TRADIÇÃO DE FINAL DE ANO
Mestres Folia de Reis de Itinga/MG - Foto: Patricia Braga |
Na tradição católica, a passagem
bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional
visitação feita pelos três "Reis Magos", denominados Belchior,
Baltazar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir
do século VIII.Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se
a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro que, em alguns
países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem
espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais
importante, inclusive, que o próprio Natal. Na cultura tradicional brasileira,
os festejos de Natal são comemorados por grupos que visitam as casas tocando
músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de
Cristo; essas manifestações estendem até
a data consagrada aos Reis Magos. Trata-se de uma tradição originária de
Portugal que ganhou força especialmente no século XIX e mantêm-se viva em
muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de Minas
Gerais, Bahia, Espírito Santo, Goiás, dentre outros.Infelizmente muitos grupos
de Folias de Reis estão se extinguindo, por vários motivos, seja pelo falecimento de um folião, alguém
que liderava foi embora do lugar, outro virou evangélico, outro desgostou, além
disso havia uma outra tradição que
marcou a infância de muita gente, que era ”Menino Jesus” , quase todos os
bairros tinha uma pessoa que
responsabilizava-se em pegar uma imagem de Menino Jesus na igreja e com ele visitava de casa em casa, no mesmo período das folias e pastorinhas,
tinha momento que a gente se fazia
pastorinha para só para acompanhar
Menino Jesus, dependia da organização e
na casa que a imagem ficava, a criança quase que venerava aquela imagem o dia
inteiro, era como se tivéssemos ganhado um irmãozinho. Nisso havia coisas
inevitáveis como: brigar para carregar o Menino Jesus, a vela acesa então era
outra diversão,não havia luz elétrica
ainda em todos os bairros e assim queimar o cabelo do outro fazia parte do
cortejo, era aquele Deus nos acuda, mas ninguém podia acusar o outro, apenas
uns bons beliscões de nossos pais ou avós; na cantoria cada um queria cantar
mais alto e bonito, o dia de levar o menino era aquele Deus nos acuda, todos queriam inventar uma procissão com mais
pessoas e mais vistosa, sem contar na
disputa dos bairros para saber quem
arrecadou mais dinheiro, e não se falava em dinheiro era esmola para Menino
Jesus. E assim vamos relembrando pedaços
de infância comum a tantas crianças , e, você se
lembra de algum fato de final de ano como esse?
Texto: Angela Gomes Freire (Professora, Turismologa e Agente Cultural)
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