terça-feira, 2 de agosto de 2022

O ASSUNTO É? - Rios

 

Rio Salinas - Reprodução internet 


Tomar banho no rio já foi uma diversão das jovens salinenses em tempos idos, não distantes. Certa senhora me contou que, iam levar marmita para as lavadeiras que labutavam às margens do rio Salinas, ensaboando, esfregando e quarando peças finas, enganavam a mãe e ficam no poço das moças atirando água umas nas outras. O rio corria caudaloso e rápido, formava espumas no movimento de descer pelas pedras limosas. Eram dias ensolarados de uma cidade pacata que crescia às margens do rio, por ele nutrida e banhada. Hoje olho para o rio e sempre me vem à cabeça essas histórias. Penso que deve ser muito triste o ter conhecido em outros tempos e olhar para ele agora, de margens nuas, invadido por esgoto que exala odor pestilento e mata os inúmeros peixes que ainda o povoam. Outro dia, havia nuvens de urubus no centro, comendo os peixes mortos pela falta de oxigenação das águas. As sociedades humanas costumam crescer às margens dos rios, porém, no sistema capitalista a água é contaminada em nome do lucro. As indústrias, a mineração e a agropecuária predatória atiram veneno, detritos e dejetos nas águas. Nesse sistema não nos relacionamos harmoniosamente uns com os outros e com a natureza. Deveríamos aprender com os povos indígenas, conviver com a natureza de forma harmoniosa. Olhando para o rio Salinas, penso no Tietê que já foi caudaloso, navegável e hoje é um fio de água poluída. Penso também no rio das Velhas e no rio Vieira em Montes Claros.  O    líquido é essencial para a continuidade da vida, não é por acaso que somos gerados dentro d’água no ventre de nossas mães. Espero que as futuras gerações modifiquem a forma de lidar com a natureza, afinal, como diz Ailton Krenak, somos parte dela.

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