segunda-feira, 26 de agosto de 2024

MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

 

Imagem: Internet 


Seu maquinista! Diga lá,
O que é que tem nesse lugar

(...)

Todo mundo é passageiro,

Bota fogo seu foguista
O coração de um brasileiro.( Pandeiro e Batucada – Rubinho do Vale)

 

          Viajando por Francisco Badaró, conheci muita gente com suas histórias, entre tantas, escolhi uma para partilhar sobre a saudosa “Maria Fumaça”!

A linha férrea  Bahia a Minas começou a ser aberta em 1881, ligando  Caravelas, na Bahia, à serra de Aimorés, em Minas Gerais. Um percurso construído para a instalação desta ferrovia que chegaria até Teófilo Otoni, em 1898.  Estendeu até  1918, chegando em Ladainha. Depois em  1930 atingiu  Engenheiro Schnoor , e em 1941 na comunidade de  Alfredo Graça, e,finalmente  em 1942, no distrito sede de  Araçuaí, que se escrevia “Arassuaí”. A ferrovia originalmente pertencia à Provincia da Bahia; em 1897 passou a ser propriedade do Estado de Minas Gerais, depois em 1912, passou a ser administrada pelos franceses da Chemins de Fer Federaux de L'Est Brésilien até 1936, retornando nesse ano a ser uma ferrovia isolada. Em 1965, foi encampada pela V. F. Centro-Oeste e  extinta em 1966. Embora tenha havido planos para a união da ferrovia com a Vitória-Minas, tal nunca ocorreu e ela permaneceu isolada.

          Quem passa pela  Estação Ferroviária de Alfredo Graça, localizada numa comunidade rural de Araçuaí, cuja  aglomeração se deve a linha férrea, pois o nome “Alfredo Graça”, é em homenagem  ao responsável da construção da obra, inaugurada em  1940, mas com dístico na fachada constando 1942, provavelmente referência ao término da obra, pois a estação de Araçuaí também consta a inscrição 1942.

          Olhar para este patrimônio em estado tão deplorável, nem imaginamos quantas histórias ficaram soltas e assim como o prédio estão perdidas ou soltas nas memórias do povo que usufruiu e daquelas que puderam viajar e desfrutar da paisagem exuberante, de matas e descampados rochosos, margeando os rios da região.

          E, para testemunhar este cenário, encontrei na zona rural de São João, município de Francisco Badaró, Maria da Consolação Pinheiro Santos, primeira professora desta comunidade. Ela conheceu seu primeiro marido, Hilário Lemes dos Santos, nesta localidade, namoraram, noivaram, mas por força de um pedido e exigência da tia e madrinha, Jacinta Pinheiro que residia no município de Carlos Chagas, tiveram de realizar um longo percurso, com seu futuro marido, mais os familiares deste jovem casal para atender  o desejo da tia e madrinha da jovem.

          Segundo ela, o trajeto de partida foi a Estação Ferroviária de Alfredo Graça, que na ocasião, chovia muito, obrigando as famílias a pernoitarem em alguns trechos até chegar ao destino de Carlos Chagas. Finalmente casaram-se em 28 de Janeiro de 1966, na Igreja de São Sebastião, logo após os festejos o jovem casal e parentes retornaram-se, utilizando-se do meio da linha férrea, sem saber que esta  seria uma das últimas viagens da nossa “Maria Fumaça”.

               As velhas estações esquecidas pelo caminho, uma após a outra, com vestígios de seus pontilhões de ferro, fabricados na Inglaterra, e túneis de ferrovia indicam o destino. Este era um caminho de esperança, uma promessa de progresso, na economia de cada um dos lugares que passava o trem. Mas o avanço da concorrência das rodovias, a falta de planejamento e de investimentos públicos no setor ferroviário, além da má gestão, corrupção, o governo militar de 1964 julgando que a estrada de ferro estava infestada de comunistas, tudo isto contribuiu para o término da linha férrea.

          Agora, tem-se uma iniciativa da Rota de Cicloturismo da Bahia-Minas que adapta   esporte com lazer, turismo e desenvolvimento sustentável em torno dos caminhos percorridos pela linha férrea,  alinhando-se  a uma nova idéia  com o ecoturismo e práticas de saúde e bem estar.

E assim, fica a saudade de um tempo de fartura e  movimento, que  na composição  do cantor Pereira da Viola, lamenta  a perda da “Estrada de Ferro BahiaMinas”:

 

(...)

Vai embora Bahiaminas
Que as mocas lá da fazenda.

Apesar de solitárias
Te farão uma saudação

Vai embora Bahiaminas
Agradar revolução
Deixa esse povo do vale
Sem nenhuma condução
Você não tem culpa alguma
Pois você não pensa não

 

REFERÊNCIAS:

Contribuição  de Maria da Consolação Pinheiro Santos

Música de Rubinho do Vale: Pandeiro e Batucada

Musica de Pereira da Viola: Estrada de Ferro BahiaMinas

­­­___ Trilhos Arrancados: história da Estrada de Ferro Bahia e Minas (1878-1966).Jose Marcelo de Salles Giffoni, UFMG, 2006

http://www.estacoesferroviarias.com.br/baiminas/alfredo.htm

www.rotabahiaminas.com.br

Vídeo: História da Ferrovia Bahia Minas - Baiminas

            https://www.youtube.com/watch?v=zMVJFaI_vD8

Video: Roteiro Estrada de Ferro Bahia Minas

 https://www.youtube.com/watch?v=OYV11DtFPWI

 

 

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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

DIÁRIO DE LEITURA - O Martelo da Dominação de Tadeu Martins

 

 


Nesta semana, recomendamos a leitura de uma obra marcante e profundamente relevante: "O Martelo da Dominação", do renomado poeta Valejequitinhonhense Tadeu Martins.  Ele que é produtor cultural e escritor, nasceu em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, publicou 14 livros, 84 folhetos de cordel e gravou um CD de causos e cordéis. Dois dos seus livros foram lançados nos Estados Unidos. Atualmente é o Presidente da Academia de Letras do Vale do Jequitinhonha – ALVA.

Publicado pela Arejo Editorial, este livro aborda a questão da dominação cultural que oprime o Brasil e tantos outros países. Com sua linguagem poética poderosa e incisiva, Tadeu Martins nos conduz através de uma reflexão crítica sobre as forças que moldam e, muitas vezes, subjugam nossas identidades culturais. Uma leitura essencial para quem busca entender e resistir às formas sutis e explícitas de dominação cultural em nosso tempo.

O lançamento desta segunda edição do livro “O Martelo da Dominação”, um dos seus livros mais prestigiados, aconteceu no dia 1º de julho, em Belo Horizonte: e depois na Feira Literária do Jequitinhonha, no Festivale de Couto Magalhães, no dia 25 de julho, e em Itaobim, no dia 1º de agosto de 2024.

O autor nos mostra que vencer a dominação é a única maneira de promover o desenvolvimento. Ele acredita que o desenvolvimento de uma cidade, um Estado ou um país, só acontece se for puxado por uma corrente que deve ter quatro elos dispostos em uma ordem lógica: conhecer, gostar, defender e divulgar. Os quatro elos desta “Corrente do Desenvolvimento” precisam ser aplicados sempre, pois: É preciso conhecer para gostar; é preciso gostar para defender; é preciso defender para divulgar, e só quem divulga assim, com a razão e o coração, é capaz de atrair o desenvolvimento.

O prefácio do livro é do professor Patrus Ananias de Sousa, escritor, deputado federal, e ex-prefeito de Belo Horizonte. Também contém textos do cantor e compositor Tadeu Franco, do saudoso violonista e compositor Marcos Ataíde e do Vladimir Martins, geógrafo, analista ambiental e filho do autor.

Esta “Corrente do Desenvolvimento” foi aplicada na criação do FESTIVALE – Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, idealizado pelo autor. O Festivale acontece desde 1980, cada ano em uma cidade da região, dura uma semana e reúne todas as áreas do fazer cultural do Jequitinhonha. É hoje um dos principais eventos de cultura popular do Brasil, e foi fator decisivo para a Travessia do Jequitinhonha, de Vale da Miséria para Vale da Cultura.


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domingo, 11 de agosto de 2024

MEMÓRIA CULTURAL - QUEM TRABALHA, DEUS AJUDA, PELO PÃO DE CADA DIA!

 

          

Dona Generinda - Foto: Internet

          Na Comunidade “Campo”, cidade de Araçuaí, havia um jovem casal, José “Zebu”(apelido que o patrão lhe dera )era vaqueiro  e Antônia, mulher prendada e trabalhadora,  se casaram e continuaram na labuta da roça e em casa.  As terras não eram suas, mas o patrão deixava morar, plantar e colher para o sustento, tiveram dois filhos: João e Generina. Ambos permaneceram na lida da roça e a zelar pela família construída com tanto zelo e amor .

          Quando Generinda nasceu em 1915, seus pais sabiam que aquela menina, traria muitas bênçãos e seu jeito meigo de ser contagiava a todos, sempre caridosa, gostava de ajudar as pessoas da vizinhança, cresceu vendo sua mãe fazendo peças de barro, tecendo no tear, costurando, cozinhando, bordando e naturalmente aprendeu os ofícios.

         Generinda casou-se com o jovem Leônidas, que residia na comunidade, tiveram onze filhos, de parto natural, com ajuda de parteiras daquele lugar, porém, perdeu seu amado e teve de lutar para educar e criar tantas bocas para se alimentar, mas com a ajuda dos pais, não lhe deixava fraquejar. O golpe da morte do marido “passarim”(apelido por ter nascido de sete meses) e a dureza do trabalho  lhe trouxe muitas dores, incômodos que abalaria a saúde, mas nunca negava um pedido se alguém que lhe pedisse uma oração

          Com o passar do tempo foi aconselhada a mudar-se para a cidade, pois facilitaria a assistência médica e gentilmente obedeceu aos conselhos. Com tantos filhos, teve de desenvolver suas habilidades e se adequar como dava para criar seus filhos pequenos: Torrava café, fazia doce, biscoito, geléia, sabão, lavava roupa, aderiu a associação dos artesãos onde teceu alguns cobertores.

Nunca frequentou escola, o que falava com certa tristeza, mas tinha sabedoria da ciência divina, que lhe permitia cuidar, aconselhar e curar almas desoladas de inveja, mau olhado e de quebranto. Enquanto seu corpo aguentou, esteve perseverante a sua missão, recebia a todos(as) em sua humilde residência.

          Após alguns meses do óbito de “Dona Generina”, os herdeiros disponibilizaram alguns cobertores para venda, com finalidade de reverter em recursos para organizar o processo de inventário.

          Tocar em uma peça de sua autoria, é sentir o som de suas doces palavras de acalanto e de ternura, soadas por cada toque da linha para dar forma a um motivo multicolorido e com desejos de saúde, paz, prosperidade, fé e esperança, que também nos remete ao som das cantigas de rodas e dos batuques do Coral Trovadores do Vale, que gostava de ouvir:

(...)

“Margarida se eu bem soubesse

que ocê era tecedeira .

Eu mandava vim da Bahia

Pente fino e lançadeira (...)

 

REFERÊNCIAS:

https://gazetadearacuai.com.br/noticia/673/morre-em-aracuai-aos-109-anos-a-benzedeira-dona-generina

https://www.google.com/search?q=generina+de+araua%C3%AD&oq=generina+de+araua%C3%AD&aqs=chrome..69i57.10932j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:ce9

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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

MEMÓRIA CULTURAL - Um caso da cerâmica entre famílias no Brasil

 




                            Victor Lamparelli nasceu em 12 de janeiro de 1897, na cidade de Acquaviva delle Fonti, província de Bari, Itália. O pai dele, Savério, junto com outros dois irmãos (Francisco e Cármino), possuía uma cerâmica, localizada entre as cidades de Acquaviva delle Fonti e Potignano, a qual abastecia uma grande região, produzindo e comercializando tijolos furados, telhas, manilhas, vasos, talhas, bilhas (moringas), caçarolas e potes de barro

             Em 1902, o irmão mais novo deles, Francisco, veio com sua esposa para o Brasil, atraído pela possibilidade de trabalhar na atividade cafeeira. Estabeleceram-se em São Bento do Sapucaí-SP, numa fazenda de café. Não tendo conseguido adaptar-se ao tipo de trabalho, eles então se deslocaram para a cidade de Tambaú-SP, onde Francisco começou a trabalhar em uma empresa cerâmica.             No mesmo ano, Francisco convenceu seus outros dois irmãos a virem, com suas famílias, ao Brasil; assim, Victor chegou ao Brasil com seis anos de idade, acompanhado de seus pais. Em 1903, os três irmãos instalaram a “Cerâmica Lamparelli” na cidade de Casa Branca-SP, a qual produzia potes, talhas e moringas.

              Por volta de 1914, atraído pela abundância e boa qualidade da argila, Savério resolveu transferir-se para a cidade de Itobi, junto com seu filho Victor, onde instalou outra cerâmica, especializada em produzir peças cilíndricas, em que  Victor auxiliava o pai nas atividades da empresa.    

             Em 1919, com 22 anos, Victor casou-se e resolveu mudar-se para Jaboticabal, pois tinha interesse em abrir sua própria cerâmica, e tinha a informação de que, no Córrego do Tijuco, próximo à cidade, havia uma jazida de “barro branco”.             Sem recursos financeiros,  conseguiu emprego na “Companhia Cerâmica Moderna”, de Lourenço Záccaro. Esta empresa possuía duas seções: uma que fabricava potes, talhas, moringas, garrafões e vasos; e outra que produzia manilhas, telhas e tijolos furados e comuns. Como conhecia bem os processos e técnicas ceramistas,  logo se tornou o principal funcionário da empresa.

             Em 1920, o proprietário da empresa, que também era farmacêutico, resolveu abandonar as atividades ceramistas, e a “Cerâmica Moderna” foi oferecida a Victor. Este então se aproveitou do estoque e de alguns equipamentos (tornos e peças) e deu prosseguimento às atividades da empresa, agora sob sua propriedade.             Dessa forma, Victor iniciou as atividades da chamada “Cerâmica Lamparelli”, utilizando-se de sua própria capacidade de trabalho e a de sua esposa (que pintava moringas, talhas e vasos), além de ter mantido dois funcionários portugueses oriundos da extinta “Cerâmica Moderna”.         No mesmo ano, iniciou a produção e comercialização daquilo a que chamou de “filtro reto”: uma talha de barro composta por duas partes, sendo que, entre elas, se colocava um “disco” poroso, feito de uma mistura de barro, carvão e outros componentes, que tinha a função de filtrar a água. Esse “disco” era colado entre as partes da talha com uma mistura de breu e cera, para que a água não vazasse. Na parte de baixo do filtro era colocada uma torneira de chumbo, para extrair-se a água.

             Em 1922, Victor mudou-se para o centro da cidade e instalou um depósito, na sua própria residência. No mesmo ano, comprou um brejo próximo à estação ferroviária e iniciou a construção de dois barracões, que seriam as novas instalações da cerâmica.

             Em 1928, a “Cerâmica Lamparelli” possuía uma gama de produtos bastante diversificada no entanto, o produto responsável pelo maior crescimento da empresa, e que a tornaria conhecida em várias regiões do Estado, foi o filtro “São João”, uma utilidade que representou um grande avanço na purificação doméstica da água.  E, o surgimento de redes públicas de abastecimento de água, em muitas cidades, já a partir dos primeiros anos do século XX, apesar de ter melhorado o modo de vida das populações, em princípio, não contribuiu para alterações no modo de obter-se água potável, pois o tratamento da água à época era insuficiente para beber-se a água diretamente da torneira.

             Victor conseguiu desenvolver uma vela capaz de filtrar a água com muito mais eficiência do que o processo do “filtro reto”: a vela tratava-se de um cilindro fechado, composto de uma mistura de caulim, carvão e outras substâncias, parafusada com duas arruelas de borracha a uma chapa de ferro cromada, a qual, por sua vez, era pregada com cimento entre as duas partes do filtro. O logotipo do filtro, com a inscrição “São João”, era moldado numa fôrma de gesso e depois pregado na metade de cima do filtro. O produto tinha quatro tamanhos diferentes, identificados por números.          O processo de produção do filtro era essencialmente artesanal: o ceramista colocava um pedaço de argila limpa e tratada sobre um torno, e moldava com as mãos o formato do filtro.

             A partir de 1940, a “Cerâmica Lamparelli” começou a passar por dificuldades. A principal causa foi o racionamento de combustível provocado pela II Guerra Mundial, o qual afetou diretamente a distribuição dos produtos da empresa, pois as entregas em domicílio e para outras cidades, feitas pelos caminhões, eram o ponto forte da estratégia de vendas da cerâmica. Ao mesmo tempo, o interesse de Victor pela condução da cerâmica reduziu-se, e a empresa passou a ser administrada pelo seu filho mais velho, Volponi Lamparelli.

             A partir do Pós-guerra, com a retomada das vendas, a empresa recuperou-se. No entanto, como não havia interesse nem por parte de Victor nem por parte dos filhos em continuar administrando a cerâmica, decidiu-se pela sua venda. Assim, em 1947, a “Cerâmica Lamparelli” foi vendida, a prazo, para quatro jovens irmãos da família Stéfani. Os irmãos Stéfani deram seqüência à administração da “Lamparelli”: mantiveram na empresa os cerca de 10 funcionários e continuaram com o nome “Cerâmica Lamparelli” por mais alguns anos, somente acrescentando ao nome a expressão “Irmãos de Stéfani”. Os novos proprietários permaneceram no imóvel por mais 11 anos, até 1958, quando se transferiram para um local maior. Victor ainda continuou a fabricar e a fornecer para os Stéfani, por alguns anos, as velas para o filtro “São João”.

 

Referência:_Julio Cesar Bellingier. A INDÚSTRIA CERÂMICA EM SÃO PAULO E A “INVENÇÃO” DO FILTRO DE ÁGUA: UM ESTUDO SOBRE A CERÂMICA LAMPARELLI – JABOTICABAL (1920-1947). UNESP-SP,2003

Acesso:www.abphe.org.br/arquivos/2003_julio_cesar_bellingieri_a-industria-ceramica-em-sao-paulo-e-a-invencao-do-filtro-de-agua-um-estudo-sobre-a-ceramica-lamparelli_jaboticabal-1920_1947


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MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

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