NAVEGAR NAS ASAS DO FESTIVALE
Ângela
Gomes Freire é natural de Araçuaí, no médio Jequitinhonha, Graduada em Turismo,
com especialização em Política Social e História da Cultura Indígena e
atualmente estudante de Letras no curso de licenciatura em Educação do campo da
UFVJM. Professora, técnica em políticas de patrimônio cultural, agente
cultural, atriz do Grupo de teatro Vozes de Araçuaí, escritora e contadora de
histórias. Foi diretora administrativa e Diretora executiva da FECAJE.
Agora
é a minha vez, de escrever minha experiência pessoal do FESTIVALE. Sinceramente
não consigo me recordar qual foi o meu primeiro Festivale, pois havia os
encontros que me eternizaram também.
Quando
comecei a ocupar o cargo de diretora
administrativa adjunta da fecaje, a partir de 2002, daí, comecei a participar
efetivamente de todo o processo.
Em 2006 assumi a diretoria executiva, devido a renúncia de Cida Durães. Pensava
que seria um período transitório e logo estaria fora da diretoria. Porém,
fiquei por dois mandatos consecutivos até 2011.
Ser a terceira mulher que ocupou cargo nesta
diretoria, julgo desafiante, não por ser mulher, mas por lidar com conjunturas
diferentes, o fato da existência de fatores que trouxeram marcos e marcas da história do FESTIVALE.
Na cultura do Vale do Jequitinhonha,
existe algo valioso: a entrega pela arte, quem envereda neste caminho, sabe que
há muitas encruzilhadas.
Neste
percurso do FESTIVALE, ganhei uma família de coração, daquelas numerosas! Gente
de todo jeito, mas com muito afeto e sabedoria. Estive ao lado de grandes
mestres da vida e da arte.
Fui
conduzida a refletir a cultura como processo em constante evolução da criação,
da economia e da valoração. Pessoalmente, sou grata por tudo que passei nos FESTIVALES,
enquanto membro de diretoria, pois me tornou mais forte o pensamento da cultura
viva. Não guardo mágoa de alguns descompassos, apenas tristeza pela
incompreensão de alguns.
Chorei
muitas vezes, principalmente enfrente ao palco, na última noite, na última
música, por pensar que havíamos realizado tudo aquilo à duras penas, mas não
sabíamos como seria o próximo. Havia sempre calorosos abraços e braços que me
confortava, isso serviu para nunca me sentir sozinha.
Atualmente
posso desfrutar melhor do evento, sem preocupar-me com a comida, alojamento,
palco, barraca ou algo que remeta responsabilidades. Posso dar boas gargalhadas
dos feitos realizados, saudades daqueles que se foram, mas plantaram sementes e
embriagar-me por tudo que somei nesta trajetória cultural.
Ainda posso sonhar com um centro de documentação, que conte minimamente
a história do FESTIVALE, para não se doado ao vento.
Na
minha árvore do FESTIVALE, ainda devo preencher com os amores, esses nunca
deverão faltar para quem curte intensamente, seja para uma vida ou casualmente,
o amor de FESTIVALE, tem cheiro, sabor, sedução e magia!
E VIVA O FESTIVALE! VIVA O
VALE!
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