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A morte nos surpreende e assombra.
Apesar de que já deveríamos ter nos acostumado com esse evento natural que,
assim como o nascimento, faz parte do ciclo de existência de todo ser vivente. Porém,
nós humanos, por nos diferenciarmos dos demais animais e por produzirmos
cultura, sabemos que em algum momento de nossa trajetória no planeta terra
iremos finar. Portanto, buscamos diversas estratégias para burlar o poder
implacável da morte. Uma das que tem
sido mais utilizada pelas sociedades humanas ao longo do tempo é a projeção de
uma vida após a morte. Comumente, acredita-se que a continuidade da existência
após a extinção da vida terrena está interligada às ações anteriores à morte,
ou dependem da constância dos que ficam, em realizar ritos para garantir o
bem-estar da pessoa falecida em sua nova existência. Outra forma usada, com
êxito, para enganar a morte é deixar registros escritos. Estes, quando
considerados relevantes pelas sociedades vindouras, eternizam a passagem terrena
de quem os escreveu, transformando-se em monumentos de memória. O profeta
Jeremias, por exemplo, é lembrado até os dias atuais, graças aos seus escritos;
Salomão é outro que se tornou célebre e atravessou eras. Safo, a poetisa
habitante da ilha de Lesbos, é conhecida por nós, mesmo tendo transcorrido
tantos séculos, graças aos seus escritos. Aqui no Brasil lembramos Maria
Firmina dos Reis, a primeira mulher a escrever e publicar um romance no país,
em meados do século XIX, período árduo para as mulheres, principalmente para as
negras como ela. E, mais recente, temos
Carolina Maria de Jesus que é e será lembrada pela sua incansável produção
literária num contexto social muito adverso à sobrevivência. Outra forma de se eternizar é através de
grandes feitos; foi assim que se eternizou Luiz Gama, o advogado negro que
defendeu e libertou mais de quinhentas pessoas da escravidão no final do século
XIX. Também Laudelina de Campos Melo, pioneira na organização sindical das
trabalhadoras domésticas brasileiras, se faz lembrar na contemporaneidade.
Poderíamos tecer muitas outras
reflexões sobre a morte e as tentativas de burlá-la e enumerar vários humanos
que conseguiram perpetuar seu nome no tempo, mas ficamos por aqui. Para
finalizar, queremos enfatizar que a morte nos inquieta e atemoriza, mas ao
mesmo tempo nos ensina, principalmente quando se torna tão próxima, como nestes
tempos de pandemia.
Se lembrássemos com frequência
de que um dia morreremos, possivelmente viveríamos com mais verdade e coragem,
com menos pressa e medo.
Por
Uau! Verdade.. A morte é um fato que ainda não conseguimos convordar... Mas grandes nomes conseguem marcar a eternidade.
ResponderExcluirÓtimo texto. Praticamente nos obrigar a reflexão necessária sobre tema. Necessária porque como dito na última frase, pensar e refletir sobre a morte implicará em também fazê-lo com relação a vida.
ResponderExcluirObrigada pelo retorno 🙂
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