O
Festivale em minha vida
Nelcira Aparecida Durães
Artista
de Teatro, contadora de histórias, professora da Unimontes.
Mestre
em Artes Cênicas.
Na
FECAJE foi Diretora Administrativa, Conselheira Deliberativa e a segunda
mulher a ocupar o cargo de Diretora Executiva da instituição.
Conheci
o Festivale em 1992, quando foi realizado em
minha cidade, Bocaiuva.
Mas
no ano anterior já vinha participando dos encontros de cultura, que eram
realizados entre um Festivale e outro. Os encontros eram momentos de troca e
compartilhamento de experiências, onde conheci pessoas de muitas cidades do Vale.
Neles se aprendia muito de produção cultural, de construção coletiva.
Já o
Festivale, ahhh, a catarse!
Era
com ele que eu e várias pessoas da minha cidade, sonhávamos ao longo do ano.
Julho era o mês mais esperado. Íamos em caravana. As vezes em van ou ônibus
velho da prefeitura, outras fazíamos rifas, feijoadas, para poder pagar o
transporte. Não ir ao Festivale era uma hipótese que não levantávamos.
Foram
mais de 13 anos, regularmente, de aprendizados, trocas, alegrias, amores,
amizade, abraços, rodas, arte; encontros potentes. Alguns perseveram até hoje.
Outros ficaram guardados afetivamente na memória. Mas certamente todos me
compõem. Fazem parte do eu sou hoje.
A
vida nos leva a outros caminhos. O senhor tempo segue veloz. O movimento se
renova, alguns vão, outros vem. Mas certamente, quem passou por ele, jamais esquecerá.
É isto aí, o Festivale vai rodando o Jequitinhonha, deixando um rastro de cultura, vivências, lembranças... Fica sempre o sentimento de uma identidade comum a todas as comunidades do vale... E uma grande vontade de mudar as coisas, valorizar a arte da região e trabalhar prá melhorar a vida das pessoas. O Festivale só deixa coisa boa por onde passa!!!
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