Filtro da artesã Rita Mendes-Campinhos/Itinga-MG |
Trazer a história de um
sistema de purificação de água, é sem dúvida uma criação que revolucionou a
forma de se beber água neste país.
Antigamente a água que se bebia, vinha de rios, córregos,
lagoas, poços ; carregada na cabeça, no lombo de burros, em carroças, carrinho
de mão ou galinholas , o problema é que muitas vezes, do jeito que apanhava,
despejava nas talhas, tambores ou caixas e se consumia com impurezas.
Em algumas casas era possível coar a água, prevalecendo o
processo do pano alvíssimo! Apropriado para a ocasião, o amarrava na boca do
pote e a pessoa despejava o líquido, no recipiente.
Toda casa modesta havia uma ou duas talhas na sala, em cima
de um batente, uma forma entronizada para colocar os potes, feito em alvenaria;
ou mesa de madeira rústica, quase sempre feito por membro daquela família. De
certa maneira, quem chegasse na porta já podia avistar a disposição daqueles
recipientes da seguinte forma: A boca do pote era mantida fechada por um prato esmaltado, quase sempre descascado em
suas bordas; um copo de alumínio e uma
caneca com asa, às vezes esmaltada,
quase sempre amassada que servia para
pegar a água do recipiente e despejar no copo da visita ou do pedinte;
acima destes utensílios ficava um paninho, na maioria das vezes bordado, pintando ou feito de crochê, de
acordo com o capricho e habilidades das mulheres da casa.
Esse modo prevaleceu-se por muito tempo, somente em 1910,
com a chegada de imigrantes portugueses e italianos à São Paulo, trazendo em
suas bagagens velas para filtrar águas, pois a técnica era conhecida na Europa.
Porém com descoberta de uma grande jazida de argila, no interior de São Paulo, percebendo
a capacidade de armazenamento de água, nas peças produzidas, não tardou muito
para que o filtro fosse criado em 1920, apesar de ser destinado ao público das
classes A e B, a marca “São João” popularizou-se.
A marca São João atravessou o século XX, ainda é
tradicional no mercado, apostando no processo de limpeza da água, através da vela
esterilizante, técnica antibatericida natural.
No século XXI os filtros de barro, se mantem nos lares brasileiros, porém com seus formatos, desenhos, cores diversificadas, sinalizando que permanecerá por muito mais tempo, com suas histórias e evoluções.
Por
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Espero que gostem! Se alguém quiser sugerir um conteúdo para as próximas publicações, sinta-se à vontade! Terei muito prazer em buscar informações e estudar o assunto.
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