Fotografia de Febrônio Índio do Brasil e suas tatuagens / Crédito: Wikimedia Commons |
Hoje trazemos na série
conhecendo o Jequi, um personagem emblemático de nossa região, e que foi um dos
maiores serial killers do país. Estamos falando de Febrônio Ferreira de Mattos ,
também conhecido como “Febrônio Índio do Brasil”
Natural do hoje
distrito de São Pedro na cidade de Jequitinhonha, baixo médio Jequitinhonha nas
Minas Gerais.
Lançou um livro “As Revelações do Príncipe do Fogo” no Rio
de Janeiro em 1926. O livro chegou a ser confiscado e sua publicação suspensa.
Segue abaixo texto publicado
por Pámela Malva, no site as aventura na historia da UOL – link no final da
publicação.
Um menino Perturbado
Nascido em 1895, Febrônio
Ferreira de Mattos era o segundo filho dos 14 tidos por Reginalda
Ferreira de Mattos. Quando criança, ele sofria com as agressões do pai
alcoólatra e, aos 12 anos, o menino fugiu, até chegar ao Rio de Janeiro.
Na Cidade Maravilhosa, Febrônio começou
a colecionar uma série de crimes, como fraude, chantagem, suborno e roubo, tudo
entre 1916 e 1929. Mas foi em 1920, quando tinha 25 anos, que o jovem teve uma
visão que mudaria a sua vida.
No meio do delírio, uma
mulher loira visitou o homem, afirmando que ele tinha um papel importante no
mundo, já que era o “Filho da Luz”. Já tendo assumido o pseudônimo
de Febrônio Índio do Brasil, ele teria a missão de purificar outros
jovens.
Um purificador
Como parte do trabalho, ele
deveria tatuar os garotos com o símbolo DCVXVI, uma representação das palavras
Deus, Caridade, Virtude, Santidade, Vida e Ímã da vida. Ainda detido, Febrônio tatuou
a frase “Eis o Filho da Luz” no próprio tórax.
Quando saiu da cadeira, em
meados de 1921, o homem tornou-se associado do dentista Bruno Ferreira
Gabina, mesmo que não tivesse qualquer formação. O problema veio poucos
meses depois, quando o profissional simplesmente desapareceu.
Tendo assumido o diploma
do Dr. Gabina, Febrônio abriu seu próprio consultório e, nele,
atendeu pessoas de uma forma bastante controversa. Testemunhas chegaram a
afirmar que, de maneira sádica, ele arrancou dentes de pacientes sem qualquer
necessidade
Um homem sádico
Os crimes mais sérios,
todavia, passaram a fazer parte da rotina do Filho da Luz quando ele
começou a ter delírios. Certa vez, em outubro de 1926, Febrônio foi
preso enquanto dançava completamente nú no topo do Pão de Açúcar.
Na época da detenção, ele
chegou a ser internado e diagnosticado por distúrbios mentais, mas foi solto
por não ter dinheiro o suficiente para pagar o tratamento. Mentindo de forma
compulsória, ele foi preso novamente, agora em 1927.
Desta vez, ele abusou de
dois companheiros de cela, mas acabou sendo solto de novo, por falta de provas.
As acusações contra o Filho da Luz, entretanto, não paravam de aparecer
na delegacia. E elas eram as mais perturbadoras.
Os delírios do Filho da Luz
Em um dia, ele foi pego
dançando na frente de um garoto amarrado em uma árvore no Corcovado. No outro,
o homem foi visto cozinhando a cabeça roubada de um cadáver. Nessa época, ele
foi internado em um hospício, mas fugiu ao lado de dois jovens.
Acompanhando o homem por uma
suposta oferta de emprego, os adolescentes de 17 anos foram estuprados
por Febrônio. Mesmo sendo vítimas do homem, eles foram soltos, logo
depois de receber as tatuagens no peito, como mandava a visão.
Mais tarde, ele chegou a ser
preso por tatuar um garoto de 18 anos. O jovem, todavia, desapareceu, e o Filho
da Luz foi solto, em 1927. Uma vez livre, ele tentou marcar a sigla no
peito de Altamiro José Ribeiro, um jovem de 20 anos, que tentou
resistir. Indignado com a atitude da vítima, Febrônio o estrangulou
com um cipó.
Fim do caminho
A série de crimes chegou ao
fim quando o criminoso sequestrou um menino de 10 anos, sob pretexto de lhe
garantir um emprego. “Jonjoca” Ferreira foi tatuado, estuprado e
morto por Febrônio. Ao lado do corpo, contudo, uma pista foi deixada
pelo assassino.
Durante as investigações, os
policiais reconheceram o boné utilizado por Febrônio para sair da
cadeia em 1927. Assim, o criminoso foi rastreado e preso. Além da prova, os
pais de Jonjoca ainda reconheceram o Filho da Luz, que,
mais tarde, assumiu os crimes.
Pelas muitas acusações e por
sua clara inconsistência mental, Febrônio foi internado no Manicômio
Judiciário do Rio de Janeiro, de onde tentou fugir. Sem sucesso no plano, ele
permaneceu na instituição até 1984, quando morreu, aos 89 anos.
Texto Postado por PAMELA MALVA
O livro é muito interessante. Totalmente único e tem uma forte energia em volta.
ResponderExcluirBoa Jô, não conhecia essa história
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