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A infância é uma etapa
inesquecível de nossa vida. Isso quando não vivenciamos situações intoleráveis
de violência, nesses casos, muitas vezes a memória da infância é apagada. A
meninice é de completa alteridade para os adultos. Podemos aproximar das crianças
e nessa aproximação, ao entrar para o espaço da ludicidade, relembrar nossa
própria infância. Nenhuma infância é igual à outra, há crianças que convivem
com as questões dos adultos, em contato com a carência afetiva e material
destes, outras que sofrem violências diversas. Em minha infância convivia com
minha mãe e meu irmão. Hoje, quando relembro,
me dou conta da solidão de minha mãe que tinha que compartilhar suas
questões conosco, visto que vivia muito isolada. Lembro que ela contava
histórias, brincava de pular conosco, comemorava as conquistas e compartilhava
os problemas materiais. Junto plantamos roça, limpamos e colhemos. Presenciamos
tempestades assustadoras, com raios, trovões e queda de árvores. Certa vez,
íamos lavar roupa quando vimos um raio cair e depois a grama queimada da
descarga elétrica. Quando conseguiu receber seu primeiro salário de pensão por
morte de meu pai, ela comemorou muito conosco. Quando choveu na roça de feijão
e perdemos a colheita, choramos juntos. Minha infância foi uma etapa de
privações, mas vivida com o entusiasmo e alegria própria das crianças. Hoje no
convívio com meus pequenos, muitas vezes me deparo com minha criança interior,
com a criança que fui. E como mãe, me reencontro com minha própria mãe.
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