Maria Lélia e uma de suas bonecas de pano |
Olhando minhas
bonecas, fiquei pensando na capacidade de transportarmos para um mundo de pura
imaginação. Cada boneca tem nome e uma história, porque assim conservo a alma
daquela menina que brincava muito, com o que tinha ao seu redor. Uma simples
casca de melancia, sabugo de milho, folha, terra, areia e pedra, tudo podia ser
transformado em casas, brinquedos e bonecas, que compunham meu cenário infantil,
tornando-me a menina mais feliz do mundo!
A boneca de pano é a forma mais
simples de confecção de tecido e algodão, podendo ser preenchida com diversos
materiais como: palha, restos de retalhos, folhas, etc.
A origem da boneca de pano remonta
desde a civilização Babilônica, atravessando séculos desde Egito, Grécia, Roma,
China e Japão. Em quase todas as civilizações, a boneca figura como personagem
importante para contar a história daquele povo, pois representa a imagem do
humano no imaginário daquela cultura. Desde a Antiguidade, a boneca foi
recebendo novas formas, ou seja, foi se traduzindo para ser cada vez mais
manipulada pelas crianças.
No Brasil, a boneca de pano se
tornou marca forte da arte popular, porque cada região tem sua etnia e cultura própria,
de acordo com as cores e vestimentas ou estilos, que transpõem para as bonecas,
permitindo desta forma representar a cultura de um lugar.
A minha boneca caçula, foi feita por
Maria Lélia Santana. Ela me contou que desde sua infância, criava suas bonecas
com o que tinha, com o tempo foi aperfeiçoando. Recorda que, quando o CPCD-
Centro Popular de Cultura e de Desenvolvimento, instalou o Projeto “Ser
Criança”, em Araçuaí, por volta de 2010/2011, passou a confeccionar com mais
intensidade e de vários estilos. Disse ainda que, à medida que vai criando, sente
satisfação e prazer, ao olhar a sua criação ao final, e ainda, quando uma
criança ganha sua boneca.
Atualmente seu trabalho tem sido
absorvido por professores. Não apenas pela via da ludicidade, mas também pelo
fato de que a boneca de pano salta do monopólio infantil para encontrar
conexões nas vias de decoração e comunicação. Ela confecciona em tamanhos
pequenos, médios e grandes, gasta uma média de dois dias para completar o processo.
Assim como Maria Lélia, existem
algumas mulheres que se mantêm nesta arte, resistindo aos intensos “golpes” da
indústria de brinquedos. As bonecas de pano sobrevivem, graças às meninas
crescidas, que adoram brincar com suas bonecas. Por isso estou com uma vontade
de brincar! Vamos brincar de boneca?
Belíssimo texto!
ResponderExcluirAgradeço em nome da colunista Ângela Freire
ExcluirParabéns. Ótimo texto!!
ResponderExcluirEstou sempre conectado no Blog.
Meu amigo Gibi, agradeço! essa participação é um incetivo aos colunistas e para a existência do blog.
ExcluirParabéns !!👏
ResponderExcluirMuito Obrigado!
ExcluirMemórias uma base sólida que nos conduz a esperança de que o tempo não para, mas também carrega consigo os traços da história que não morre. E nos remete a existência da pureza do ser e ter um passado que se faz presente.
ResponderExcluirAdoro brincar. Adulta, temos menos tempo, temos outras brincadeiras, mas a imaginação da neblina nunca morre.
ResponderExcluir