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Foi o texto do sermão do velho pároco da aldeia de Moinhos.
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Texto áureo que frisou várias vezes. Terminada a Missa, quatro amigos inseparáveis sen. taram-se num banco, no
adro da igreja. Comentavam os ensinamentos do cura. Aparentavam a mesma idade,
aproximadamente dez anos. Pedro conduziu a conversação: - Vocês acreditam que a gente
ganha o que pede? João docilmente respondeu: -Creio piamente; o velho padre é incapaz de mentir Jair o maior e mais bem trajado, sorriu sarcasticamente e disse: - Meu pai é rico demais; dá-me tudo o quanto necessito Francisco propôs pedirem a Deus o que mais desejassem e formulou cheio de
fé, seu pedido: - Desejo viajar, conhecer o mundo todo e viver em altas rodas. Pedro acrescentou: - Senhor Deus, fazei-me um homem
rico, fabulosa. mente rico. João piedosamente levantou as mãos para os céus e disse: Senhor, eu não sou digno, mas gostaria de ser um padre puro e santo como
o da nossa aldeia. Falou Jair: Tenho tudo; não preciso pedir. Despediram-se os garotos com o pacto de se reunirem trinta anos mais
tarde, naquele local, à mesma hora Separaram-se. Lançaram-se à luta. Lugares distantes e diversos. Trinta anos mais tarde preparava-se a humilde aldeia para receber gente
ilustre. Cumprindo religiosamente o combinado, estavam eles no adro da igreja. Não
quatro garotos mas quatro homens, na casa dos quarenta anos. João o mais respeitável, falou primeiro: - Sou Arcebispo de grande metrópole; pastor de milhares de almas.
Projetou-me o Bom Deus, além das aspirações de tornar-me um modesto pároco.. Francisco elegante e risonho disse: - Deus atendeu regiamente meu pedido. Conheço o mundo inteiro. Sou
intérprete. Falo correntemente oito idiomas. Convivo com príncipes e
diplomatas. Estou satisfeito Pedro limpando os óculos continuou: Amigos, sou o magnata das madeiras. Já não é fácil precisar o que possuo.
Sinto-me feliz e grato a Deus. Jair não apresentava bom aspecto. Terno torto, barba crescida, sapatos
velhos. Cabisbaixo e alcoolizado, disse: - Depois da morte de meu pai, perdi toda a minha fortuna no jogo. Hoje
mendigo pelas ruas. Não nasci para o trabalho. Entraram os quatro na igreja e fizeram uma prece ao falecido pároco o
homem que inspirou a vitória que veio e há de vir, para todos os que creem no
maravilhoso texto: Extraído do livro “ Caminhos
Estranhos, contos” /1967 , de Carmelina
Murta Glória, natural de Virgem da Lapa. Por
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