OS
QUARTÉIS DA 7ª DIVISÃO
No inicio do século XVII, chegou a região do
Rio Grande de Belmonte, o atual Jequitinhonha Alferes Julião Fernandes, para
comandar a Sétima Divisão Militar, e promover sua ocupação e iniciou o combate
às tribos indígenas em busca de terras propícias às pastagens. No início do
século, era intenso o comércio entre a Vila de Belmonte, na Bahia, norte de
minas, em Minas Gerais, através do rio Grande de Belmonte. Para proteção contra
ataques de contrabandistas e índios, o Alferes Instalou postos de vigia ao
longo Rio, chamados de Quartéis. Foram instalados os Quartéis de: São Miguel –
atual cidade de Jequitinhonha, da Vigia, atual Almenara – de Bonfim - atual
cidade de Joaima, de Salto Grande – atual cidade do Salto da Divisa, e o de
Água Branca, atual cidade Itinga.
Os Quartéis eram aquartelamento de tropas e
sentinela avançada este faziam parte da 7ª Divisão Militar, sob o comando do
alferes Julião Fernandes.
Sob ordens da 7ª Divisão Militar, os quartéis
foram construídos ao longo das margens do Jequitinhonha, dando origem a núcleos
habitacionais ribeirinhas que posteriormente tornaram-se distritos e cidades,
esse quartéis que tinham como propósito defender os interesses da coroa
Portuguesa, forma responsáveis também por um luta sem fim contra os povos indígenas
dessa região.
PASSO A PASSO DA
INSTALAÇÃO DOS QUARTÉIS DA 7ª DIVISÃO
O
Príncipe D. João, em Carta Régia de 13 de maio de 1808, enviada ao
capitão-general Pedro Maria Xavier de Ataide Melo, então governador da
Capitania de Minas Gerais, declarou "guerra ofensiva e justa”, visando a
destruição e destribalização dos índios.
Para
concretização deste intuito a própria Carta Régia determinou a instalação de
seis divisões militares ao longo do rio Doce.
A
colonização do rio Jequitinhonha teve um tratamento diferenciado devido às suas
riquezas diamantíferas. Visando a preservação dos direitos sobre os descobrimentos,
a Coroa, a partir de 1811 designou companhias de Dragões para guarnecerem a
região.
A
Sétima Divisão Militar, comandada pelo Alferes Julião Fernandes Leão se
instalou na região em 29 de setembro de 1811 com sessenta soldados e alguns
índios Maxacali do aldeamento de Lorena dos Tocoiós, fundando nas margens do
rio Jequitinhonha o povoado de São Miguel (atual Jequitinhonha).
A
Companhia da Sétima Divisão imediatamente iniciou o trabalho de construção de
uma estrada rente à margem direita do rio, que partia do recém fundado povoado
de São Miguel até a Vila de Belmonte na província baiana de Porto Seguro.[16]
A
partir da construção da estrada, o Alferes Julião foi instalando quartéis ao
longo do rio Jequitinhonha, embriões de futuros povoados e cidades como Itinga
e Joaíma.
Conforme sugestão
do capitão-mor de Porto Seguro, o rio passou a ser utilizado para transporte de
mercadorias entre Minas Novas e Belmonte.
Subiam
o rio Jequitinhonha, transportados em canoas, sal e produtos raros. Belmonte
recebia as produções mineiras: milho, algodão, toucinho, carne seca, dentre
outros. O mencionado Quartel do Salto, instalado nas imediações da Cachoeira do
Salto, assegurava esse comércio, impedindo o contrabando de ouro e diamante e
os ataques dos índios.[17]
Abandonado
pelos baianos em 1808, o Quartel do Salto foi ocupado pelo Alferes Julião cinco
anos depois.
“A
então denominada oficialmente Guerra Justa teve início efetivamente com a
instalação da Sétima Divisão Militar, e teve também um aspecto fratricida,
pois, como já foi mencionado, os Maxacali, além de empregados em obras
públicas, na abertura de estradas, e como “interpretes ou línguas”, foram
utilizados no combate aos Botocudos.”[18]
Sob
a proteção dos quartéis iniciou-se a ocupação das matas da região. Por outro
lado o governo provincial incentivou a instalação de grandes proprietários,
permitindo que tivessem o monopólio na construção de estradas.
A
instalação dos quartéis resultou no início do processo de devastação
da mata atlântica objetivando a utilização das terras para o plantio das
lavouras e a destruição dos refúgios indígenas. Bastou menos de um século de
ocupação para reduzir a cobertura vegetal a um décimo.[19]
O
passo seguinte foi a completa extinção dos Botocudos e dos grupos como os
Macuni, Panhame, Puri, Koropó e outros, através da destruição cultural, doenças
e massacres.
Acossados,
devido à destruição do seu “habitat”, os índios foram pouco a pouco se
entregando à proteção dos colonos. O resultado desta submissão foi o abandono
das antigas atividades como a caça e a pesca e a adoção da agricultura nos
moldes impostos pelos colonos. Paralelamente, a diminuição do território
aumentou as rivalidades tribais provocando guerras entre os índios, que só
favoreceram aos colonos.
Apoiada
nos quartéis, a colonização da região se deu inicialmente por duas vias:
Do
litoral, a partir de Belmonte subiram o rio colonos comerciantes que se
instalaram pelas povoações ribeirinhas. Da nascente do rio desceram garimpeiros
em busca de novas minas de diamante e lavradores em busca de terra.
No
fim do século XIX o Médio Baixo Jequitinhonha recebeu uma segunda leva de
migrantes provenientes da Bahia e das cidades mineiras do Alto Norte: Espinosa,
Taiobeiras e Salinas.
Fonte de pesquisas
Livro: Memórias de Itinga de Jô Pinto
http://proteuseducacaopatrimonial.blogspot.com.br/
Por
Bom dia Jô tudo bem,
ResponderExcluircomo encontro esse livro Memorias de Itinga.