma
irresponsável. O plástico cada vez mais vai ocupando os espaços da vida, sua
versatilidade permite que seja utilizado para muitos fins: Veste os corpos em
forma de tecidos, calça os pés em forma de sapatos, usados nas cirurgias
plásticas com fins terapêuticos ou estéticos, na fabricação de móveis substitui
a madeira e o couro, na produção de veículos, assim movimenta uma indústria
bilionária que explora os derivados de petróleo. Até substitui as plantas
ornamentais, com frequência tenho me deparado com samambaias, girassóis e
suculentas de plástico. A justificativa é que plantas de plástico dão menos
trabalho, não precisam ser molhadas, não
morrem. Me pergunto: Mas a graça das plantas não está no cultivo, no tempo
despendido para cuidá-las, em acompanhar seu desenvolvimento? Por fim, acredito
que todas as ações de nossa vida devem ser pautadas pela reflexão, o consumo
deve ser pensado. O planeta terra é nossa casa, assim, não existe um fora para
onde jogar o que descartamos como lixo.
Por
Discussão importante e urgente. Parabéns pela reflexão.
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirObrigado pela participação,Um tema que precisa mesmo ser refletido com urgência.
ResponderExcluirParabéns ao blog por trazer temas bons de se ler. A colunista Prof. Rosana pelo texto leve e reflexivo sobre uma tema que precisa ser discutido pela nossa sociedade.
ResponderExcluirObrigada Antonio!
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