terça-feira, 24 de agosto de 2021

O ASSUNTO É? - A Morte

 

Imagem internet

A morte nos surpreende e assombra. Apesar de que já deveríamos ter nos acostumado com esse evento natural que, assim como o nascimento, faz parte do ciclo de existência de todo ser vivente. Porém, nós humanos, por nos diferenciarmos dos demais animais e por produzirmos cultura, sabemos que em algum momento de nossa trajetória no planeta terra iremos finar. Portanto, buscamos diversas estratégias para burlar o poder implacável da morte.  Uma das que tem sido mais utilizada pelas sociedades humanas ao longo do tempo é a projeção de uma vida após a morte. Comumente, acredita-se que a continuidade da existência após a extinção da vida terrena está interligada às ações anteriores à morte, ou dependem da constância dos que ficam, em realizar ritos para garantir o bem-estar da pessoa falecida em sua nova existência. Outra forma usada, com êxito, para enganar a morte é deixar registros escritos. Estes, quando considerados relevantes pelas sociedades vindouras, eternizam a passagem terrena de quem os escreveu, transformando-se em monumentos de memória. O profeta Jeremias, por exemplo, é lembrado até os dias atuais, graças aos seus escritos; Salomão é outro que se tornou célebre e atravessou eras. Safo, a poetisa habitante da ilha de Lesbos, é conhecida por nós, mesmo tendo transcorrido tantos séculos, graças aos seus escritos. Aqui no Brasil lembramos Maria Firmina dos Reis, a primeira mulher a escrever e publicar um romance no país, em meados do século XIX, período árduo para as mulheres, principalmente para as negras como ela.  E, mais recente, temos Carolina Maria de Jesus que é e será lembrada pela sua incansável produção literária num contexto social muito adverso à sobrevivência.  Outra forma de se eternizar é através de grandes feitos; foi assim que se eternizou Luiz Gama, o advogado negro que defendeu e libertou mais de quinhentas pessoas da escravidão no final do século XIX. Também Laudelina de Campos Melo, pioneira na organização sindical das trabalhadoras domésticas brasileiras, se faz lembrar na contemporaneidade.

Poderíamos tecer muitas outras reflexões sobre a morte e as tentativas de burlá-la e enumerar vários humanos que conseguiram perpetuar seu nome no tempo, mas ficamos por aqui. Para finalizar, queremos enfatizar que a morte nos inquieta e atemoriza, mas ao mesmo tempo nos ensina, principalmente quando se torna tão próxima, como nestes tempos de pandemia.

Se lembrássemos com frequência de que um dia morreremos, possivelmente viveríamos com mais verdade e coragem, com menos pressa e medo.

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3 comentários:

  1. Uau! Verdade.. A morte é um fato que ainda não conseguimos convordar... Mas grandes nomes conseguem marcar a eternidade.

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  2. Ótimo texto. Praticamente nos obrigar a reflexão necessária sobre tema. Necessária porque como dito na última frase, pensar e refletir sobre a morte implicará em também fazê-lo com relação a vida.

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