FESTIVALE, um amor inexplicável....
Desde muito cedo descobrir a
importância da cultura e de como tudo nela era envolvente, com o mestre Ulisses
Mendes fui descobrindo as raízes culturais de meu querido Vale do
Jequitinhonha.
Em 1990, mesmo que só por algumas
horas conheci o FESTIVALE, na cidade de Diamantina, foi só uma passagem, até
1998 estive de forma esporádica em algumas edições, mas não para vivenciar como
um todo.
Em 1997, já tínhamos criado
o M.C.I ( Movimento Cultural Itinguense, hoje Centro Cultural Escrava
Feliciana) e fui convidado á participar de uma reunião com a FECAJE, pois havia
a possibilidade do FESTIVALE de 1998 ser em Itinga.
E Itinga sediou o 18º FESTIVALE
e eu fiz parte da comissão organizadora, foi o primeiro passo para entrar de
vez para este universo mágico e de amor. De lá pra cá fui conselheiro fiscal,
conselheiro deliberativo, Diretor Administrativo e Diretor executivo Adjunto da
FECAJE.
Nessa minha trajetória de
vivencia e organização do FESTIVALE, descobrir o espírito de coletividade,
solidariedade, respeito ao outro e a diversidade. Talvez me falte mesmo
palavras para explicar este sentimento pelo FESTIVALE, é algo que te completa
de tal forma que te deixa em êxtase e só vivenciando ele para sentir essa
emoção.
Em um FESTIVALE, pessoa vem,
vão, arruma-se amores, desfaz - se amores, encontramos velhos amigos e cada ano
fazemos novas amizades, beijos são roubados, beijos são dados... E os abraços? Sem
eles não existe FESTIVALE... E quantos abraços já dei nessa minha caminhada de
amor a este evento, abraços naqueles que hoje já se encontram em outro plano
espiritual, abraços nos amigos que revejo a cada ano, abraços nos novos amigos,
abraços naqueles que por algum motivo não apareceram mais no FESTIVALE, abraços
na música, na poesia, nos artesãos, na cultura popular, nas cozinheiras/arrumadeiras,
seguranças e em pessoas aleatórias que encontrei em cada cidade que estive
seguindo este meu amado FESTIVALE.
Desde 1998 só não estive
presente em três edições do FESTIVALE, no qual as circunstancias do momento não
permitiu.
Tenho consciência que nessa
caminhada agradei e desagradei pessoas, mas tenham certeza que o objetivo era
um só realizar o FESTIVALE da melhor maneira possível. As engrenagens de um
FESTIVALE são complexas e muitas vezes quem não esta á frente, não tem a real consciência
de como é organizar o maior evento de Cultura popular do Brasil ( pelo menos na
minha opinião)
Durante toda minha vivência
como membro da diretoria de FECAJE, tenho dois orgulho pessoal. O primeiro, ter
tido a oportunidade de elaborar e produzir a proposta sobre os Grupos de
Cultura Popular, no qual deu a FECAJE a oportunidade de ganhar o maior prêmio
destinado ao reconhecimento cultural do país que foi o “Prêmio Rodrigo Mello
Franco de Andrade”, concedido pelo IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) o prêmio possibilitou a FECAJE comprar um terreno na cidade de Araçuaí.
O segundo, quando estava a
Frente da diretoria administrativa, recuperei toda a história do FESTIVALE, estive
em varias cidades e resgatei todos os cartazes e documentos que contavam a
história do FESTIVALE até 2011, quando findou nosso mandato. (Mas infelizmente
este material foi tirado da sede em Araçuaí pela gestão que nos sucedeu e ao
devolver mais da metade de todo material recuperado havia se perdido
novamente).
Por isso hoje tenho um sonho
pessoal, que é criar o “Centro de História e Memórias Culturais do Vale do
Jequitinhonha” e no qual terá também arquivos sobre o FESTIVALE.
Eu só tenho a agradecer! O FESTIVALE
me proporcionou encontrar amigos, mestres, amores e acima de tudo me deu
ensinamentos irmandade, coletividade e respeito ao próximo no qual carregarei
por toda minha vida.
Que a vida me permita estar presente para
comemorar seus 80 anos!
Gratidão FESTIVALE!
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