quinta-feira, 20 de junho de 2024

DIÁRIO DE LEITURA - lançamento do livro Caraí- A Terra da Música

  

 

 


Hoje, a apreciação literária será conduzida por Wesley José Miranda de Paula, nascido na cidade de Caraí-MG no Vale do Jequitinhonha. Wesley é produtor rural e músico, além de dedicar a leitura e escrita, recentemente lançou seu primeiro livro- Caraí, a Terra da Música. Sua obra reflete aspectos culturais e tradicionais da sua região de origem, contribuindo para o panorama literário contemporâneo. Que segundo ele: “o livro não tem a pretensão de ensinar ou lecionar, apenas representa forma despretensiosa, uma maneira de brincar com a musicalização”.

 Nota -se que a narrativa gira em torno do zelar do pai para com os filhos e desses inúmeros momentos surgiram a primeira obra com sensibilidade em torno da música, já que a família são músicos atuantes no – ministério de Música Canto dos Anjos na paróquia da igreja católica de Caraí-MG.

  Apaixonado pela música, pela igreja e pela cidade, ele nos conta que desde a infância sempre foi fascinado por ouvir, inventar e contar histórias, andando constantemente na companhia de algum livro.

Como pai de Allyne e Samuel, Wesley se viu na tarefa noturna de colocar a filha para dormir, e foi aí que começou a inventar contos, fábulas e histórias. Ele teve a ideia de criar uma narrativa onde pudesse, além de entreter Allyne, ensinar-lhe algo sobre música. Assim nasceu “Caraí, a Terra da Música", um universo mágico e lúdico que incorporava conceitos de teoria musical de forma fácil e divertida.

Essa abordagem revelou-se bastante eficaz, pois Allyne, ainda pequena, entre quatro e cinco anos, começou a aprender bastante sobre música. O conhecimento adquirido ajudou-a a se tornar uma musicista talentosa, sendo premiada em festivais regionais como o Agrivales em Teófilo Otoni-MG.

Diante desse sucesso, Wesley decidiu transformar essas histórias em um livro. A intenção era criar uma ferramenta que permitisse aos pais, mesmo sem conhecimentos musicais, ensinar e aprender música junto com seus filhos.

Através seu projeto aprovado na Lei Paulo Gustavo, surgiu a oportunidade de apresentar o projeto do livro, o que envolveu a cultura de seu município, resultando na obra "Caraí, a Terra da Música". Inicialmente, o livro foi impresso em poucas unidades e disponibilizado gratuitamente para leitura nas bibliotecas municipais e nas escolas da cidade. Em breve, estará disponível na versão e-book, e Wesley espera-se publicar uma edição ainda mais completa para comercialização.

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terça-feira, 18 de junho de 2024

MEMÓRIA CULTURAL-Salve as Sempre-vivas

 

Foto: Ângela Freire

              Neste mês de Junho,   visitando uma comunidade rural, em Diamantina, num roteiro que abrangeu o alto, médio e baixo , Vale do Jequitinhonha . Conheci a comunidade Macacos fica no distrito de São João  da Chapada. Um percurso de aproximadamente entre Diamantina e o distrito cerca de 56 km e depois mais 23 km até a comunidade de Macacos, um  longo  trajeto de estrada de terra com estrada estreita e em regular estado de conservação, porém com uma vista panorâmica  da Serra do Espinhaço é exuberante.

              Segundo as mulheres da Associação comunitária desta comunidade, relatam que o povo dali descendem de índios, pois é comum alguém contar história de índio pego no laço. Mas também contam sobre a descendência portuguesa e de negros, assim possuem relações de parentesco, amizade e compadrio entre si. O fato que a formação sociohistórica da Comunidade está atrelada ao desenvolvimento da atividade de extração mineral que estruturou econômica e socialmente o distrito diamantino a partir dos séculos XVII/XVIII, como parte do colonialismo europeu nas Américas. Contaram ainda  que,  o nome Macacos, vêm do nome da fazenda  pertencente ao português José Manoel Joaquim de Vilas-Boas e a Ana Rosa.

             Atualmente  residem poucas famílias  no lugar, mas em ocasião de festas religiosas tradicionais,   se encontram para festejar. Além do trabalho na lavoura  o que é destaque nesta comunidade é o Sistema Agrícola tradicional dos Apanhadores e apanhadoras de flores Sempre-vivas( SAT Sempre vivas) , reconhecido pelo IEPHA –MG desde 2018. Seus habitantes detem prática e profundo conhecimento quando a colheita das flores, uma ação realizada coletivamente em algumas épocas do ano, marcada pelo deslocamento de suas residências para subir a serra e alojarem-se  em “locas” de pedras com seus familiares com a finalidade de colher as flores de sempre vivas. Deste modo não apenas são responsáveis pela atividade da colheita, mas o movimento  das descidas da serra, a forma como apanham as flores, viram verdadeiros guardiões e guardiãs deste movimento secular que desencadeia numa espécie de semeadores de flores, pois a partir deste fluxo é que se garante as  futuras colheitas.

              Embora sofram com os conflitos quanto as  questões da regularização fundiária, sofrem com as ações arbitrárias  quanto ao manejo do ecossistema por órgãos do governo , seus habitantes lutam e resistem  aos descompassos  e a presença humana que destrói e desconhece as sabedorias  e práticas seculares. Os moradores seguem sua luta, com o  encorajamento de suas matriarcas  em defesa de suas flores e sobrevivência humana.



 

MEMÓRIA CULTURAL - UM CASO DE AMOR NA ROTA BAHIA-MINAS

  Imagem: Internet   Seu maquinista! Diga lá, O que é que tem nesse lugar (...) Todo mundo é passageiro, Bota fogo seu foguista ...