quinta-feira, 30 de abril de 2020

FESTIVALE: Fotos e Curiosidades


Curiosidade: 
  • Pintar os muros das cidades no qual sediariam o FESTIVALE sempre foi uma tradição, além de deixar as cidades mas coloridas, era uma forma de divulgar o FESTIVALE na mesma.

Mas esta tradição foi se perdendo nos últimos FESTIVALES







quarta-feira, 29 de abril de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Romani Ferreira


Romani Ferreira é natural de Medina, no  Baixo Jequitinhonha. Arte Educador - Palhaço - Professor de Teatro e Ator
Exerceu a função de diretor financeiro e conselheiro deliberativo da FECAJE, instituição responsável por realizar o FESTIVALE. 
Ministrou diversas oficinas em edições do FESTIVALE.











MEMÓRIAS do FESTIVALE

Por: Romani Ferreira.

Minhas memórias do Festivale! Entre tantas, trago como uma grande recordação, a cidade de Itaobim e o jornal Geraes como ponto de partida, como organizadores, CCJ, CCVJ, CCAVJ, FECAJE, e os Encontros Culturais para prepararmos os festivales e depois para Avaliarmos os Festivales. Nos encontros para preparar, tínhamos um, dois ou três representantes de cada cidade que enviava seus agentes culturais. Entre eles vindos dos quatro cantos do Vale, o grande artesão Itamar(Itamar Ripie), Tika (in memoriam), Mestre Ulisses, Didi, Frajola, Zefa, Raimundo, Vilela, Cláudio Bento, Gonzaga Medeiros de, Rubinho, Pereira da Viola, Saulo Laranjeiras, Lira, Frei Chico, Andrette e Nina,Tadeu Martins de Itaobim, Marileide, Wiliam (in memorian), Paulo, Jaime, Tiburcinho, Cida, Neilton, Gil, Dorotéa, entre tantos outros. Juntava-se ao Vale os Agentes e articuladores culturais da Capital Mineira, Belo Horizonte tais como, Guilardo Veloso, Ivânia, Izinho, Carlinhos Ferreira, Cinthia Colares, e outros como: Rufo Herrera,João das Neves.
Eles (os encontros culturais), aconteciam normalmente em uma cidade do Vale, em um final de semana, e com alojamento em escolas ou instituições sindicais ou culturais e apesar de ter poucas pessoas ali presente, a programação acompanhava um estilo do Festival e com apresentações musicais, POESIAS, batucadas no alojamento e muita alegria. Parecia mini festivalzinhos. Era simplesmente maravilhoso. Durante os encontros, os debates eram acalourados, que pareciam um campo de guerra das ideias e das discordância de ideias. No entanto, não deixava nem marca, nem feridas abertas, é se isso acontecesse, elas eram curadas a noite durante a alegria das apresentações. Durante os encontros para programação e organização dos Festivales, muitas ideias surgiam em busca da perfeição, em busca da qualidade, em busca de uma verdadeira representação das artes populares do VALE. No entanto quando o projeto alcançava a bancada político governamental, que financiaria os custos do mesmo, aí acontecia o grande ato fenomenológico do não vai ter isso, não vai ter aquilo, essa oficina não pode, aquela também não. Depois durante a realização do evento Festivale, vinha Grande decepção e tristeza, para aquele participante dos encontros, que viu suas ideias aprovadas, escorrer-se pelos ralos do descaso e das injustiças para com a cultura do VALE.
No entanto, na contra mão do destino, quando chegava o momento para realização dos Festivales, as comissões de trabalho estavam ali de prontidão para fazer acontecer com muita alegria, o grandioso e majestoso FESTIVALE.
E por falar em realização do FESTIVALE, me recordo com saudade, da maneira como cada cidade enviava seus representantes e como eles chegavam na cidade do FESTIVALE. Uns chegavam em caminhões abertos, os chamados Pau de Arara, chegavam todos empoeirados, das nuvens de poeira que os seguiam nas estradas de terra. Mas quando deciam do caminhão era uma alegria só. Outros chegavam em ônibus que mais pareciam latas velhas para carregar ANIMAIS. Mas quando desembarcavam, também traziam uma energia contagiante. Outros chegavam em vans escolares, outras em caminhonetes abertas, outros tantos, chegavam de carona é cada um carregando nas costas, suas velhas e recheadas mochilas e quando chegavam os moradores da cidade, ao verem aquele povo doido (doido, porquê muitos traziam em suas aparências ou mochilas, a visibilidade de suas culturas) ficavam um pouco assustados, mas à medida que a cidade ia se enchendo de novos habitantes temporários, o povo iam se ajuntando e demonstrando suas solidariedades para quem chegava para a grande esta. Hoje o FESTIVALE continua sendo uma festa bonita, uma festa cultural (com seus artistas de rua, com seus grupos folclóricos, com seus oficineiros, com seus artesãos, com seus belos artesanatos, com seus novos integrantes, com seus atos de defesa do meio Ambiente, com seus atos de defesa da cultura, com seus músicos, seus poetas e agentes culturais) com seus festivais de música, com suas noites literárias, com suas mostras teatrais, com suas exposições fotográficas, com seus corais, com suas feiras de artesanatos, seus desfiles de grupos folclóricos, seus alojamentos improvisados e seus participantes cheios de energia. No entanto, nos muitos Festivales que vem sendo realizado, nós os veteranos Festivaleiros, ainda sentimos a saudade dos antigos Festivaleiros, que por suas razões e sentimentos, deixaram de estar presente, outros porquê, nos deixaram porquê passaram para outra dimensão. Os tempos mudaram, o mundo mudou, os novos tempos, trouxe um grande avanço tecnológico aonde a informação chega em qualquer canto do mundo em fração de segundos, o que trouxe para o mundo uma nova modalidade de vida. Porém no Brasil, em se tratando de cultura e cultura popular, o avanço não veio, é trouxe uma redução muito grande no tocante à Grande massa de participantes dos Festivales. E com um sentimento de dor muito maior, é o de que, diante de tantas inovações tecnológicas e a facilidade da comunicação, o projeto FESTIVALE ainda anda com suas pernas bambas, com suas guerrinhas politiqueiras, com seus déficits de sócios, com sua qualidade abalada pelas dificuldades na organização. Ainda consta da minha memória dos Festivales, os grupos Transarte, Icaros do Vale, Trovadores do Vale, Catopés, Cordões de Espadas, Folias e Foliões, etc. Porém de uma coisa podemos ter certeza!
O FESTIVALE nasceu sendo e continua sendo, uma das maiores realizações da cultura popular do Vale do Jequitinhonha e eu mesmo distante, faço parte dela. PEÇO desculpa, por não ter conseguido memorizar uma vastidão de agentes, artistas, grupos ou ações culturais.

Saudações Culturais

terça-feira, 28 de abril de 2020

CARTAZES FESTIVALE - 3ª edição em Itaobim


A arte do terceiro cartaz do FESTIVALE, traz na parte superior os dizeres: FESTIVALE – 3º Festival da Canção Popular do Vale do Jequitinhonha – Itaobim 23, 24 e 25 de Julho – 82, logo abaixo as premiações com valores e inscrições até o dia 20 de junho, acima da palavra FESTIVALE, no lado esquerdo o lema “Vale, vida, verso e viola. Embaixo desse uma charge de traçado simples, mas de uma expressão e significado impressionante, assinada pelo cartunista Aroeira.
Na parte inferior o regulamento do Festival da Canção e as apresentações do Festival: Show com Paulinho Pedra Azul e outros, Feira de Artesanato, Apresentação de violeiros e grupos folclóricos, Feira musical aberta aos compositores presentes e o venha acampar nas praias  do Jequitinhonha.
No rodapé: Promoção: Jornal Geraes e Centro Cultural do Vale do Jequitinhonha - Colaboração: Prefeitura Municipal de Itaobim, Comissão do Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha -  CODEVALE, Coordenadoria de Cultura do Estado de Minas Gerais e Conselho Estadual de Cultura

Curiosidade:
·        Nesta edição do FESTIVALE o cartaz traz pela primeira vez o lema que se tornaria um mantra para os amantes do Festivale, - “Vale, Vida, Verso e Viola”, quem criou o slogan que hoje se tornou um lema do Festivale foi Tadeu Martins da cidade de Itaobim: ele criou assim “ A VIDA DO VALE EM VERSO E VIOLA., mas  um locutor de Teófilo Otoni gravou um spot de divulgação como: VIDA, VALE, VERSO E VIOLA. E nas apresentações passaram a colocar o Vale em primeiro lugar ficando VALE, VIDA, VERSO E VIOLA
·        A arte do Cartaz é assinada por Renato Aroeira, mineiro de Belo Horizonte e um dos mais importantes cartunistas do país
·        Pela primeira vez o cartaz traz o ano da realização

segunda-feira, 27 de abril de 2020

NARRATIVAS DO FESTIVALE - Por Jota Neris

Arquivo Pessoal



Jota Neris. Membro das Academias de Letras de Vitória da Conquista e Teófilo Otoni. Premiado em eventos culturais na Bahia e Minas e em várias noites literárias do Festivale. Autor de 04 livros "independentes" e participação coletiva em outras 14 obras literárias.




















Memória Festivaleira

                                                                                           Por Jota Neris

“Ter tempo para apreciar um poema é ter tempo para viver” (Jota Neris)
Sou catingueiro, baiano do Mergulhão, zona rural do sertão de Aracatu. Desde menino, já em Vitória da Conquista, me envolvi na cultura do sudoeste baiano, sobretudo na literatura.
Na adolescência e juventude tive encontros maravilhosos com nomes de grande expressão como Elomar Figueira, Xangai, Edgar Mão Branca, Grupo Barros, Evandro Correia, entre outros. Com grandes literatas como Dal Farias, Jacira Penalva, Ataíde Macedo, Graciano Araújo, Fábio Andrade e outro, fundamos a Sociarte – Sociedade Artística – responsável pelo lançamento de várias obras literárias e eventos marcantes na cultura de Vitória da Conquista e região. Um fato decisivo que marcou profundamente a minha vida, contribuindo diretamente na minha inspiração e produção artística foi ouvir todos os dias, nas primeiras horas das manhãs o Programa “Nossa Terra”, transmitido pela Band FM, sob a locução e produção de Rubem do Prado.
No início de 1994, me mudei para Mata Verde, a banda mineira da Bahia ou a banda baiana de Minas. Sinto uma satisfação imensurável em dizer que na medida em que fui contando os causos, fazendo os repentes e divulgando a poesia, fui aos poucos ajudando a despertar o interesse pelos versos poéticos nos mataverdenses, sobretudo nos estudantes.
Certa feita, numa entrevista na Band FM em Vitória da Conquista, um comentário meu chamou a atenção do radialista Rubem do Prado, quando  citei que Mata Verde era um misto de dois municípios, dois Estados e duas regiões do Brasil, que as diferenças do Sudeste e do Nordeste brasileiro ali se acabavam, pois Mata Verde, embora mineira, trazia muitos traços baianos e nordestinos.
Tão logo fui amineirando e conhecendo parte da diversa e expressiva cultura Valina, fui participando de eventos em Almenara, Pedra Azul, Araçuaí, Águas Vermelhas e outras cidades. A partir daí comecei a ouvir a palavra Festivale, até então desconhecida para mim. Ouvir nomes como Saulo Laranjeira, Rubinho do Vale, Paulinho Pedra Azul, Pereira da Viola, sendo referências do maior evento de organização da cultura popular do Vale do Jequitinhonha, soava como algo fantástico, extraordinário, admirável, que me deixava cada vez mais boquiaberto.
Apesar de todo o fascínio que este movimento despertava em mim, eu me sentia muito distante do Festivale, pois tinha muito pouco contato com pessoas que na prática sabiam o que realmente era essa grande festa da cultura do Vale do Jequitinhonha.
 Antes do advento da internet e, consequentemente, dos meios sociais, Mata Verde ainda vivia os tempos do posto telefônico, que alguém ligava, deixava um recado e ficava à espera de um garoto que ia na casa do destinatário chamar para vir atender à ligação. Naquele tempo celular, internet, redes sociais e até mesmo o computador eram coisas de outro mundo. A preço de ouro o telefone fixo começava a chegar nas casas com melhores condições financeira. No badalado São João mataverdense de 2002 ouço falar que aconteceria a Noite Literária do Festivale, em Pedra Azul. Não hesitei em concluí um poema que rondava minha cabeça, intitulei de Alma Catinguera, que no ano seguinte daria nome ao meu 2º livro “independente”.Selei a inscrição no posto dos correios e dias depois tive a grande alegria de receber a notícia que o poema estava selecionado para a noite literária, que aconteceria numa quinta-feira, 25 de julho.
Naquela noite histórica tive a alegria do reencontro com Luís Santiago, Juarez Freitas e Wiliam Pinheiro. Ouvi nomes como: Cláudio Bento, Beth Guedes, Jô Pinto, Herena Barcelos, Neilton Lima, Aneuzimira Caldeira (Neca)... que eu nem fazia ideia que se tratava de grandes ícones da arte do Vale.
Fiz minha modesta apresentação de estreante e, para minha maior surpresa o poema sagrou-se vencedor daquela noite iluminada, dia do trabalhador rural, tema destacado no meu poema.
  O troféu, obra do artesão itinguense Ulisses Mendes, exibia um trabalhador rural crucificado que, por uma grande coincidência apresentava os trajes e utensílios iguais aos da minha caracterização. Daí  em diante fui me fazendo presente e identificando cada vez mais com o Festivale. Estive em várias edições, destaco de forma especial o Festivale de Salinas, em 2004, único que tive a alegria de estar presente a semana inteira.
Sempre que posso me faço presente, pois a segunda quinzena de julho, período em que geralmente acontece o Festivale, não somente a cidade anfitriã, mas todo o Vale do Jequitinhonha e os seus filhos, natos e adotivos, espalhados pelo mundo inteiro, respiram a arte nas suas mais diversas manifestações culturais. Eu diria que respirar o ar festivaleiro na sua essência, sua alma efervescente, é um prazer orgástico, algo indescritível que somente quem vivencia essa magia sabe o que é reencontrar velhos amigos, fazer novos, ver as apresentações de Gonzaga Medeiros e Tadeu Martins, cantar e ouvir canções memoráveis, apreciar e declamar poemas nas praças, se encantar com artesanatos, oficinas, tomar uma boa cachacinha – um jatobá, como bem exalta o meu amigo Cássio de Catuji – e se inspirar com as notáveis performances dos palcos, cantigas dos corais, Barraca Festivale, rodas de conversa e a arte saltitando com muita graça e gosto.
Já destacava muito bem o trovador popular, Rubinho do Vale, na canção FESTIVALE, quando este grande evento completava vinte anos de história com muita luta, paixão e resistência: “Meu coração bate forte de alegria quando vai chegando o dia da folia começar”. E viva o Festivale, esse respeitável senhor quarentão com muita memória e causos peculiares...

sexta-feira, 24 de abril de 2020

NARRATIVAS DE FESTIVALE - Por Claudio Dias


Claudio Adenilson Dias, natural de Itaobim/MG, Bailarino e amante da cultura do Vale do Jequitinhonha, mudou-se para Belo Horizonte á treze anos e hoje trabalha na capital mineira como Deejay organizador de eventos.





Amor ao Festivale
Por Claudio Dias

Eu sempre havia ouvido falar no Festivale, já que o primeiro foi sediado na minha cidade Natal (Itaobim). Mas eu só tive um conhecimento maior em 2002 quando alguns amigos (Eduardo Carmona, Joice Rodrigues, Jaime Prado e Andressa Ferraz) participaram da 21° edição sediada na cidade de Pedra Azul! Depois de uma semana no evento, eles retornaram para Itaobim deslumbrados com a grandiosidade do evento e trouxeram na bagagem bastantes novidades e um amplo conhecimento cultural... Eu só vim conhecer o Festivale fisicamente dois anos depois na cidade de Salinas! Lá seria realizada a sua 23ª edição. Eu com os meus 16 anos cheguei à cidade com uma imensa curiosidade de como aquele semana seria? Em um lugar onde eu nunca havia ido, onde transbordava cultura por todos os lados... Foi uma semana incrível. Havia conhecido muitas pessoas, muitos teatros e muitos artistas do nosso vale e de muitos outros lugares... Voltei pra Itaobim maravilhado e com fome de Festivale! Lembro-me que dá minha segunda edição em diante, era sempre uma dor no peito quando chegava no último dia de Festivale, cada um retornaria pra suas rotinas diárias e na ansiedade para a chegada do próximo ano. Era um chororô que só! Levávamos um caderninho para trocarmos endereços de e-mails e assim, continuarmos trocando experiências e fortalecendo ainda mais a amizade através dos extintos MSN e Orkut. De lá pra cá, são 13 anos que amarrei o meu umbigo ao Festivale e não consigo mais viver sem!
Foram muitas histórias vividas (maravilhosas e outras nem tanto).
Muitas amizades conquistadas, muitas técnicas e aprendizado adquiridos através das oficinas (iniciação teatral, Direção teatral, técnica vocal, técnica circense expressão corporal e a minha paixão DANÇA AFRO). E assim, vivo a cada ano que passa na esperança que os próximos Festivales chegue logo para que eu possa respirar cultura e abraçar o meu povo do vale! Diante de muitas lembranças, está é a que sempre levarei comigo com emoção que escorre pelos olhos...


Saudoso Marcos Moa
28º FESTIVALE - Padre Paraíso/2010



quinta-feira, 23 de abril de 2020

FESTIVALE: Fotos e Curiosidades


Na foto, 1ª FESTIVALE – 1980 em Itaobim, acontecendo o Festival da Canção, tendo apresentação de Paulinho Moraes, ( Hoje Paulinho Pedra Azul), no qual venceu este primeiro Festival da Canção do Vale do Jequitinhonha com a música “ Ave Cantadeira”, em 2º Lugar Tadeu Franco de Itaobim, com a música “Vale do Sol”, no qual levou também o premio de melhor Interprete e o 3º Lugar , ficou com Joaquim Raimundo de Chapada do Norte com a música “Pra onde você vai? “

Foto sem autoria, se alguém souber o autor, faço contato


Na foto do 2º FESTIVALE,  que aconteceu na cidade de Pedra Azul. Festival da Canção com Chico Rei, da cidade de Itaobim, interpretando a musica Procissão de Fé”. Este Festival da Canção premiou ,1º lugar, Manoel Mendes Jardim ( hoje Rubinho do Vale ) da cidade de Rubim, com a musica  “Voz do Jequitinhonha” ,2º lugar, Gonzaga Medeiros  do Fronteiras do Vale, com a musica “As Onhas do Jequi”, 3º Lugar , ficou com Joaquim Raimundo de Chapada do Norte com a musicaO Jequitinhonha esta chorando” e melhor interprete – Arno de Minas Novas que defendeu a musica “Seresta” de Dalton, Aquiles e Inô todos de Minas Novas.


Curiosidades
  • Hoje o renomado artesão Ulisses Mendes da cidade de Itinga, começou sua carreira artística não como artesão, mas como compositor e cantor, em 1980 no Festivale de Itaobim, classificou com a musica “O filho de um Lavrador” e 1981 em Pedra Azul “Platéia do Sonho”

  • Joaquim Raimundo da cidade Chapada do Norte, por dois anos seguidos fica com o 3º lugar.


Foto sem autoria, se alguém souber o autor, faço contato

Feira de Artesanato

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Narrativas do Festivale - Por Herena Barcelos


Herena Barcelos, natural de Itinga, nutricionista, agente cultural, poeta/escritora, presidente do Centro Cultural Escrava Feliciana de Itinga, uma das idealizadoras e articuladoras do Coletivo dos Poetas e Escritores do Vale do Jequitinhonha.









Do FESTIVALE de todos, um FESTIVALE de cada um: o FESTIVALE de Herena

Por Herena Barcelos

Amor é clichê. O bom é que ninguém liga. Aprendi cedinho que o Festival de Cultural Popular do Vale do Jequitinhonha é um movimento que abraça. Quase tudo. Até clichê. É até clichê. Mas eu amo essa festa mesmo. Na mais ingênua vereda do verbo. E na mais arrazoada também. Afora o desapego que me propus ao que não foi, não me vejo mais feliz em, nenhum que seja, outro espaço. Não me vejo mais feliz em outra história. Nem gente.

Admiração também. E isso é gostoso. É terno demais admirar o que a gente ama. E ser admirado pelo que a gente é. É assim que sinto, um espaço de gente preocupada em ser gente, no sentido mais intrínseco do humano. Não é que sempre dá certo, mas não vejo nada mais humanizador que a busca.

Ai vem gratidão. Eu sinto que, nessa toada do contato com o que há de mais genuíno na cultura, o FESTIVALE e seus afluentes me deram a mim. E há um aconchego fraternal nessa descoberta de pertencer, a si, ao junto, à terra. Foi nesse espaço que descobri o cotidiano da poesia, adentrando sem perceber no sonho de ser escritora. E ganhei arte, gente, carinho, conhecimento, deleite, beleza. Existe uma magia para além do já muito gostoso que a gente pode tocar.

 E uma dívida. Eu devo muito ao FESTIVALE. Porque sou feliz sendo quem sou, e isso é um dos grandes baratos da vida. Mas é uma dívida de mão única. Ele tão pouco me cobra. Só disposição. E quando dou, em qualquer tantinho, recebo um lote de volta. Sequer tem equilíbrio.

Muito do que fica é o gostinho teimoso de esperança. Uma fé numa força corrente que se faz no próprio caminho. Viva! Ao contrário do que pude pensar, não são os fins, mas o carinho pelo caminhar é que dá sentido à vida, porque faz a alegria habitual.

Sinto ternura. Imensa.

Partilho.

terça-feira, 21 de abril de 2020

CARTAZES FESTIVALE - 2ª Edição em Pedra Azul


A arte do Cartaz do Segundo FESTIVALE,  no ano de 1981,traz três fotos, uma foto de um violeiro ao centro ladeado pelos locais de inscrição do Festival da canção e os valores da premiação.
Abaixo uma foto do boi de Maria Trovão de Itaobim e outra de um show, entre eles o regulamento do Festival da canção, as fotos são da edição do primeiro FESTIVALE e sem autorias.
Na parte superior do cartaz os dizeres: FESTIVALE – 2º Festival da Canção Popular do Vale do Jequitinhonha – Pedra Azul 17, 18 e 19 de Julho.
Na parte inferior as apresentações do Festival: Show com Dércio Marques, Feira de Artesanato, Apresentação de violeiros e grupos folclóricos, Feira musical aberta aos compositores presentes e o venha acampar e conhecer musica do Vale.
No rodapé: Promoção: Jornal Geraes e Centro Cultural do Vale do Jequitinhonha - Colaboração: Prefeitura Municipal de Pedra Azul, Comissão do Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha -  CODEVALE, Coordenadoria de Cultura do Estado de Minas Gerais e Conselho Estadual de Cultura

Curiosidade: Nesse FESTIVALE, o CCVJ passa a promover o mesmo junto com o Jornal Geraes

Pesquisas e foto do Cartaz: Jô Pinto


segunda-feira, 20 de abril de 2020

MEMÓRIAS FESTIVALE: Causos Festivale " Oficina de Couro"

Foto: Jô Pinto
        Ângela Gomes Freire e natural da cidade de Araçuaí, Professora, Turismóloga, estudante do curso de licenciatura em Educação do campo, poetisa/escritora, agente cultural, atriz do grupo teatral vozes e ex diretora executiva da FECAJE.

OFICINA DE  COURO
Por Ângela Freire
Antes de acontecer o FESTIVALE, os encontros culturais servem para alimentar as expectativas e unir os laços do voluntariado. Em um destes momentos , no acalorado debate para sugerir  oficinas, shows  e convidados, alguém  sentado aos fundos, levanta a mão  e pede a palavra. Era  um  artesão do ramo da confecção de  sandália de couro, tipo alpercatas, num  estilo rústico. Concedida a palavra, levantou-se e dirigiu-se a frente, pigarreou, piscou, elevou a mão direita a frente, apontando o dedo indicador á platéia, que ficou em silêncio para ouvi-lo:
___” Oia,todo Festivale é assim. Escolhe  todo tipo de oficina, mas nunca escolhe  de confecção de sandália de couro! Eu já me ofereci várias vezes,   gratuitamente, mas nunca me deram  confiança.  Fica ocês sabendo que é    um ofício importante, que está se acabando. Me desculpa os mestres que tradicionalmente são convidados para dar oficina, mas o ofício de fazer sandália de couro é  uma arte secular”.
            Diante desta defesa, não teve como não arrancar aplausos, e, aprovar por unanimidade a tão defendida “Oficina de confecção de calçado em couro”. E  seria modestamente remunerado como demais oficineiros, daquela grade de programação.
            A organização do evento solicitou a lista do material, prontamente   adquirido com a ajuda e dicas do próprio mestre, para nada sair dos trilhos.
A oficina deveria ser de uma semana, oito horas por dia em local determinado, conforme acordado pelo professor, que tão empolgado com a prática, dispensou o assistente que a organização oferecia.
            Iniciado o Festivale,  a oficina  começava em ritmo acelerado. O mestre todo contente, fazia sacrifício para chegar na hora certa diariamente, pois a noitada era boa e só ia dormir quando o sol apontava, era hora de correr para se aprontar, na missão de professor- artesão.
            Enquanto isso na Feira de Artesanato rendia  boa movimentação pois no terceiro dia já havia artesão, se dando por satisfeito pela produção esgotada e dizendo ser uma das feiras mais lucrativas dos tempos.
            A oficina de confecção de calçado, seguia com seus quinze alunos, e o professor no terceiro dia , mostrava-se desgastado pelas noitadas e  atenção desprendida para seus pupilos. Na freqüência dos ensinamentos, acudia um e outro, que do lado de fora da sala se ouvia o professor dizendo quase rouco:_ corta, mede, costura, cola, arremata. E os pobres aprendizes esforçando na ordem, muitos desajeitados, desperdiçava material.  No final do dia havia pelo salão pilhas de tiras de sola que cortaram sem simetria, moldes repicados  sem tamanho correto, agulha aqui e ali, enfim, o coitado do oficineiro catava tudo para deixar o salão para o outro dia. Ritual fatigante, pois o que ele queria mesmo era ir para a barraca do Festivale, cantar, beber e namorar.
            No quarto dia da rotina acelerada,  tudo deveria sair dentro dos padrões desejados. Haveria ainda a mostra de oficina, no último dia, mas   os alunos em ritmos descompassado,  exigia assistência para tudo do professor que gentilmente acudia, tentando consertar e animar os jovens a serem artesãos no futuro. Foi assim a manhã inteira, veio o almoço e o mestre resolve prosear com seus companheiros de feira de artesanato, que lhe informara da movimentação da feira de artesanato.
O professor ouvindo as notícias, cresceu-lhe  um impulso  tão grande, que seu coração cortava de saudade,  pois desde muito jovem nunca faltara a uma feira de artesanato.
            Ao cair da tarde, os alunos  pressente a ausência do professor. Resolvem dar um tempo, afinal às noites reviradas podiam ter sugado a energia do coitado e entregue aos braços de Orféu. Esperaram  duas, três, três e meia , até que um aluno disciplinado, preocupado com o dia da amostra e com o certificado que deveria receber ao término da oficina, foi  reclamar na direção da organização. Os responsáveis então, saem a procura do professor, até chegam a pensar no pior.  Saem a perguntar aqui, ali, vai ao hotel, faz o gerente abrir o quarto para verificar,  até  mandaram anunciar na rádio local. Horas depois alguém grita, apontando para uma roda de artesãos  alegremente contando casos da vida ordinária. Os organizadores  vão indagar o seu afastamento da oficina. O Mestre encara com um sorriso elegante , encolhe os ombros, junta as mãos e responde:
___Uai Ocês não vão acreditar!  Fiquei proseando no almoço com os companheiros,  quando  dei por fé, já tava aqui na praça com eles. Nem vi o tempo passar, achei que tava cedo ainda.
O pessoal da direção do evento, impaciente, pergunta para o professor:
__Mas e os jovens da oficina, você tem de repor esta carga horária?
O professor  olha firme, respira sorrindo e diz:
__ Ah gente!  Eu descobri que ninguém lá quer ser artesão. Eles querem que eu faça e depois falar que foi obra deles. Sorrindo, completou: __A gente explica de um jeito, eles fazem do outro. E tem mais, ficaram reclamando que a sola é fedida, uns falaram que nunca irão usar a  sandália, ao invés de botar nos pés, querem  botar para enfeitar casa. Esse mundo tá desusado mesmo. Mas  vou repor as horas. Fiquem sossegados!
            Logo o professor ordena os alunos para se reunir  na praça.
De repente ouve-se um barulho, um aglomerado ao centro da feira de artesanato. Os organizadores atentos saem em disparada para ver aquela movimentação.
Chegando lá, o professor  com os alunos, puxando um samba de roda, junto aos mestres de ofício,  artesãos e os alunos de sandália na mão,  requebrando, cantando,  jogando  versos e tocando instrumentos de percussão improvisados.
A oficina seguiu noite adentro e no outro dia com a caminhada pelas ruas da cidades  em animada cantoria, exibindo seus feitos e sua arte.
E Viva o FESTIVALE!

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Memória do Festivale , Narrativa de Claudio Bento


Claudio Bento, Natural da Cidade de Jequitinhonha ( Baixo Jequitinhonha). Ex Diretor de Comunicação da FECAJE, poeta, concorrente e vencedor em noites literárias do FESTIVALE, participante em diversas comissões organizadoras da noite literária, Já foi homenageado, lançou livros e foi também jurado na mesma.








MEMÓRIA DO FESTIVALE
Por: Claudio Bento

Corria o ano de 1978. Nos muros da cidade de Jequitinhonha uma inscrição deixou-me intrigado e curioso ao mesmo tempo. Nos muros em várias partes da cidade estava escrita a palavra Geraes. Eu passava pelas ruas e ficava pensando o que seria e o que queria dizer a palavra Geraes. Dois anos antes Milton Nascimento já havia lançado um LP chamado Geraes, mas descartei a ideia de que pudesse ser algo ligado ao disco do Milton. Passado mais um ano deparei-me com um cartaz na cidade de Jequitinhonha que impressionou-me. Era um cartaz igualzinho ao que a ditadura militar, então vigente e sanguinária no país, divulgava com fotografias dos quadros políticos que estavam sendo procurados pelo CCC- Comando de Caça aos Comunistas. Era uma gozação ao regime, uma sacada inteligente de paródia imagética aos tempos em que estávamos vivendo no Brasil. Era um cartaz escrito "Procurados," onde estavam estampadas as fotografias de jovens músicos e compositores do Vale do Jequitinhonha, entre eles, Tadeu Franco. Percebi que algo importante estava acontecendo e constatei minha certeza quando passando de ônibus por Itaobim indo para BH no ano de 1980, li com especial interesse um cartaz que divulgava o 1º Festivale na mesma cidade de Itaobim. O cartaz divulgava uma feira de artesanato, apresentação de grupos folclóricos, shows musicais e festival de música. O ônibus afastou-se da rodoviária de itaobim e eu fiquei pensando naquele festival, novo, revolucionário e por tratar-se de um espaço que eu poderia explorar, já que estava começando a escrever poemas e compor músicas com alguns parceiros.
Certo dia do ano de 1982, o professor, poeta e teatrólogo José Machado, convidou-me para compor a trupe de teatro que ele estava criando na cidade de Jequitinhonha. Ali nascia o Grupo Teatral Gruteje-Grupo de Teatro de Jequitinhonha. O Gruteje foi convidado pela direção do Festivale para apresentar uma montagem teatral na sua grade de programação. O Gruteje foi o primeiro grupo teatral a participar do Festivale. O Festivale estava indo para sua terceira edição, depois de ter visitado as cidades de Itaobim e Pedra Azul, estava voltando à cidade de Itaobim novamente. Partimos para Itaobim com um certo orgulho e um riso atravessado na boca. Era o meu primeiro Festivale e nele eu entrava sem saber da importância histórica que estava vivenciando, em grande estilo, pois estava participando da primeira intervenção teatral dentro do movimento cultural e estava também concorrendo ao disputado festival da canção, que tinha Rubinho do Vale, Titane, Chico Rei, Heitor Pedra Azul, Raimundo e Seus Filhos e outros, como concorrentes. A música era Canoa Quebrada, letra minha e música de Rubens Espíndola, defendida pelo Rubens no palco do Festivale de 1982.
Em Itaobim fomos recebidos pelo mentor do Festivale, o poeta Tadeu Martins, que nos deu toda a estrutura para o nosso grupo de teatro se apresentar. E a apresentação foi um sucesso de crítica e de público. A montagem chamava-se Inocência, que era um relicário de poemas de Drummond, Mário Quintana e do próprio José Machado, com trilha sonora de Caetano Veloso e Paulinho Pedra Azul. Era um teatro de cunho muito moderno para a realidade do vale, era uma construção poética ainda não vivenciada nos palcos da época. Ficamos orgulhosos, é claro, depois que a plateia nos aplaudiu de pé nas dependências de uma escola pública onde apresentamos nossa montagem teatral. mas orgulho maior eu tive quando Canoa Quebrada ficou entre as dez finalistas do festival da canção, vencido por Rubinho do Vale e Titane, com Estrada Vermelha de Terra. O festival da canção foi realizado no mercado municipal de Itaobim e todos pagavam ingressos para assistir ao desfile de canções dos compositores do vale.
As grandes emoções não pararam por aí. À noite fui à praça central da cidade assistir aos shows musicais na porta da igreja, onde o Coral Trovadores do Vale fazia uma apresentação. Um belo coral com um padre de batina que parecia reger aquelas músicas vindas não sei de onde, mas que remetia-me ao tempo da minha avó cantando à beira do fogão de lenha da minha infância. Chorei copiosamente ali mesmo na praça. Eu estava diante de algo lindo e importante, compreendia profundamente o que era o verdadeiro sentido da cultura, das manifestações populares, da música que tocava fundo no cerne da minha história, da nossa história, do homem vivente naquela região, o Vale do Jequitinhonha.
Ainda quando cheguei à cidade de Itaobim na sexta-feira que dava início ao Festivale, vi a cidade sendo invadida por uma horda de cabeludos, mulheres vestidas saias indianas, homens vestidos calças esvoaçantes e coloridas, todos com seus artesanatos, suas fitinhas, colares e pulseiras. Durante o dia ficávamos na praça central onde acontecia a feira de artesanato, com os hippies e os grandes artesãos do vale que estavam sendo descobertos naquela ocasião: Ulisses Mendes e Lira Marques entre eles.
À noite logo após o término do festival da canção, íamos todos para o acampamento onde armávamos barracas e acendíamos fogueiras. Todos os concorrentes do festival da canção e inclusive os cantores que deram shows no Festivale, iam para o acampamento para tocar, beber vinho, cachaça e fumar grandes porções de maconha. Vivíamos os tempos dos anos de chumbo, havia no ar um descontentamento geral com o governo milico que comandava o país.
E, ah, a palavra Geraes escrita nos muros do vale, viria a ser um jornal de combate à ditadura e a favor dos pobres do Vale do Jequitinhonha. Com o Geraes formei melhor minha ideologia política, de cunho socialista e a favor da igualdade humana.



terça-feira, 14 de abril de 2020

CARTAZES FESTIVALE - 1º Festivale em Itaobim

Toda terça em nosso blog apresentamos charges humorísticas, mas durante estas semanas que dedicaremos ao FESTIVALE, toda terça apresentaremos as artes dos Cartazes do FESTIVALE.

A arte do Cartaz do Primeiro FESTIVALE, traz duas fotos dois homens um do lado esquerdo e outro do lado direito, são membros de grupos de cultura popular do Vale do Jequitinhonha, porém não foi possível identificar de qual grupo, bem como também não tem a autoria das fotos. Na parte superior do cartaz os dizeres: FESTIVALE - Festival da Canção Popular do Vale do Jequitinhonha - Itaobim 25, 25 e 27 de Julho, entre os dois homens os valores da premiação do Festival da Canção, na parte inferior do lado direito o regulamento do Festival da Canção e do lado esquerdo as apresentações do Festival: Exposição de Artesanato do Vale, Apresentação de violeiros e batuqueiros, apresentação de grupos folclóricos, Shows com nomes conhecidos das musica brasileira.
Abaixo escrito: Acampe nas praias do Rio Jequitinhonha e conheça a musica do Vale e no rodapé: Promoção: Geraes, Colaboração: Prefeitura Municipal de Itaobim e CODEVALE

Curiosidade: Apesar do nome ja ter nascido como FESTIVALE, nos primeiros anos era denominado Festival da Canção Popular do Vale do Jequitinhonha, somente no FESTIVALE de 1983 em Minas Novas é que denominação passa a ser Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha

Pesquisas e foto do Cartaz: Jô Pinto



MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...