A dica de leitura da semana é da escritora e publicitaria por formação Ana Maria Gonçalves, com a obra –Um defeito de cor- ela que nasceu em Ibiá, Minas Gerais. Residiu em São Paulo por treze anos até se cansar do ritmo intenso da cidade e da profissão. Em viagem à Bahia, encantou-se com a Ilha de Itaparica, onde fixou moradia por cinco anos e descobriu sua veia de ficcionista, passando a se dedicar integralmente à literatura e ao multifacetado universo cultural da diáspora africana nas Américas. Sua estreia no romance se dá em 2002, com a publicação de Ao lado e à margem do que sentes por mim – “livro terno, íntimo, vivido e escrito em Itaparica”, segundo o depoimento de Millor Fernandes. O texto teve circulação restrita, em primorosa edição artesanal.
Foi em 2006, que a autora tornou-se conhecida em todo o país com o lançamento do livro -Um defeito de cor- O romance encena em primeira pessoa a trajetória de Kehinde, nascida no Benin (atual Daomé), desde o instante em que é escravizada, aos oito anos, até seu retorno à África, décadas mais tarde, como mulher livre, porém sem o filho, vendido pelo próprio pai a fim de saldar uma dívida de jogo.
O romance é composto de dez capítulos, iniciados com provérbios africanos e cada um destes capítulos é formado por diversas histórias que constituem fios que desenham a trama narrativa. As narrativas trazem em seu bojo as lembranças da África, sem a intervenção do tráfico de pessoas para o Novo Mundo, possuindo muitos gatilhos de violência. Destacando também ricas informações sobre a religiosidade no Brasil no inicio do século XIX.
Um defeito de cor conquistou o importante Prêmio Casa de Las Américas de 2006 como melhor romance do ano.
Link para pdf
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/1154/o/Ana_Maria_Goncalves_-_Um_Defeito_de_Cor.pdf?1599239000
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