quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Memoria Cultural - Renda de Bilro



Dona Ana de Ricardo, Rendendeira de Itinga/MG - Foto: Jô Pinto

RENDA DE BILROS

A renda de bilros é sem dúvida, uma das mais antigas e mais ricas manifestações da arte do nosso povo. Feita quase sempre por mulheres de condição humilde que aplicam sua habilidade, destreza e criatividade numa arte  a que são levadas por verdadeira devoção.
O modo de  fazer renda baseia-se com os seguintes instrumentos ou materiais básicos:almofada dura, o rebolo, cilindro de pano grosso, cheio de palha ou algodão, de acordo com a dimensão da peça a realizar e coberto exteriormente pou um saco ou tecido fino.
As primeiras almofadas entraram no Brasil trazidas por mulheres portuguesas que, com suas famílias, deixaram sua terra natal em busca de vida melhor, introduzindo assim uma herança cultural acumulada de século, que sofreram algumas alterações, mas a técnica perdurou , resumidamente assim:
A almofada fica sobre um suporte de madeira ajustável, de forma a ficar a altura do trabalho da rendilheira. No rebolo é colocado um cartão perfurado, o pique, onde se encontra o desenho da renda, através de pequenos furos, em que  será realizada, a rendeira espeta alfinetes , que desloca à medida que o trabalho progride, e assim os fios são manejados por meio de pequenas peças de madeira torneada ou feitos de outros materiais como osso que são os bilros , estes são manejados aos pares pela rendeira que imprime um movimento rotativo e alternado a cada um, orientando-se pelos alfinetes, a numeração do bilros variam conforme a complexidade do desenho.
Infelizmente a região  está perdendo  essa cultura de fazer renda, restam muito pouca mulher  tecendo ainda, sendo as poucas, idosas e a nova geração perdeu o interesse pela arte.

Texto: Angela G. Freire - Professora, Tursmologa e Produtora Cultural

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