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Hoje trago para vocês breves impressões sobre “Niketche: Uma história de poligamia” de Paulina Chiziane, publicado pela Companhia das letras em 2021. Um romance poético e cantante como os rios de Moçambique, desliza suavemente pelos nossos sentidos enquanto o lemos. Inspira poesia, apesar de narrar o sofrimento de Rami, uma mulher já no Outono da vida, negligenciada pelo marido, Toni. Rami seca como uma flor ao vento, enquanto seu marido age como um inconstante beija-flor, de flor em flor vai passeando, deixando para traz os frutos do seu amor fugaz: Mulheres de todas as cores, tamanhos e amores. Todas têm em comum o desejo de ser amada pelo polígamo. No livro, Chiziane problematiza o conflito cultural entre a cultura tradicional da Poligamia e sua substituição pela monogamia fictícia dos colonizadores. A protagonista recupera as formas tradicionais de relacionamento e problematiza a primazia masculina na cultura de Norte a Sul do país. Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique em 1955, recebeu importantes prêmios de literatura como o prêmio José Craveirinha de Literatura em 2003 e o prêmio Camões em 2021. Sua obra é marcada pelo protagonismo da mulher negra e pela retomada das raízes culturais do seu país. Vale a pena conhecer “Niketche: Uma história de poligamia” e outras obras dessa importante autora contemporânea.
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