As
grutas ou cavernas cravadas nas serras guardam inscrições rupestres
impressionantes, talvez sejam milenares, das oito cavernas catalogadas a
que mais se destaca é a caverna de serra
da limeira, ela é grandiosa em profundidade
e altura,
as inscrições cobre todas as suas paredes.
Para
a população de Itinga tais inscrições são heranças indígenas dos botocudos, por
isso as cavernas são conhecidas popularmente como Toca dos Índios.
Não
se pode afirmar que as inscrições são mesmo indígenas, tendo em vista que nem
um estudo robusto foi realizado nas cavernas, porém para o povo de Itinga é um
registro dos nossos antepassados os “bugres” palavra usada pelos mais velhos
para se referirem aos índios botocudos.
um dos trabalhos acadêmicos sobre as
grutas e do estudante, Kennedy Pêgo de Sá, em 2016, ele apresentou o projeto de intervenção ao curso de tecnologia em gestão
ambiental do instituto federal de minas gerai, campus Araçuaí/MG, com o tema “ Sítios
arqueológicos com pinturas rupestres na área de abrangência do município de
Itinga/MG: localização, ameaças e perspectivas de preservação”
Este trabalho tem como
principal objetivo apresentar os sítios arqueológicos com pinturas rupestres
existentes no Município de Itinga/MG e propor alternativas para se preservar
este patrimônio. Dentre estas, uma Área de Preservação Ambiental (APA), com
função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica
e a biodiversidade, assim como, o patrimônio histórico-cultural em questão,
tendo em vista a aplicação da lei de bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico e ambiental.(Sá.2016)
E o
mesmo justifica essas propostas
A arte
rupestre é uma importante fonte de informações que nos relata sobre o tempo e
os costumes de alguns grupos humanos que viviam na pré-história. Para alguns
estudiosos, o avanço desse tipo de manifestação esteve diretamente ligado ao
processo de descobrimento e dominação do fogo. O controle desse elemento
natural permitiu o conforto, a segurança os recursos necessários para a evolução
do homem pré-histórico.
Aparentemente esse tipo de manifestação
artística é retratada como uma intenção do homem em registrar as situações que
integravam a sua rotina. Entretanto, algumas pesquisas mostram curiosamente que
os locais onde eram feitas esses registros não eram próximos a de qualquer tipo
de civilização. Assim sendo, pode-se deduzir que o homem pré-histórico escolhia
bem os lugares, o tipo de material a ser utilizado, onde permaneceriam essas
pinturas.
Esse estudo também revela aos moradores de Itinga MG e região a
importância social, cultural e econômica de se preservar o patrimônio
arqueológico local, estuda e decifra a procedência desses registros e leva ao
conhecimento de todos a origem dos povos primitivos que viveram em nossa região
no passado, onde foi feito pesquisas sobre a questão de inserção de sítios
arqueológicos com pinturas rupestres na área de abrangência do município de
Itinga/MG, faz a localização, detecta ameaças, e propõe perspectivas de
preservação, como fator relevante para a aplicação do ecoturismo local, que
promove uma participação social como mecanismo de obtenção econômica atrelada
as normas de preservação ambiental.
A
escolha dos sítios arquelógicos na cidade de Itinga/MG, faz com que venha a
atrair pesquisas científicas quanto a composição química das tintas utilizadas,
os formatos das pinturas que venham a obter sobre a origem dos grupos
pré-históricos que habitaram a Região do Vale do Jequitinhonha, vislumbrando
para o entendimento das formações populacionais adjacentes e/ou inseridas em
tal contexto.
A viabilidade do projeto
consiste no levantamento de informações através dos moradores locais, visitas
técnicas com o auxílio da comunidade local e científica da equipe
multidisciplinar disponibilizado pelo Instituto Federal do Norte de Minas
Gerais (IFNMG) Campus Araçuaí, com o fito de validar as áreas para a pesquisa,
barrando assim o crescimento de exploração mineral nas imediações dos sítios
arqueológicos.
Em seu estudo, juntamente com a equipe presente catalogadas por
georeferenciamento 4 cavernas com inscrições rupestres.
Tais pinturas são formas gráficas de comunicação
utilizadas pelos grupos que habitaram as imediações da cidade de Itinga/MG há
séculos. Segundo o autor do livro “ Memórias de Itinga”, José Claudionor dos
Santos Pinto
As tocas são conhecidas pela população como
toca dos índios, tendo em vista que a mesma considera que as inscrições foram
feitas pelos bugres denominação usada
para se referir aos índios Botocudos da região,mas tal comprovação não pode ser
confirmada, porque não foi realizado nenhum estudo sobre as inscrições
rupestres que se encontram nas grutas ( PINTO, 2019. p.193).
Neste estudo, estão sendo
apresentadas a Toca dos Índios I e II que é a gruta mais conhecida pela
população pela sua exuberância e fácil localização, também apresentaremos a
Gruta do Sol I e II que foi batizada por nós integrantes do projeto pelas
imagens ali grafadas similares ao sol. (Sá.2016)
A toca dos Indios, as mais conhecidas estão
localizadas na Serra da Limeira, na comunidade rural de Campo Queimado, a Gruta
I e II, estão localizadas na comunidade rural do Humaitá, porém temos outras
cavernas com inscrições rupestres, na própria comunidade de Campo queimado, mas
próximo a BR 367, na comunidade rural de pasmadinho, comunidade rural do Frade
e também na comunidade rural da Água Fria Fabrica.
Na toca dos índios existem colméias de abelhas, que de certa forma,
atuam como guardiãs naturais. A população considera as abelhas espíritos
indígenas, no qual fazem a proteção das grutas, essas informações foram
colhidas pelo historiador e pesquisador José
Claudionor dos Santos Pinto, mas conhecido como Jô Pinto.
“Com a
certeza que a história ambiental, cultural e social da cidade de Itinga, ainda
precisa ser estudada como mais aprofundamento, para uma melhor compreensão de
nossa própria existência, as grutas com inscrições rupestres, é apenas um dos
sinais deixados pelos nossos antepassados, muitos outros ainda se encontram
dentro das próprias grutas e seus entornos, é preciso um trabalho minucioso de
arqueologia para que se possa realmente entender todo conjunto sítios arqueológicos
que compõe as grutas.
Porem é preciso que nós estudantes, futuros profissionais da área
ambiental, população, ONGs e poderes públicos, pensem em ações que fato possam
fazer uma preservação mínima deste legado deixado ao povo de Itinga e a humanidade”.
Kennedy Pêgo de Sá
Referencias
Livro "Memórias de Itinga" de Jô Pinto
Trabalho de Conclusão de Curso de Kennedy Sã
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