segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

MEMÓRIA CULTURAL - Carnaval Popular ou Cordões

         O carnaval popular surgiu no Brasil com Zé Pereira que puxava um grupo  de foliões pelas  ruas com bumbos e tambores, fazendo grande barulho depois das 22:00 horas de sábado e a partir daí surgiram os cordões. 
          Dona Delicia era quem organizava os cordões de rua de Itinga, estes saião pelas ruas da cidade, os cordões consistiam em segurar nas mãos um dos outros e estes faziam caracóis pelas ruas, cantando marchinhas da época.    
         Depois o carnaval passou a ser realizado em salões os mais frequentados era o de Zé Padeiro e o do mercado municipal, dizem que o salão de Zé Padeiro era frequentado pela classe mais pobre e no mercado acontecia o carnaval dos ricos, porém tal divisão não interferia na diversão de pular e brincar o carnaval, diga-se de passagem, muito animado, a moda nessas épocas era o lança-perfume e confetes, sem perder a alegrias nesses salões também se brincava os cordões.
       Nas primeiras horas do dia as pessoas se vestiam de mascarados e saia pelas ruas sempre ao som de marchinhas tocadas pela bandinha de música composta por Zezinho Rego, Antonio Bananinha, José de Zara e Vicente de Zé Cuanga, A noite algumas pessoas se fantasiavam com roupas pretas e máscaras, eram conhecidos como cavaleiros da noite, na maioria das vezes eram mulheres que se fantasiavam para ir ao carnaval escondidas dos pais, seu Zezinho Rego foi durante muito tempo o animador do carnaval de salão de Itinga.
          O carnaval acontecia em lugares fechados e pequenos e não se tinha noticias de violência, a falta de energia elétrica também não era motivo para não ter bebida fresca, as bebidas eram colocadas dentro de um tambor de ferro com areia e água, assim ficavam mais frias, quando os cordões acabavam em um salão, os foliões procuravam outro, ou iam para a casa de algum membro da turma. No domingo de carnaval acontecia o “entrudo” um grupo de pessoas animadas com o aspecto festivo do dia que raiva, se entregava a este folguedo. As pessoas atiravam latas de água uma nas outras pelas ruas da cidade, tendo duração de umas três horas, iniciava–se pela manhã, os que já estavam molhados jogava água em outros que não estavam e assim, um ia molhando o outro, a brincadeira se seguia. Aqueles que não entravam na brincadeira por livre e espontânea vontade era pego e levado para tomar um banho no rio Jequitinhonha, havia também o costume de se colocar apelido nas turmas, um dos mais conhecidos era “turma do funil”

         Nos três dias as pessoas se divertiam, mas na terça feira o carnaval acontecia só até a meia noite, era expressamente proibido passar desse horário, pois tinha que se respeitar à quarta feira de cinzas.

Fonte: Livro "Memórias de Itinga'


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