Certa vez um beija flor, enviado para proteger um grande manancial aquífero de 24180,0 hectares.No início era muito bom, dias de muita fartura, cores e sabores. Era possível brincar, correr, nadar naquelas águas límpidas e frescas. Acordar e dormir com sinfonia dos mais diversos pássaros.
O beija flor se casou, formou sua família com seus sete filhotes. Juntos podiam exercer seu trabalho, animando e celebrando o bem viver, daquela chapada, pois sua missão era “cuidar da natureza, um dom divino de Deus !
Mas certa ocasião chegou o anúncio que essas terras seriam ocupadas, a fauna e flora devia ser extinta, pois havia uma espécie a ser implantada. Um tipo de planta que não aceitaria as espécies existentes; beberia muita água, enfraqueceria o solo, secaria as nascentes, lagoas e córregos. Sem água não teria beleza, sinfonia, sem frutos, sem plantas, sem famílias. Um pesadelo com muitas ameaças, o céu escurecia de repente.
O beija flor encantado, encontrou forças,unindo aos companheiros de jornada. Tomados de muita fé e simplicidade, tinham por convicção a sabedoria divina: ”A terra é sagrada, das mão de quem trabalha à terra, suor , vida e trabalho.”
Foram noites inteiras que este beija flor e todos os habitantes desta chapada tiveram de apagar fogo. Outras vezes ter de ir até à cidade para pedir socorro aos homens de boa vontade.
Hoje este beija flor com seus oitenta e dois anos, segue ecoando o grande alerta:” A Chapada é o pulmão para respirarmos. O extrativismo na chapada é muito grande, plantas medicinais, frutos do cerrado fazem parte dessa grande reserva ambiental, ajudando os moradores da região a obter sustentabilidade e soberania alimentar. Falta sensibilidade!
Ele é José Alves dos Santos, “Zezé das Tesouras”, guardião e defensor do meio ambiente, homem de luta em favor da preservação da Chapada do Lagoão .
Parabéns! Sua caminhada é um exemplo de fé, luta e percepção de qualidade de vida e sustentabilidade para todos.
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