7º FESTIVALE - Serro - Foto: Paulo Mattos Filho |
Por Ângela Freire
O FESTIVALE, nasceu de um
dos compromissos dos idealizadores do Jornal GERAES em promover e divulgar a cultura do Vale do
Jequitinhonha. Apesar de nascer como Festival da Canção Popular do Vale do
Jequitinhonha, inseriram também a feira de artesanato e o cortejo de Boi de
Janeiro.
Entre 1980 até 2019, ocorreram
37 edições , e, a feira de artesanato se fez presente em todos os
momentos deste festival.
No início a feira se resumia em um local de praça, plano,
delimitava-se o espaço para servir de
feira de artesanato. Baseava-se no esforço do artesão em chegar até a cidade da realização do
evento. Chegando na cidade sede, ele recorria a secretaria do Festivale,
realizava seu cadastro para ter acesso a alimentação e hospedagem , em sistema
coletivo, sempre utilizando escolas , que
além da carga que carregava, tinham de levar seu colchão e pertences
para passar uma semana.
Na feira, quem chegasse, forrava um pano, uma lona ou esteira e
dispunha ali suas obras, como bem quisesse.
No decorrer dos Festivales, a forma de organização foi sendo
aprimorada, e a feira de artesanato também acompanhou. O artesão passou a se organizar por associação e
reivindicar melhores condições de alojamento e do espaço da feira. Assim a feira de artesanato ganhou
cobertura, decoração, e assistência no
atendimento como segurança do local a
noite e outras regalias.
Na edição dos 25 anos, em Joaíma, a feira de artesanato foi planejada na praça principal, junto ao
palco, cenário de muita visibilidade, acolhimento impar, todas as escolhas foram abertas, alimentação servida
em prato de vidro, pela primeira vez. Só um detalhe não deu certo, as bancas
para os artesãos não foi possível a
locação. O único jeito era manter o
improviso. A solução encontrada foi pegar as carteiras de uma escola próxima.
Para montagem, todos os artesãos se prontificaram em buscar suas
mesinhas de madeira, ficando cada
estande, melhor que outra.
O problema que a
feira terminou numa
sábado. Felizes por que fizeram boas vendas, muitos artesãos foram embora naquela mesma
noite, aproveitando os carros das prefeituras que apareceram após o show de encerramento.
Os organizadores tinham o
compromisso de entregar as escolas em ordem, para o início do semestre na
segunda feira, porém grande parte da diretoria, também foi embora, porque
tinham de trabalhar no dia seguinte. O pessoal da limpeza, eram poucos, haja
vista que havia muitas escolas para
limparem, resultando nas carteiras na praça, para devolver em suas devidas salas.
Havia um silêncio mortal naquele domingo. Restava apenas três almas vivas naquele largo, cuja solução
encontrada foi olhar um para outro e
começar a subir e descer o morro carregando uma a uma, totalizando 240 carteiras e 120 mesas, todas de madeira
maciça.
No final do dia, não
havia força para nada, mas ainda
reuniram com o prefeito e a Secretaria de Educação para entregar as chaves e
pertences utilizados.
Depois disso, nunca
mais essa diretoria quis saber de usar
carteira de escola, passou a contratar serviço de locação de
estrutura, para organização completa da feira de artesanato.
E VIVA O FESTIVALE!
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